Capítulo 13

265 18 59
                                    

POV: Catarina

  Não, eu não posso acreditar no que acabou de acontecer.

  Preciso de alguns segundos para me recuperar e conseguir seguir um caminho reto até a porta de casa, de fora noto tudo muito silencioso e ao abrir a porta sou surpreendida pela luz da cozinha ainda estar acesa.

  Me sento na poltrona de papai e respiro fundo tentando controlar a intensa vontade que senti de chorar.

  Tudo em mim parece estar de cabeça para baixo, confuso, confuso demais para que eu consiga sufocar.

  Se fecho os olhos ainda sou capaz de sentir o toque quente dos seus lábios nos meus, assim como posso sentir a densidade da sua respiração, o calor do seu corpo...

  Não, Catarina, controle-se.

  Nunca imaginei que um beijo pudesse ser tão bom, pior que isso, nunca pensei que eu pudesse gostar tanto de beijar alguém.

  Mas porque esse alguém tinha que ser justamente o Petruchio?

  Por que ele?

  Por que ele me beijou?

  Qual a brincadeira que o destino está fazendo em insistir em nos aproximar?

  Nós vivemos quase que em continentes diferentes, se levado em conta nossas formas de pensar, de viver.

  Mas, mas ele me beijou e tudo o que eu pensava sobre ele se modificou e eu não... Não, Catarina, você não pode ficar pensando nele.

  A proximidade de Petruchio abalou todas as minhas estruturas, todas as minhas tentativas de me afastar, de me manter segura, firme e sozinha.

  Meu coração ainda bate acelerado e temo fechar os olhos e rever as cenas como um pesadelo sem fim.

  Só que estava longe de ser pesadelo, talvez fosse o sonho mais doce que eu já vi e vivi.

  Sentia as lágrimas quentes escorrendo por meu rosto, suspirei e um soluço baixo escapou de meus lábios.

  Me encolho na poltrona e abraço meus joelhos, meus pensamentos são um redemoinho de acontecimentos, lembranças e sensações avassaladoras.

  Ouço barulho de passos e me assusto, ergo o rosto e encontro os olhos escuros de Mimosa me encarando com curiosidade.

  - Catarina, o que aconteceu? - perguntou se abaixando ao meu lado, sua mão tocou brevemente um de meus joelhos - Você está chorando?

  - Não - neguei rápido, passei a mão rapidamente por meu rosto apagando qualquer rastro molhado - Impressão sua, Mimosa.

  - Estava começando a ficar preocupada, não ouvi barulho de carro, como veio para casa? - perguntou.

  - Vim andando, não se preocupe, já estou em casa, já pode ir dormir.

  - Quer um chá? Você está tão gelada - observou.

  - Não, não quero nada - me levantei um pouco desajeitada - Vou me deitar, boa noite.

  - O Jornalista fez alguma coisa? - perguntou novamente me segurando pelo braço.

  - Não, o Jornalista não me fez nada, Mimosa - afirmei me soltando e seguindo a passos largos até a escada.

  Subi os degraus com tanta rapidez que ao menos vi o reflexo de meus pés, na verdade isso se deve a falta de luz e não a minha velocidade.

Entre o Amor e a Desilusão Onde histórias criam vida. Descubra agora