Dilema

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Max nunca se sentiu tão sozinho naquela mansão.

             No período em que Eva foi embora para Dublin e Nina foi estudar na capital Pérola estava sempre presente, cuidando dele, tentando tornar seu sofrimento mais leve...

             Agora a casa estava cheia: Eva, Clara, Nina... Mas ele ainda sentia um vazio imenso.

            Entrou no quarto em que havia preparado com esmero para receber Pérola: As margaridas enfeitavam a mesinha do canto, o incenso perfumava o quarto e sobre a penteadeira Nina colocou cristais e pedras para trazer boas energias...

            Abriu o guarda roupa e sentiu a solidão bater mais forte.  A camisola pendurada o levou de volta às noites em que se amavam...

             Estar no quarto do casal o machucava demais, as lembranças dela não o deixavam dormir. Deitou na cama de Pérola, mas esse quarto também trazia sofrimento... Passou a noite em claro recordando os momentos dos dois. Viu e reviu o álbum de casamento que Pérola havia deixado no guarda-roupa. Ela decidiu não levar nenhuma recordação dos dois.

            Duas semanas se passaram desde que Pérola havia voltado para o sítio. As lembranças de Max não vieram e Rafael notou em Pérola certa leveza, estava sempre sorridente, tranquila...

             Pérola sempre foi gentil, agradável, mas o segredo que carregava a fazia sempre tensa. Depois do segredo vim à tona Pérola sofreu com a rejeição de Max. Quando se entenderam, mesmo nos momentos felizes, havia o medo de perdê-lo e as premonições de que algo os separaria.

             Rafael pela primeira vez via a amiga segura, aproveitando os amigos, a família, fazendo planos e tomando decisões para si mesmo sem focar no bem estar de Max.

             Observou que os sentimentos que Pérola dedicava a Max eram tão extremos que chegavam a ser destrutivos.

            Há muito tempo observava os sentimentos que Dartha dedicava a ela e decidiu dar força para o amigo se declarar. Era domingo, Dartha e Rafael conversavam em frente ao lago. Rafael havia se acostumado a viver no sítio. Era costume os dois irem pescar após o almoço.

             Depois de algum tempo em silencio esperando Dartha sentiu a isca fisgar. Puxou o molinete e sorriu ao ver o tamanho da traíra.

            “- Nossa! Essa é grande, Rafael! Pérola vai adorar... É o prato preferido dela!”

            Rafael sorriu ao ver a alegria que o amigo demonstrava ao tirar o peixe do anzol.

            “- Nós somos amigos... Então vou tomar a liberdade e te perguntar, embora eu ache que já saiba a resposta! Você gosta da Pérola?”

            Dartha ficou desconcertado. Era amigo de Rafael não queria mentir pra ele, mas também não podia dizer que a amava há vários séculos.

            “- Não só gosto! Amo a Pérola desde que pousei meus olhos nela pela primeira vez! Sinto que minha vida só tem sentido quando estou com ela! Mas ela não sente o mesmo!”

            Rafael segurou a mão do amigo.

            “- Se a ama deveria se declarar! Nunca vi Pérola mais distante do Max quanto agora. Nem mesmo quando ele era casado com Marta. Ela o amava de longe, mas ainda assim amava!

             Essa é sua melhor chance de conquista-la. Pode começar levando flores pra ela junto com essa traíra!”

             Rafael deu um tapinha no ombro de Dartha que ficou pensativo.

Pérola e Max: Um amor, várias vidas! Onde histórias criam vida. Descubra agora