Capítulo 33

270 16 74
                                    

POV: Catarina

Não sei dizer exatamente como passei o resto do dia, acho que dormi tanto que já estou perdida no tempo que foi gasto.

Quando acordei, o sol já não invadia mais a janela do meu quarto e não sei se isso se devia apenas pela cortina estar fechada ou se a noite já havia sido iniciada.

Olhei ao redor do quarto e não encontrei minha irmã em nenhum canto. Tentei me levantar e agradeci por minhas costas já não reclamarem como antes.

Caminhei até a sacada e notei que o sol realmente já não brilhava mais, a noite estava bem iluminada e com a cura da febre, notei que também estava um pouco quente, agradável de fato.

Minha garganta já não queimava e a única coisa que ainda me incomodava era o meu nariz entupido e congestionado. Isso não só atrapalhava minha respiração, como meu olfato e não havia nada que eu gostaria mais naquela noite do que poder sentir o cheiro do vento calmo acariciando o meu rosto.

Parece bobo, mas quando não podemos fazer alguma coisa, por mais tosca ou simples que ela seja, verdadeiramente a valorizamos, percebemos sua verdadeira importância.

Levei um pequeno susto quando a porta do quarto foi aberta, me virei a tempo de ver Mimosa se aproximando com uma xícara nas mãos.

- Catarina, nem bem se recuperou e já está pegando friagem de novo? - me repreendeu - Venha, venha tomar esse chá que eu preparei para você.

- Não precisa brigar comigo - fiz bico e ela acabou sorrindo - Não sou mais criança.

Me afastei da sacada, mas não fechei a porta, puxei apenas a cortina.

- Mas vai ser sempre a minha menina!

Voltei a me sentar na cama e Mimosa se sentou ao meu lado, me entregando a xícara de vapor quente.

- Obrigada!

- Que bom que você já está bem - acariciou brevemente meu cabelo que pelo jeito, não parecia estar nenhum pouco apresentável - Bianca está terminando de se arrumar para o jantar, pensei em trazer esse chá para você antes de trazer sua sopa.

- Sopa, Mimosa? - perguntei chateada.

- Sim, sopa é sempre muito bom, sem contar que a que eu estou fazendo está ficando deliciosa - afirmou orgulhosa.

- Tudo bem, já que é você quem está fazendo, eu tomo - me dei por vencida.

- Já já sua irmã vem te ajudar a se arrumar.

- Não preciso de ajuda, Mimosa, já estou melhor, obrigada.

- Você nos preocupou, Catarina!

- Eu sei, mas não foi nada sério, já estou pronta para outra - sorri segurando a vontade que senti em tossir.

Era só o que me faltava, fazer um super discurso de como estava ótima e vir uma crise de tosse me entregar e mostrar que não, ainda não estava completamente tão bem assim.

Bom, estava melhor do que estava ontem e isso já é bastante significante!

- Não fale isso nem brincando. Todos ficamos preocupados com você, seu pai até mesmo encerrou a festa.

Não que ele merecesse aplausos por isso, era o mínimo que ele deveria fazer, afinal, com todos os meus defeitos, eu continuo sendo filha dele.

Estava prestes a te responder quando novamente a porta foi aberta e ele em carne e osso passou por ela.

Entre o Amor e a Desilusão Where stories live. Discover now