Capitulo Trinta e Um: A Verdade.

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Os dias tem se arrastado diante dos meus olhos, eu tenho chorado todas as noites desde a festa, mesmo com o salário sendo o dobro do que eu ganhava anteriomente, eu tenho pensado em Thomas, mais do que tudo, ele está quase indo embora oficialmente do Brasil, sei disso porque Patrícia - umas das tantas mulheres que se jogam para cima dele - fez questão de me falar, mesmo que eu não tenha perguntado.
Meus avós tem falado comigo diariamente, minha avó não entendeu o porque de eu ter rompido com Thomas e eu não posso explicar a verdadeira razão.
Caio e eu estamos distantes, ele chega tatde e sai cedo, quase não fala comigo porque, segundo ele, não confio nele o suficiente para falar a verdade para ele.
Meus pais, apenas se entregaram e minha mãe me abraçou forte, tentando me reconfortar, mesmo qje eles nem sonhem com o verdadeiro motivo.
Deitada no meu quarto, abraçada com o travesseiro, chorando com o celular na mão, tentando pensar no que deveria responder para Thomas.

Thomas: Alina, está aí?
Alina: Estou.
Thomas: Posso ir te ver? Preciso falar com você.
Alina: Melhor não! Você está bem?
Thomas: Eu vi os roxos no seu braço Alina! Me conta o que aconteceu!
Alina: A gente pode se encontrar no restaurante que você me levou no nosso primeiro encontro?
Thomas: Claro! Eu te espero lá daqui uma hora!
Alina: Tudo bem!

É arriscado, eu sei, não deveria ir encontrar com ele, não deveria nem se quer falar com ele, mas, Thomas vai embora dentro de algumas semanas e eu, preciso ver ele antes que ele vá e siga em frente, tudo isso, foi muito intenso, desde o começo, eu lembro do nosso primeiro passeio juntos, quando eu ainda o achava um completo babaca e ele tentava desfazer a imagem ruim que havia passado.

Acordar do lado dele era reconfortante, calmo, quase como um sonho, eu encontrei o amor da minha vida e ele me amou, como nunca outro homem foi capaz, e eu o perdi.

Henrico cooper, o filho da puta que tirou tudo de mim.
Eu o odeio.
Tomo um banho demorado, seco meus cabelos, faço uma maquiagem leve, respiro fundo, colocando um vestido da cor vinho, de alças medianas, com uma linda fenda na perna direita, coloquei também um colar, que meus pais haviam me dado de presente de noivado.
Pego a bolsa e me preparo para sair de casa, quando o telefone começa a tocar.
Reconheço o número, Henrico.
Atendo, para evitar que outra vez ele venha até a minha casa.
Henrico: Sugiro que olhe para a câmera!
Henrico fala, imediatamente eu paraliso onde estou.
Alina: Henrico, não faz nada com ele! Por favor!
Henrico: Eu adoraria! Mas sugiro que você não venha encontrar ele, ou, terá que ir em um velório!
Alina: eu não vou.

Henrico desligou.
Jogo o celular na parede, já chorando, me jogo na cama, socando o travesseiro.
_Alina, o que aconteceu? - Caio pergunta entrando no quarto.
_Caio eu não aguento mais isso! - Exclamo, chorando cada vez mais.

Caio se senta na minha cama e me puxa para um abraço apertado, ele suspira, tentando me acalmar.
_Me conta! O que aconteceu? - Caio pergunta.
_Eu... Caio eu não aguento mais! Henrico está tornando tudo um inferno! - Falo, chorando.
_Henrico? O que aquele ser dos infernos fez? - Caio fala.
_Ele está ameaçando matar vocês, todos que eu amo, se eu não fizer o que ele está pedindo mas... Eu não vou aguentar isso! - Falo, soluçando.
_Ele ameaçou matar quem exatamente, Alina? - Caio pergunta.
_Você, meus avós, meus pais e Thomas! - Falo, debruçada na cama, chorando incontrolavelmente.
_Porque você não me falou? Alina! Meu Deus! - Caio fala, me abraçando cada vez mais forte.
_Porque eu sei que ele faria, depois do que fez comigo, ele é capaz de qualquer coisa! - Falo.
_O que ele fez? - Caio pergunta.
Sei que meu melhor amigo está irritado, sua voz mudou, ela estava calma a alguns segundos atrás e agora ele parece se controlar para não avançar em alguém.
_Ele... Ele me... - Paro de falar, não consigo terminar.
_Ele fez? O que eu acho que ele fez? - Caio pergunta.
_Sim! - Falo, soluçando.
_Filho da puta! - Caio exclama.
_Eu estava indo encontrar com o Thomas mas ele aparentemente sabia e estava lá! Eu não posso mais aguentar isso! - Falo, chorando cada vez mais.
_Onde vocês iam se encontrar? - Caio pergunta.
_Porque? - Pergunto.
_Porque eu vou lá e vou falar tudo para ele, Alina, Henrico não pode fazer isso com você! Isso já passou dos limites e com toda certeza ele deveria estar na cadeia! Então, se você não pode fazer nada eu posso! Thomas com certeza pode e eu cansei disso, Henrico quer matar alguém, ele que mate! - Caio fala, irritado.
_Não, Caio por favor! - Imploro.
_Escuta, você é a minha unica família, Henrico ou a porra que seja não vai te tirar de mim! Espera um segundo! - Caio exclama.
Caio saiu do meu quarto,em seguida, voltou, segurando uma Glock, ele olha para mim e suspira.
_Me escuta, isso aqui é uma arma, do tipo que mata filhos da puta igual o Henrico, então, até eu voltar, quero que, se alguém passar por aquela porta, você atire! E só pare de atirar quando o corpo cair! - Caio exclama, me entregando a arma.
_Como você tem uma arma? - Pergunto.
_Isso não importa, faça o que eu pedi! - Caio fala.
_Está bem mas, eu tô com medo! - Falo, apavorada, para falar a verdade.
_Eu vou resolver isso! Se acalma! Me espera! - Caio fala.
_Toma cuidado, por favor! - peço receosa.
_Eu vou tomar! - Caio fala, beijando minha cabeça antes de sair.

Os minutos, os segundos, eles passam de forma tão lenta quando estamos em perigo, a adrenalina parece percorrer cada sentimetro do nosso corpo mas o tempo não responde a tamanha necessidade, ele passa lentamente e quanto mais lentamente, mais o medo começa a vir a tona e quando ele consegue te dominar não resta nada além dele na sua mente.

Amor  a Dez Mil Pés - Saga: Destinos. Livro 3 - Where stories live. Discover now