DEZESSEIS

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Play "When I Was Your Man - Bruno Mars."

Esfregar chão de pedra parecia não fazer sentido algum, muito menos dar banho dos dragões todos os dias. O estábulo era pequeno, havia apenas três cavalos alados, dois brancos e um preto. Um deles, era o cavalo da feiticeira, único com armadura. 

Florena desabafava sobre o tédio que era na torre o dia inteiro, Scarpane iria buscá-la com o trailer de Yoren, e isso demoraria mais alguns dias.

Lavandro ajudava Jade com as limpezas, em partes, pois só atrapalhava, e Leravieve às vezes escapava do turno sem que Plonno soubesse. 

— Olha só o que temos aqui. — O menino sorridente entrou no estábulo, puxando um gorila pela coleira. O animal batia em sua cintura, carrancudo e rápido.

— Mas o que é isso? — Jade reclamou torcendo o pano molhado.

— Meu gorila, o nome dele é Vandro. — Riu passando a mão na cabeça do animal, abriu o armário alto de limpeza e colocou ele lá dentro. — Não conta para ninguém.

— Ok… — A menina fez uma careta, jogando os fios soltos para trás e arrastando os baldes até o ralo. — Não posso ir embora mais cedo? Deixa o banho dos dragões para amanhã, sério, ontem eles já tomaram. Hoje nem está tão calor assim.

— Você nunca pediu para ir embora, o que está planejando? — Perguntou, acendendo a luz fraca do armário e trancando o gorila com uma banana na mão.

— Ver a Florena, já fazem quatro dias que a feiticeira pausou os sintomas. Na lógica, hoje ela volta a ficar mal. Temos que levá-la rápido antes que volte. — Jade explicou. Escondendo os produtos de limpeza atrás da porta.

Lavandro pensou um pouco antes de falar:

— Ok, vamos. Mas só porque a loirinha está doente. — Apontou o dedo como se faz com uma criança. Jade sorriu e correu para fora do estábulo.

O homem fechou a porta e saiu correndo atrás dela. Antes que eles chegassem na torre, um menino ruivo esbarrou em Jade, amassando o bolo na sua armadura. 

— Quem mandou correr? — Bravo, o dono das sardas claras espalhadas por todo o corpo, lábios médios e secos, altura mediana, abaixou para pegar o pouco do bolo no chão. 

— Eu? Você também estava correndo. — Ela exclamou irritada, passando o dedo no chantilly da armadura e jogando no chão.

Lavandro cruzou os braços, olhando o ruivo de cima a baixo como se já esperasse isso dele. Puxando Jade para continuar o caminho. — Conhece esse maluco?

— É, digamos que sim. Já conheço a peça. 

Logo estavam na porta de casa, Florena permanecia dormindo tranquilamente na cama. Jade soltou o fôlego, aliviada, tirando a armadura e pendurando no canto. Fez um coque no cabelo e lavou o rosto com água gelada.

— Onde é que a feiticeira mora? — Secou o rosto com uma toalha branca. 

— Hmm, não é melhor que ela venha até aqui? — Puxou um pedaço do lábio, balançando a perna.

— Não, não quero que ela fique exausta de nós. Eu ficaria, indo sempre atrás de alguém que não quer voltar e achar logo a cura. 

— Eu levo ela então. — Sorriu amarelo, pegando Florena no colo.

— Não, eu levo. —  Jade puxou a loira em sua direção.

A menina abriu os olhos, olhando em volta e se ajeitando nos braços de Lavandro. Voltando a dormir, quente, tremendo de febre. A humana fez uma careta irritada.

— Nós levamos. — Ele suspirou derrotado, quase que triste, mas preocupado. Durante o caminho, se manteve quieto, andando pela pedra.

E o chão de pedra virou areia, de longe era possível ver um dos lados da entrada de Grillix, e separando os planetas, um enorme buraco escuro. Na camada grossa do chão, a cabeça do ex-guardião. 

Seus pés quase saíam do chão pela gravidade. Finalmente chegaram na casa alta, preta e pontuda. Lavandro apertou a campainha branca, se afastando do portão. Imediatamente o mesmo subiu, liberando a passagem. 

Tudo fresco com um pingo de frio, como vinte e dois graus.

Jade abraçou os braços pelados e entrou atrás do amigo, chegando na porta principal, a feiticeira abriu com um olhar curioso, relaxando o rosto ao ver que eram eles.

— Ótimo, entrem. 

A loira foi deixada sobre o sofá estreito, no canto da sala inteira preta e com uma luz amarela no centro. Demorou alguns minutos para que a feiticeira voltasse para o local, com um frasco transparente, dentro um líquido roxo e de textura estranha. Ela misturou em um balanço, agachando em seu lado e abrindo sua boca.

— Isso durará por uma semana. Naquele dia não tive tempo de achar o dente de gorila, era o que faltava nessa poção. — Com a expressão neutra, olhos meio arregalados e sorriso fraco, derramou metade do líquido goela abaixo de Florena.

Lavandro cruzou os braços desconfortável, já atrás da mulher, pronto para pegar Florena e ir embora. Jade estranhou o incômodo e já levantou.

— Sabe que dia Scarpane chega? — Perguntou diretamente para a mais nova.

— Ainda essa semana, por quê? — Ficou lado a lado da feiticeira.

— A tendência de um coração partido é quebrar mais até separar completamente. Ela não durará muito sem achar sua chave. — Deu a notícia com um sorriso simples, andando lentamente até a mesa e colocando o frasco da poção. — Mas pelo que parece, ela já sabe quem é.

Lavandro cerrou os olhos, pegando a menina no colo e saindo da casa. Em seguida, Jade e a mulher foram atrás.

— Não vai dar um beijo na mamãe, meu amor? — Abriu os braços cobertos pela manga de renda negra do vestido.

O homem apertou os dedos nas pernas de Florena e se virou violentamente, claramente bravo.

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Interação: Daria um beijo na mamãe?

me: sim, mó milf.

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