Capítulo 31 - Sobrevivente

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AVISO DE POSSÍVEL GATILHO: O capítulo aborda sobre depressão. Caso sinta que é algo que possa gatilhar algo em você, por favor, não leia! Preze pela sua saúde mental sempre!



A ligação de Quinn foi interrompida por um barulho alto. De cenho franzido, ela olhou para a porta do quarto, confusa e ligeiramente irritada. Não era todos os dias que tinha a oportunidade de fazer uma chamada de vídeo com Rachel, não apenas pelo fuso-horário, mas também pela disponibilidade das duas. Os momentos eram raros, e a mulher sempre procurava aproveitá-los ao máximo. O que não era possível se alguém estivesse fazendo o que não devia.


— Quinn? — Rachel chamou, a voz soando preocupada.


— Não deve ser nada — a soldado deu de ombros, imaginando se sua melhor amiga tinha se metido em alguma confusão, o que, infelizmente, não era incomum. — Santana deve ter irritado alguém e começado uma briga. Não seria a primeira vez — revirou os olhos e se levantou. — Eu vou só dar uma olhada em...


Outro barulho alto. O chão tremeu, e a ligação caiu.


Quinn não teve tempo de chegar até a porta, pois a mesma foi aberta antes mesmo que a mulher pudesse dar qualquer passo. Santana entrou correndo, visivelmente assustada, e antes que pudesse dizer alguma coisa...


Dessa vez, não foi apenas o barulho. A soldado escutou os gritos de Santana, sem compreender, contudo, o que estava sendo dito. Ela sentiu os pés saírem do chão, e o corpo ser arremessado para longe, colidindo com a parede.


Explosão, Quinn pensou, quando sentiu a dor começar a invadir seu corpo. É assim, então? É assim que acaba?, foi a última coisa que passou pela sua mente antes de perder a consciência.


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Sam, Sam, Sam

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A garotinha está sentada em sua cama. O barulho dos seus soluços é engolido pelo das chamas. Chamas azuis e assustadoras, que cobrem o quarto inteiro e impedem qualquer pessoa de entrar ou sair. Ela está sozinha. Sozinha em seu medo, sozinha em seu choro, sozinha em sua solidão.


Embora as chamas não sejam feitas de fogo, ainda queimam. Queimam com o frio. Queimam com a sensação de entorpecimento. Queimam e causam tremores em seu corpo, fazendo-a se sentir sem conforto, sem esperança. Queimam e queimam e queimam, consumindo cada centímetro do quarto, cada pequeno espaço vazio que conseguem ocupar. Não há lugar para mais nada além das chamas.


O ursinho de pelúcia que segura contra o peito é a única companhia que a garotinha tem. Mesmo que velho e sem vida, ela o guarda em segurança. Todo o resto pode estar destruído, mas esse pequeno pedaço de si, a menininha se recusa a deixar ser consumido pelo frio. Ela pode ter perdido muitas coisas, mas não ele. Nunca ele.


Ele tem sido seu companheiro fiel há anos. A pelugem amarela e macia ao toque, os olhos de contas tão verdes quanto o oceano, a marca de costura no braço esquerdo, de quando precisou ser recosturado depois de cair... O ursinho é tão bem cuidado quanto pode ser. Foi um presente que a garotinha ganhou dos pais, e o qual ela tem amado desde então.

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⏰ Terakhir diperbarui: Mar 05, 2021 ⏰

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Cartas Para Quinn (Faberry)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang