O presente

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Eglantine chegou à empresa no horário de sempre. Havia passado o pior final de semana da sua vida depois da cena que havia presenciado entre Juca e Pérola.

            Nina chegou e avisou que o pai havia viajado e orientou que a secretaria separasse a correspondência do Max, aquelas que tivessem conteúdo relativo à empresa colocaria na mesa dela e as de cunho pessoal colocasse na gaveta do pai que ele tomaria conhecimento quando voltasse.

            Eglantine sentia-se dividida. Segurava o envelope pensando se deveria colocar na gaveta ou devolveria ao Juca...

            Juca a procurara várias vezes, mas ela não o recebeu. A humilhação que sentiu ao vê-lo se declarando à Pérola não havia diminuído, pelo contrário, aumentava. Cada vez que lembrava os olhares de Juca para Pérola durante as sessões de fotografia, a inquietação dele no baile depois que Pérola chegou e a vontade explícita de estar perto dela...Tudo isso fazia com que a raiva voltasse e esse sentimento se estendia à Pérola.

            Não acreditava que Pérola não sabia. Uma mulher percebe quando um homem se sente atraído por ela. Discrição não é uma característica comum aos homens apaixonados e Juca nunca foi sútil em relação ao seu interesse por Pérola.

            Decidiu deixar que Max visse as fotos...

            Juca foi obrigado a estender sua estadia em Serranias. Era um homem decente, havia magoado Eglantine e não iria embora sem se desculpar.

            Passou o final de semana lembrando-se do beijo... Definitivamente aquele tinha sido o beijo mais curto e o mais gostoso que já havia provado. .  O gosto dela e o cheiro que a proximidade trazia ainda estava vívido em suas lembranças.

            Lembrou-se da maneira gentil e terna com que ela havia o repreendido. Era uma mulher muito especial. Mas Juca era um homem experiente em relação às mulheres.  O corpo dela também o impressionou. Desde a noite do baile quando a viu naquele vestido extremamente sensual não parava de imaginar como seria fazer amor com ela.

             Nesse ponto Eglantine não havia se enganado. Se fosse Pérola ali no seu quarto ele jamais teria se negado a ela!

            Abriu a gaveta, queria rever as fotos de Pérola no lago. Havia pensado em entregá-las a ela, porém temia que isso a fizesse sentir-se violada, afinal ela não havia permitido que lhe fotografasse.

            Assustou-se quando não encontrou o envelope. Pensou em quem poderia ter pegado... Perguntou a Flora e aos filhos se tinham mexido na gaveta, mas todos negaram. Flora ficou muito ofendida com a desconfiança do rapaz que precisou se desculpar repetidamente.

            Ele Lembrou-se que além deles só Eglantine tinha entrado no quarto...

            Durante três dias Juca tentou encontrar Eglantine, mas ela sempre mandava avisar que não poderia atendê-lo!  Na quinta- feira ele voltou a procurá-la,  a encontrou na portaria. Ela tentou fugir, mas ele a segurou pelo braço.

            “_ Eu estou tentando falar com você há dias e não saio daqui antes de conversarmos!”

            Eglantine tentou negar, mas Juca estava irredutível e já chamava atenção dos outros funcionários. Então ela o convidou para conversarem na sala do Max que estava vazia.

            “- Então fala logo o que tem pra falar porque eu estou cheia de trabalho!”

            “- Eu nunca quis que se sentisse rejeitada, Eglantine! Você é uma mulher linda, sedutora, é uma ótima companhia... Mas eu não poderia ter deixado aquela situação ir adiante se estava saindo da cidade...

Pérola e Max: Um amor, várias vidas! Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt