O baile

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Serranias andava muito agitada com as novidades. O museu das bruxas seria reaberto e a cidade estava dividida.

            De um lado os religiosos mais fervorosos que consideravam a reabertura do museu uma afronta à sua fé. De outro lado os comerciantes, donos de hospedarias e pousadas que viram seus negócios prejudicados com a diminuição do número de turistas causado pelo fechamento do museu.

            Havia ainda alguns indecisos como Max, Conrado e Rafael que embora não simpatizassem com essa cultura ligada a bruxas e magia, entendiam a importância do turismo para a economia do município.

            A quarta fila era composta pelos intelectuais, escritores e artistas que, embora céticos em relação à ideia de magia, apoiavam a abertura do museu como forma de proteger a cultura, o folclore, a literatura oral e a História de Serranias.

            Todos ansiavam pelo baile das bruxas que aconteceria uma semana antes da reinauguração do museu. Foram contratados decoradores para melhor caracterizar o único salão de Serranias,

            Haveria banda de música vinda diretamente do Rio de Janeiro, além de um concurso que iria premiar a fantasia mais original e o casal mais animado.

            Dona Chiquinha estava cheia de pedidos de costura já que todas as moças da cidade queriam uma fantasia para a ocasião!

            Na casa dos Sullivan a euforia não era menor. Pérola e Nina haviam sido convidadas pelo prefeito para atuarem como juízas. Também foram convidados Juca Andrade, Dona Eglantine e o novo curador do museu que chegaria em breve.

            Pérola foi convidada para auxiliar o curador. Estava empolgada porque iria conhecer um renomado cientista especialista na cultura celta.

            “_ O que o compadre achou de você aceitar trabalhar no museu, Pérola? Lembro bem que ele não simpatizou com a ideia a primeira vista!”

            “_ Ainda não conversei com ele, Rafael!”

            “_ Vou decidir direitinho depois do baile. Ainda não conheço o curador do museu, devo confessar que estou ansiosa!”

            “_ O prefeito me contou que ele é um estudioso da cultura celta e conseguiu muitas obras para o nosso acervo. Algumas são doações, algumas serão emprestadas temporariamente e outras são do acervo pessoal. Ele é um grande colecionador!”

            “_ Nós iremos hospedá-lo no sítio a princípio. Ele prefere estar próximo à natureza e Loreta ofereceu meu antigo quarto pra ele. É separado da casa e ele terá privacidade.”

            Conrado e Nina entram abraçados e se juntam aos dois.

            “_ Já sei que estão falando do baile! Estive na casa de papai, minhas irmãs e dona Matilde estão eufóricas.”

            “_ Eu terei como acompanhante uma bruxinha legítima! Fala brincando com a esposa!” Ela ri e o repreende:

            “_ Para Conrado! As Valentinas não são bruxas!”

            “_ Mas feiticeira você é! Tô triste de ter que viajar de novo deixando minhas três bruxinhas pra trás!”

            “_ Como assim três, Conrado?”

            “_ Você, a Clara e essa menininha aqui ó!” Fala acarinhando a barriga da esposa!  “_ Eu sonhei que será uma menina!”

            Nina se aconchega nos braços do marido. Também sentirá sua falta, mas o incentiva a continuar o curso para piloto, já que voar sempre foi sua paixão.

Pérola e Max: Um amor, várias vidas! Onde histórias criam vida. Descubra agora