Entre o Amor e a Desilusão

Capítulo 18

POV: Catarina

  Meus olhos estavam fechados e meus lábios entreabertos, respirava com dificuldade, pois tudo o que eu sentia era a sua intensidade.

  Seus lábios tocaram os meus e o beijo tão esperado teve seu espaço, quase como um quadro, tranquilo e calmo.

  Eu sentia o calor, assim como o sabor. O toque quente e intimidador, mas também libertador.

  Movi meus lábios sob os seus, eu queria mais, mais que apenas sentir, queria que ele sentisse também, que compartilhasse das  emoções e da falta de informações.

  Porque era isso, era assim que eu me sentia, completamente perdida e encontrada. Talvez mais simples do que eu poderia imaginar, mais prazeroso do que eu poderia sonhar e mais real do que qualquer outro dia que eu pudesse compartilhar.

  Minha língua buscou a sua e um suspiro pesado escapou de seus lábios, a distância entre nós foi quebrada e seu corpo rígido e forte quase se colou ao meu devido ao pouco espaço.

  Suas mãos desceram, deixando o calor do meu rosto para a extensão do meu pescoço, uma delas se fixou em minha nuca, trazendo um arrepio que não era de frio até a base da minha coluna; a outra desceu por meus braços, tocando a lateral de meu corpo, parando em minha cintura. Eu queria tocá-lo também, mas onde, qual o local correto?

  Eu simplesmente não sabia, e na ânsia de sentir tudo o que me proporcionava, me aproximei ainda mais, era como se meu corpo pressionasse o seu em busca de mais.

  O mais que nos tirou o fôlego, fazendo com que nos afastassemos lentamente.

  Suas mãos não me soltaram e eu ainda sentia o calor intenso dos seus lábios nos meus.

  - Catarina - me chamou baixo.

  Abri meus olhos encontrando os seus, eles brilhavam, brilhavam talvez mais do que o céu estrelado.

  - Eu não tenho mais nenhum relacionamento com o Jornalista Serafim - não sei o porquê  ter dito isso e justamente agora, mas senti um grande alívio, talvez ainda maior do que quando o relacionamento realmente chegou ao fim.

  - Por que?

  Oras, mas por quê?

  Talvez porque seja impossível beijar alguém sem pensar em você? Ou porque ele não é você e também porque não é ele quem eu quero, simplesmente porque ele não é você.

  Achou um pouco confuso?

  Mas não foi isso o que eu lhe respondi, na verdade eu não encontrei palavras capazes de descrever o porquê, mesmo ele sendo tão simples, era complexo para mim.

  - Não sei - dei de ombros, olhando para baixo.

  - O quê o seu pai disse?

  - Acho que ele já sabia, talvez já esperasse.

  Um minuto de silêncio que logo foi quebrado.

  - Eu contei os minutos para estar perto d'ocê novamente.

  E novamente eu senti o calor da sua mão em meu rosto, senti vontade de fechar os olhos e sentir tudo de novo, mas já não conseguia desviar o olhar do dele, não conseguia sequer piscar sem que quisesse ainda mais olhar para ele.

  - Eu também - admiti baixo.

...

POV: Petruchio