A mina

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Pérola foi para casa após a conversa com Dartha.  Ainda sentia culpa, mas não poderia deixá-lo esperando por ela. Estava confusa em relação aos seus sentimentos, mas chegou à conclusão que o amor que sentia por ele não era o de uma mulher por um homem.

                 Queria estar sempre com ele, sentia saudade quando ele se afastava por muito tempo e preocupava-se se ele era feliz ou se estava com saúde... Esses sentimentos a confundiram, mas era dessa maneira que se sentia em relação ao Rafael. A diferença é que Dartha e ela tinham os mesmos interesses e professavam a mesma crença. Essa compatibilidade mais o charme que Dartha exalava a fez confundir amizade com um sentimento mais profundo.

                Além disso, os sonhos que ela tinha com ele ajudaram a formar a ideia errônea de que compartilhavam mais que uma existência.

                Dartha tinha amor por ela e estava sofrendo. Pediu que não se afastassem, embora não a pudesse ter como mulher não suportaria a ideia de não tê-la por perto. Ela havia aceitado. Podia estar sendo egoísta, mas também não estava preparada para ficar sem a amizade dele.

                Chegou a tempo de aprontar a casa para receber Max. O dia que tinham compartilhado no lago havia mostrado a ela um novo Max, ou talvez o antigo Max, aquele que o acidente havia a feito esquecer.

                Deixou a mesa pronta, o jantar preparado e foi se aprontar. Quando seu convidado chegasse ela tiraria o assado do forno e cozinharia a massa já que o molho estava pronto.

                Pérola não bebia sempre, mas Eva tinha a presenteado com um bom vinho e ela serviria ao seu convidado.

                O domingo custou a passar, mesmo com todo o trabalho que havia tido se preparando para recebê-lo. Uma ansiedade tomou conta dela. Olhou-se no espelho da penteadeira e gostou do que viu. Passou um perfume suave, porém marcante e uma maquiagem leve. Lembrou-se das palavras de Max ao se despedirem e sorriu. Max nunca pareceu tão leve e descontraído, não conseguia parar de pensar nele e isso a afligia.

                Olhou o relógio e sua aflição aumentava. Max estava atrasado... Pérola tirou o assado do forno para que não ressecasse.  Serviu-se de uma taça de vinho e sentou-se na sala para espera-lo.

                Tentou se convencer que tudo isso era para que ambos pudessem se tornar bons amigos. Pelo bem das meninas já que eram uma família.

                Ainda sentia certo receio em relação a ele, mas tinha que aceitar que ele tinha se mostrado um bom homem e feito de tudo para afastar as preocupações que a assolavam.

                Olhou no relógio e angustiada serviu-se de mais uma taça de vinho. Adormeceu no sofá dá sala esperando por ele.

                Rita chegou à empresa acompanhada de Clara e encontrou Pérola na recepção.

                Max não havia comparecido ao jantar combinado com ela. Imaginou que talvez pudesse ter acontecido algum problema na mansão, porém a face tranquila da empregada dizia que estava tudo bem.

                Entrou em sua sala e colocou-se a trabalhar, contudo o fato de Max ter faltado ao jantar sem nenhuma justificativa a incomodava em demasia. Deixou a neta desenhando no tapete no chão de sua sala e foi ter com Max.

                Respirou fundo e bateu à porta com suavidade. Ouviu aquela voz rouca a convidando a entrar. Ela olhou o homem que assinava alguns papéis e tentava adivinhar seu estado de espírito. Sua face calma a confundia.

                Foi ele o primeiro a quebrar o silêncio, falou sem olha-la nos olhos.

                “- Pode falar, Pérola. Preciso assinar esses documentos ,mas consigo te ouvir.”

Pérola e Max: Um amor, várias vidas! Where stories live. Discover now