Capítulo 48

371 16 119
                                    

POV: Catarina


  - Eu gostaria muito que você dormisse aqui comigo!

  A proposta soa tentadora até mesmo para mim.


Pelo beijo que trocamos sei que não estamos longe do que vem a seguir e eu não quero resistir, porque são sensações muito boas de se sentir.

  É como se eu finalmente vivesse e fluísse, algo muito além do apenas existir eminente ao qual estou acostumada a fingir seguir.
 
  Não conheço, mas quero. Eu o quero.

  Quero sentir todas as sensações a qual tem me apresentado. Acordando lugares que eu sequer achava possível existir ou que me transmitisse tanto sentir.

  Tudo o que eu sinto é o que você me faz sentir e me descobrir ao seu lado tem sido importantíssimo para mim.

  Não temo sucumbir.

  - Ocê realmente acha que eu devo dizer sim? - sua voz estava rouca, baixa e afetada.

  - Oras, não foi você mesmo quem disse que estava com saudades de me ver dormir?

  - Ocê sabe o que estávamos fazendo aqui? - perguntou sério, exigindo meus olhos para si - Sabe o que o seu pai faria se nos visse assim? Acha que eu tenho condições morais de dormir aqui depois do que experimentamos?

  - Não sei se estou interessada na sua moralidade, Petruchio - sorri.

  - Arri égua, como ocê é difícil. 

  - Então, a sua resposta é não?

  - Não - suspirou - Quer dizer, eu num sei, eu acho que seria melhor pr’ocê que eu dissesse não.

  - E vai para casa como? Você não tem um avião - brinquei.

  - Não quero que fique chateada - ergueu a mão, alcançando meu rosto e o tocando - Mas se ocê me beijar assim na sua cama, eu acho que eu morro.

  - Ainda é o meu aniversário!

  - Ocê sabe que não trocamos apenas um beijo, favinho...

  - Petruchio, eu não sou burra! Se eu te convidei para dormir aqui, eu sei o risco que estou disposta a seguir.

POV: Petruchio

  Pensei que morreria exatamente aqui!

 Ela não sabe metade do efeito que tem sobre mim, não sabe o que o seu beijo é capaz de me fazer sentir, não sabe a força que faço para não passar do limite e fazer algo que não devemos fazer assim.

 Nossos tempos têm se modernizado, mas não posso em hipótese alguma colocá-la numa situação assim. Ela seria apontada, sua vida seria completamente arruinada, seu pai certamente a deserdaria e nem mesmo condições tenho de admitir o quanto quero dormir aqui e deixar que a vida seja feliz.

  Largar tudo e apenas sentir. Mas eu posso te arruinar só por estar aqui.

  - Não tenho poder de escolha sobre o que eu quero para mim? - sua voz baixa me trouxe de volta para si.

  A abracei apertado, enterrando meu nariz na curva do seu pescoço, depositei um beijo molhado e sorri quando seu calor, seu cheiro e seu amor me inundaram. 

  - E o que que ocê quer? - sussurrei enquanto me levantava com ela ainda presa à mim. Me abaixei o suficiente para que seus pés voltassem a tocar o chão, afastei nossos rostos, mas não as minhas mãos.

Entre o Amor e a Desilusão Where stories live. Discover now