Quando o infortúnio bate à porta

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      Max passou pelo quarto da Nina, preocupou-se por não encontrá-la. Inácia o avisou que Nina e o bebê estavam bem, porém Rafael havia aconselhado Eva levá-la em Morro Alto para certificar-se fazendo alguns exames.

      Inácia o entregou a correspondência. Como estava atrasado colocou as na mala e seguiu viagem rumo ao Rio de Janeiro.

      Eva havia chegado ao hospital em Morro Alto há poucas horas. Acompanhava Nina em alguns exames quando uma enfermeira a chamou até o consultório de Rafael no mesmo hospital.

"- Tio Rafa que bom que o S.r. está aqui! A Nina está muito nervosa, preocupada com o bebê! O senhor precisa falar com ela. Quem sabe assim ela se acalme!"

"- Não se preocupe! Conversei com o médico que conduziu a consulta e os exames! Está tudo bem com a Nina e o bebê!"

Rafael precisava ser profissional, mas estava triste demais para manter a postura de médico. Ali quem estava falando era o amigo e estava sem chão.

"- Eu estava pensando em mandar um mensageiro à casa de vocês quando a enfermeira me alertou que você e a Nina estavam aqui!"

Rafael passava as mãos no cabelo. Seu semblante era de quem sofria. Eva preocupou-se.

"- Por que você está desse jeito padrinho? Disse que está tudo bem com a Nina e o bebê..."

Rafael a interrompeu. Precisava falar antes que a coragem desaparecesse.

"- É sua mãe, Eva... Ela sofreu um acidente a cavalo e bateu a cabeça em uma rocha..."

Ele respirava fundo tentando controlar as lágrimas. Deveria ter passado essa função para outro médico. Era próximo demais da paciente para ser profissional.

"- O que tem minha mãe? Como ela está? Fala logo, está me deixando angustiada!"

"- Ela está internada aqui no hospital... Infelizmente ela não tá nada bem, minha querida!"

Eva se desesperou. Soube pela Nina que os pais haviam brigado, mas não pôde procurar pela mãe porque precisava cuidar da irmã. Imaginou que ela estivesse no sítio para onde tencionava ir quando Nina estivesse bem, em casa.

"- Ai meu Deus! Minha mãe não pode morrer, padrinho! O senhor é um ótimo médico... Deve ter alguma coisa a ser feita!"

Rafael abraçou a afilhada mais para se consolar do que o contrário.

"- Tudo o que poderia ser feito foi providenciado! Agora precisamos esperar que ela reaja!"

"- Não! Vou levá-la para um hospital em Belo Horizonte ou quem sabe no Rio de Janeiro! Eles têm mais recursos..." Ela chorava desesperada.

"- Não, Eva! Uma viagem dessas pode agravar o quadro dela! Vamos rezar para que fique tudo bem! Apesar de tudo eu tenho esperança! Minha amiga é uma mulher muito forte... Ela não pode morrer!"

Rafael concluiu a conversa aos prantos. Decidiu que não conseguiria cuidar daquilo sozinho. Passou a paciente para outro médico de confiança e aguardava na sala de espera com Eva.

"-Como vou dar essa notícia a Nina, tio Rafa? Ela é muito apegada a minha mãe e já estava muito nervosa antes de saber de tudo isso! Ai meu Deus! Maldita hora que o papai viajou! Não sei lidar com isso sozinha!"

"_Desculpe minha querida, mas ninguém precisa do Max aqui!" Rafael logo se arrependeu da rispidez que respondeu a afilhada.

"- Acalme-se! Nina está dormindo. Pedi que lhe aplicassem um calmante e ela só vai acordar amanhã! Agora o que você deve fazer é ir pra casa descansar e cuidar da Clara. Amanhã você volta e se Deus quiser tudo estará melhor!"

Pérola e Max: Um amor, várias vidas! Where stories live. Discover now