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NOBRU

Tem vezes que eu desejo que essa versão dela nunca existisse. É estranho pensar que algum dia eu consegui me dar bem com ela. Ela é tão difícil.

Confesso que essa nova versão dela é excitante, mas ela é tão desnecessária às vezes. Se eu não tivesse ido, nada disso teria acontecido.

Ela literalmente rejeitou minha companhia no shopping, só servi para levá-la. Agora eu que não quero mais contato com ela.

Eu só vim aqui por causa do lucas, senti falta dele e liguei pra babi pra saber aonde ele estava e rapidinho ela me deu as cordenadas.

Mais que caralho, a quem eu quero enganar? Eu vim atrás dessa porra de garota. Eu falei pra mim mesmo que não ia vim mais atrás dela, mas aqui eu estou novamente.

Ela não me quer por perto, e isso é nítido, mas alguma coisa me faz querer insistir.

— vai ficar aí parado ou vai entrar pra ajudar? — ela disse. Puta merda, mesmo cansada essa doida continua linda.

Olho pra mesma sem dizer nada e ela dá os ombros murmurando alguma coisa. Ainda sem dizer nada sigo a mesma para dentro da casa.

Não vou dar o gostinho que ela quer. Não hoje.

Entro lá na casa, e casa realmente foi de muita boa escolha. É linda igual a dona, uma pena que a dona seja louca.

Tinha várias pessoas andando de um lado pro outro na casa. Tava tudo tomando forma.

[...]

Depois que eu cheguei lá dentro logo me colocaram pra trabalhar, a Tainá chegou e nem ela escapou tadinha.

Agora são 04h30 da manhã e só a equipe foi embora, os mais chegados continuaram aqui fazendo o que a designer mandou. A tal da designer também foi embora, mas deixou uma planta com uma porrada de coisa pra fazer.

Fizemos mais algumas coisas e viemos descansar um pouco, aliás, nós também somos seres humanos. Sentamos todos no chão, mortos de cansaço.

— que trabalheira, hein! — disse babi — vai nem dar pra eu continuar aqui amanhã. Ph chamou.

— de boa, amiga! cê' já ajudou muito vindo ajudar hoje. — s/n diz e logo após abre um sorriso lindo para a morena — se a babi tem que ir, vocês também tem?

— ph disse nada comigo não, disse com tu, lzinn? — bak comentou e logo lzinn disse não com a cabeça — então pronto, nós ficaremos.

— perfeito! E vocês? — ela perguntou para mim e Tainá.

— Tenho estúdio às 09h, mas posso voltar às 14h. Lara pode vim ajudar por enquanto, acho que coringa também.— Tainá disse.

— e você? — s/n dessa vez perguntou diretamente a mim.

— tenho que ver.

Foram as únicas palavras que saíram da minha boca.

Evitar ao máximo abaixar a guarda pra ela. Evitar ao máximo abaixar a guarda pra ela. Evitar ao máximo abaixar a guarda pra ela. Evitar ao máximo abaixar a guarda pra ela.

meu sub consciente grita isso em minha mente, me deixando até com dores de cabeça.

— o que, que cê tem? — escuto a sua voz e saio de meus pensamentos, agora me dou conta de que só a nós dois nessa sala.

— nada. — tento ser frio com essa maluca, mas é quase impossível. Se tivesse um prêmio Nobel de como me fazer abaixar a guarda rápido ela ganharia.

— para de mentir pra mim. Tô vendo que você não está legal, por acaso isso tem haver com ontem?

— claro que não. Por que você iria influenciar em minha vida desse jeito? — dou uma risada.

Vejo que ela abre a boca para dizer algumas palavras, mas logo se cala. Ela me olha, e sobe para continuar o trabalho.

Por que eu queria tanto falar a verdade pra ela? Por que eu quero tanto dizer “vamos nos resolver, por favor”?

Conviver com ela tá me deixando mais sensível e eu não tô gostando disso.

Não me lembrava o quanto era bom ter ela por perto. Claro que eu sentia falta dela quando fui pra fluxo, mas eu fui me perdendo aos poucos e então fui me esquecendo das coisas boas.

Tenho certeza de que se o pai dela estivesse aqui iria me dar um esporro enorme por ter deixado sua filha sozinha. Seu Carlos era bom homem, melhor ainda sendo pai. Ele fez um ótimo trabalho com a s/n.

Antes de eu ir pra fluxo, um ano antes seu carlos faleceu. Infartou em seu carro de trabalho. Só fomos saber dias depois. Foi foda pra ela, ela era agarradona com ele.

A morte de seu pai desencadeou vários traumas, mas ela nunca teve confiança o suficiente para se abrir.

Confiança ela teve né, mas coragem... Às vezes pode ser pela dor que ela sentiu.

Ela me fez prometer que nunca iria abandonar ela, mas eu fui moleque, fui imaturo e por um salário maior eu a deixei.

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O FILHO DO NOBRU || (REESCREVENDO)Where stories live. Discover now