Fim

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Dona Eglantine bateu à porta, Max ajeitou a roupa e respirou fundo. Esperava por Pérola, não se orgulhava do que estava prestes a fazer, porém era preciso.

            Havia convocado Nina e Eva para participarem da reunião.  Brigou feio com Nina na noite anterior quando contou o que iria fazer, depois de muita conversa convenceu a filha a colaborar e concordar com o que estava prestes a fazer.

            Pérola entrou acompanhada de Eva enquanto Eglantine foi até a sala avisar Nina que a reunião iria começar.

            Max olhou Pérola, ela sorriu lhe estendendo a mão. Esperava encontrar um Max carrancudo, contudo ele trazia a tez serena o que a agradou. Não queria que seu relacionamento com Dartha trouxesse dissabor. Não amava Max, mas tinha por ele bem querer.

            Eva não costumava participar das decisões da empresa, atribuiu a convocação do pai a algo ruim. Indagou preocupada antes mesmo de sentar-se:

            “- Estranhei quando Inácia me avisou que eu participaria da reunião. A algum problema, paizinho? Está tudo bem com o senhor, com a empresa?”

            Antes que o pai pudesse responder Eglantine entrou acompanhada de Nina. Max aproveitou para dar início à reunião, não queria perder tempo.

            “- Não há nenhum problema minha filha. Ou melhor, há, mas é de fácil solução. Não se preocupe! Nina, Pérola... Tomem acento que serei breve.”

            “- Bem Pérola, você é funcionária da empresa, é a responsável pelo desenho das nossas joias e tenho que admitir que seu trabalho tem sido primoroso e tem feito muito sucesso... Estamos no meio de uma nova coleção e estudando os custos de uma nova linha de joias masculinas... Esse é um mercado novo e faremos um grande investimento, embora o estudo de custos tenha se mostrado favorável, é tudo ainda muito incerto...”

            Nina aborreceu-se com o pai. Não concordava com o que ele estava fazendo, contudo não conseguiu se recusar a ajudá-lo vendo o estado deplorável em que ele havia chegado da cabana.

            “- Você está deixando todos apreensivos, pai! Diga logo o motivo dessa reunião!”

            “- Tem razão, Nina.

            _ Pérola, você é muito importante para o sucesso desse empreendimento... Eu preciso garantir que nossa próxima coleção mantenha o nível de excelência que teve até agora, portanto preciso que você se dedique inteiramente aos desenhos das joias!”

            Pérola não compreendia o que Max havia dito. Buscou o olhar da sobrinha procurando esclarecimento, porém Nina trazia a cabeça baixa e parecia incomodada com a situação.

            “- Pode ser mais claro, Maximilian? O que você quer dizer com dedicação exclusiva?”

            “- Preciso que você esteja totalmente dedicada ao desenho das joias, como disse. Preciso que você cumpra aqui na empresa o horário estabelecido no seu contrato de trabalho!”

            Pérola se levantou inquieta.

            “- Eu não vejo necessidade, Maximilian! Estou cumprindo com os prazos... Por que isso agora? Tenho conciliado a livraria e meu trabalho no museu... Isso nunca atrapalhou!”

            Eva  compreendeu o que o pai estava tentando fazer e resolveu defender a mãe. Max sempre agia de cabeça quente, muitas vezes seu comportamento trazia sofrimento para os outros. O trabalho no museu tinha dado a Pérola uma satisfação enorme. Pérola nunca deixaria de fazer seu melhor e Eva já havia percebido que essa decisão nada tinha a ver com a empresa, era uma forma de manter Dartha e Pérola separados. Depois de tudo o que Rafael havia lhe dito sentiu que devia apoio à mãe.

Pérola e Max: Um amor, várias vidas! Where stories live. Discover now