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— Uma porta? — Exclamou Calendra, incrédula

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— Uma porta? — Exclamou Calendra, incrédula.

O grupo estava na sala, diante de uma porta que misteriosamente aparecera na parede. Sua tia lhe contara que não fora efetivamente por mágica, apesar de o contexto ter sido inusual. Houvera uma noite em que o painel de ferro fundido, que, até então, servia para decorar a parede e pensavam estar fixo, simplesmente soltara um clique e se destrancara — na verdade, Calendra suspeitava que houvesse mais na história que não estavam lhe contando, mas não insistira no assunto. Quando o abriram, viram que, atrás, escondia-se uma porta maciça feita de madeira de carvalho, entalhada aos mínimos detalhes com uma lindíssima imagem de três mulheres, cada qual uma representação das fases da vida. Em volta, nós e flores serviam para emoldurar o entalhe central.

Ao tentarem abri-la, no entanto, descobriram que a fechadura estava trancada, bem como que a porta não se movia um milímetro do lugar. Nem mesmo quando Calendra fizera uma tentativa.

— Tivemos todo este trabalho por causa de uma simples porta velha? E trancada, ainda por cima? Não acredito. — Disse ela, as mãos em punho pousadas firmemente sobre os quadris. Sentia o braço de Aspen a segurando por trás, o que era um alívio, pois já estava começando a sentir os efeitos de ficar em pé por tanto tempo, ainda que não o admitisse em voz alta para os demais.

— Uma porta velha que não tínhamos visto antes. — Completou Rohden de seu lugar, sentado no braço do sofá. — Nós suspeitamos o que haja atrás dela. Pode se tratar do tesouro dos Manãa-dê tá Galath, aquele da lenda, e que a Rainha deseja. Lembra-se do que Nimbas nos contou?

Calendra o encarou com impaciência.

— Sim, eu me lembro. Mas, de qualquer forma, não podemos acessá-lo. A porta está trancada, não vê?

— Por isso tivemos de esperá-la acordar. — Elysium os interrompeu, sua postura indicando que estava extremamente animado com o que estava prestes a acontecer. — Você deve ser a chave.

— Como pode isso ser verdade? — Inquiriu ela, mas, no fundo, sabia que ele podia estar certo. Afinal, como fora capaz de passar por todos aqueles desafios? Como, para início de conversa, sobrevivera ao chamado do Ancião? Mesmo então, enquanto seus olhos volta e meia eram atraídos imperceptivelmente para os contornos da madeira, era capaz de sentir algo poderoso fluindo por seu corpo, em uma frequência eruptiva que estava sendo cada vez mais difícil de conter.

Aquilo a fazia tremer inteira.

Menine, você não precisa fazer nada agora se não quiser. — Rohden sussurrou, tocando seu braço. Calendra se virou um pouco para encará-lo. Estava com medo, tinha de admitir isso. Não apenas porque a responsabilidade de tudo pelo que passaram fosse, de certa forma, dela, mas porque temia falhar. Mesmo assim, a compulsão que aquela simples porta oferecia sobre si era tamanha, tão intensa, que não poderia ignorá-la, ainda que desejasse.

— Acho que devíamos pelo menos tentar. — Sussurrou Elysium, abrindo o caminho para ela passar como se previsse as próximas atitudes de Calendra ainda antes que ela as tomasse.

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