Segunda lua de mel

186 8 2
                                    

Voltando da segunda lua de mel

Pérola

Desci do carro apressada. Estava louca pra rever minhas meninas, Nina e Clara.  Max e eu tínhamos viajado para Paris. Já que a última lua de mel não se concretizou,  decidimos nos dar uma nova oportunidade. Max tentou conter minha ansiedade  enlaçando-me com  seus braços e beijando  suavemente minha face.

“_ Calma minha querida! Sei que você está com saudades, eu também estou,  mas já é tarde!  A Nina e a Clara já devem estar dormindo.  Não seria bom acordá-las! Clara vai ficar querendo saber detalhes da viagem e  ninguém  mais vai  conseguir dormir,  principalmente a Nina. Inácia já me adiantou que ela tem dormido pouco,  o que não é bom no estado  em que ela está!”

Pérola:

Contrariada concordei com Max e  entramos em silêncio.  Fomos direto para o quarto, pois  estávamos exaustos.  Viajamos de Paris até o Rio de Janeiro de avião,   do Rio até Belo Horizonte de trem e de Belo Horizonte até  Serranias  em outro trem.

                Após tomarmos um banho rápido nos deitamos, mas não consegui dormir apesar do cansaço! Ficava olhando meu marido dormir e lembrando  dos dias em que passamos em Paris ,dias tão felizes...  Sinto sensações estranhas... Mesmo estando tudo bem entre nós, mesmo nos instantes mais intensos que nós vivemos  me bate um  medo de que tudo  acabe.  Ainda tem aqueles sonhos que mais parecem  uma premonição... Meu corpo chega a gelar...

Acordei com carinhos. Sentia  que beijavam meu pescoço e sussurravam  meu nome. Virei o rosto e recebi o sorriso do Max que tem o dom de me desmanchar!

“ _ Tá brava porque te acordei?”  Pergunta já roçando a barba em meu rosto e acarinhando minha cintura.  Mesmo que estivesse  brava  não ficaria por muito tempo  porque esse homem é meu vício.  Seu cheiro, o contato de sua barba em minha pele e  a maneira como ele me toca me tira do chão. Ele me abraçou  de lado e com a outra mão apertava meu  seio sussurrando em meu ouvido: “ Quer namorar um pouquinho meu amor?”. Eu estava sem folego pra responder, mas  agarrei sua blusa de pijama de forma desajeitada e puxei para tirá-la. Queria sentir seu corpo em mim. Eu beijava seus ombros enquanto minhas mãos  acariciavam suas costas . Max desceu seus beijos da minha orelha até os seios que ele agora sugava através do decote da camisola me enlouquecendo ainda mais. Gemi alto sem querer.  Busquei descer minhas mãos pelo corpo rijo do Max e pude sentir o quanto ele estava me desejando naquele momento...

Fui despertada do meu idílio pelo barulho de  batidas na porta. Clara tinha acordado, viu as malas que Max deixou na sala e foi correndo para nos ver  e saber da viagem.  Pude ouvir no fundo  a voz de Inácia que pedia que a menina nos deixasse dormir em paz ,  visto que havíamos chegado muito tarde!

Reuni minhas forças tentando conter as mãos de Max  pelo meu corpo e sussurrei:  _ “ nosso namoro terá que ficar pra mais tarde ,querido!”  Max persistia nos carinhos até que Clara impacientou-se e começou a bater mais forte na porta.  Ele suspirou aborrecido e concordou: _  “ É melhor parar mesmo ou sua neta acaba derrubando a porta!”_ “Agora ela é só minha neta né?!”  Ajeitei a camisola e fui matar a saudade da minha pequena até que Max pudesse se recompor no banheiro.

/////////////

O retorno foi um tanto quanto turbulento! Como havíamos imaginado Clara estava ansiosa por saber de tudo: Onde fomos, onde estavam  os presentes que trouxéramos... Encantava-se  com as fotos  que  havíamos tirado  querendo saber cada detalhe,  inclusive sobre os transeuntes que por acaso apareciam nas fotos. Max gargalhava com a euforia da Neta enquanto eu conversava com Nina.

_Eva estava maravilhosa ,Nina! É impressionante como aquela mulher um tanto quanto dura ,difícil mesmo as vezes,  se derrete, se transforma totalmente quando se põe a tocar o piano! Seus olhos nesses instantes demonstram um sentimento tão profundo que eu chego a pensar que a alma dela saiu do corpo!

_ Também tenho essa sensação quando  vejo minha irmã tocando,  Tia Perola!  _ Eva tem um jeito meio soberbo, autoritário ,mas é só fachada. Nesse ponto ela puxou ao papai né?! Eu acho, tia, que embora os dois tendam a ser um tanto quanto rudes, arrogantes mesmo, isso não passa de insegurança.

_  Nós duas não sentimos a necessidade de nos firmar, nos  impor.  Aceitamos que seremos amados ou não e tudo bem! Esse autoritarismo todo é...  como se  eles precisassem disso para se sentir respeitados ,se sentir  alguém!

Concordei com ela . Embora fosse mãe da Eva sentia que  Nina e eu tínhamos mais em comum. Sinto que nossa afinidade vem de outras vidas.

_Você é uma menina de muita sensibilidade ,Nina. Sabe eu pensei que conhecia o Maximíliam, mas não o conhecia totalmente, embora tenha o amado minha vida toda.  Durante nossa estadia em Paris conheci um lado ciumento, inseguro  dele  que aquela aparência decidida não demonstra!

Contei a Nina alguns momentos constrangedores que passei com Max em Paris.  Ela ,gestante de quatro  meses, segurava a barriga dando  gargalhadas ao mesmo tempo que segurava  para não fazer xixi na sala,  já que no seu estado sentia a bexiga cheia o tempo todo.

Pérola e Max: Um amor, várias vidas! Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz