Capítulo 14: Irmãos & Amizades

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13 de abril de 2012


Querida Quinn,


Minha intenção original sempre foi escrever esta carta logo após conhecer seu irmão, pois os detalhes ainda estariam "frescos" em minha mente, e eu poderia tagarelar livremente sobre todas as impressões que tive sobre ele, que foram muitas, diga-se de passagem. Mas, não se preocupe, todas foram nada menos que excelentes. Acontece que cheguei ontem no hotel completamente exausta, deitei-me na cama, e só acordei hoje de manhã (risos). Conhecer Sam foi maravilhoso — e extremamente cansativo.


Não tenho muita certeza do que estava esperando ao encontrá-lo. Sei como estava me sentindo (uma mistura de animação com ansiedade e nervosismo), mas, incrivelmente, não cheguei a pensar muito em como seria o encontro. Todas as vezes que me imaginei estando frente a frente com ele, foi em você que pensei. No que ele poderia me dizer sobre você. Se eu veria uma foto sua. Qual seria o seu sorvete favorito. Enfim. Acho que deu pra entender (risos). Apesar de estar conhecendo o seu irmão, minha maior curiosidade era, na verdade, descobrir um pouco mais sobre você. Acredito que, por conta disso, não pensei muito em como Sam seria. Talvez por isso tenha me surpreendido tanto.


Sabe, às vezes eu penso que pessoas são como livros. Ler um capítulo nunca é o suficiente. Você lê outro, e outro, e mais outro, sempre buscando compreender o personagem principal, entender suas motivações, identificar seus desejos, seus medos, sua personalidade. Você quer desvendar o que está escrito nas entrelinhas; o que poucos conseguem ver; o que poucos sequer tentam. Assim são as pessoas. Nós estamos sempre buscando nos conectar com elas. Buscar diferenças e similaridades. Conhecer a história. Ler o livro todo. E, se for um bom, então o mantemos por perto para ler novamente, porque uma história boa sempre merece ser relida. Uma pessoa boa — não no sentido de a pessoa sempre ter atitudes corretas, nem nada do tipo; boa para você, que te faz bem, feliz — é alguém a se manter por perto. Ou tão perto quanto pode estar.


O que estou querendo dizer é que, se pessoas fossem um livro, eu não largaria nunca o seu. Sempre leria com muita atenção, procurando por detalhes que deixei passar, tentando compreender sempre mais e mais. E o seu irmão também é uma dessas pessoas. Dessas que você quer conhecer inteiramente, e ter por perto em qualquer momento. Do tipo de pessoa que te dá motivos para sorrir, quando você só pensa nos que têm para chorar. Do tipo de ilumina seu dia, mesmo quando o céu está nublado. Você precisa me contar qual o segredo da sua família, Quinn. São todos assim, ou só vocês dois são desse jeito? Especiais? Únicos?


Acho que eu devo tê-la confundido um pouco. Tudo bem. Voltemos ao começo, então. Lá estava eu, entrando na sorveteria, sem ter a menor ideia do que esperar. E lá estava o seu irmão, sentando em uma mesa ao lado da janela, um sorriso estampado em seu rosto. Caminhei até ele e me sentei a sua frente. Foi... Estranho, eu acho. Samuel é um homem muito bonito. Olhos, cabelos, formato do rosto. Até mesmo o som da sua voz é agradável. No começo, a conversa foi um pouco estranha, intensa, mas depois que esse momento passou, nós nos "soltamos".


Houve imitações. Muitas delas (risos). Você sabe, eu não achei ruim. Quero dizer, sejamos francas, o garoto não tem futuro no ramo de imitadores, mas, sabe, é uma brincadeira leve, inocente, que coloca um sorriso no rosto de qualquer um. Ele é engraçado, divertido, e com certeza fez jus à reputação de irmão mais novo, contando os mais variados tipos de histórias constrangedoras sobre sua infância (risos). Quando ele as contava, havia aquele olhar em seu rosto. Um sapeca, juvenil, como se ele estivesse fazendo alguma coisa errada e estivesse se divertindo com isso; acho que ele deve ter imaginado sua reação ao descobrir que ele estava me contando aquelas coisas (risos). Mas, veja bem, a questão é que eu fui lá para conhecer mais sobre Quinn Fabray — só que, à medida que Sam e eu conversávamos, percebi que também queria conhecer ele. Saber que tipo de música ele gosta. Quais são suas ambições para o futuro. Seus sonhos. Suas decepções. Seus desejos. Percebi que procurei nele um amigo, e para minha surpresa, encontrei. Encontrei um olhar amigável em seu rosto. Encontrei um convite à uma amizade em suas palavras, e um incentivo em suas atitudes.

Cartas Para Quinn (Faberry)Onde histórias criam vida. Descubra agora