Capítulo 15.

450 56 126
                                    

Os sentimentos que flui nas veias
São coisas incompreensíveis diante da inteligência humana

E só somos capazes de senti-los e entendê-los
Através de toques e desejos habitados em cada corpo

── The Evil.

***

Seoul, Capital da Coréia do Sul.

Os sons das gotas de chuva tilintavam nas janelas enquanto os dois indivíduos presos no mesmo espaço se encaravam mortalmente em busca de alguma resposta ou sugestão para que conseguem sair dali, o local mal iluminado por conta da ausência de alguns abajures pelas proximidades só deixava a situação ainda mais tensa, carregada de apreensão e sentimentos incompreensíveis diante da inteligência humana. Sae se afastou do garoto de olhos escuros e passou a mão no cabelo com certa brutalidade, olhando para os quatro cantos da enorme biblioteca na esperança de achar alguma saída, a garota conseguiria aceitar tudo exceto pelo fato de estar preso dentro de um local enorme juntamente com um garota que alimentava sentimentos estranhos, a jovem não conseguia se auto compreender, muito menos pensar em algo para resolver esse pequeno problema que estava se tornando uma confusão.

"Merda, merda, merda. Por que tenho que ser tão ferrada a este ponto?"  ──  pensou.

Colocou as mãos no ouvido e soltou um resmungo baixo quando ouviu trovões castigarem o céu escuro, era incrível como a natureza tinha uma capacidade enorme de mudar de clima rapidamente. Há poucas horas atrás o céu estava límpido e o sol escaldante marcava total presença nesta segunda-feira preguiçosa, Sae se encolheu próxima a uma das mesas quando mais um trovão rugiu bravamente fazendo-a se arrepiar de cima abaixo, a garota odiava trovões por que indicavam uma má chuva, um temporal forte que poderia causar estragos prósperamente. Entretanto, a menina gostava da chuva, daquela sensação libertadora e reconfortante de sentir as gotas frias entrarem em contato com sua pele e deixar suas peças de roupas encharcadas, aquilo significava muito para a jovem de corpo esguio, principalmente quando admirava a chuva através da simples e humilde sacada de sua casa que se localizava em um bairro muito pobre e nem muito rico da cidade, mediano.

Jungkook se aproximou lentamente da mesma de forma gentil e pegou-a pelo braço, fazendo-a ficar de pé e encará-lo profundamente, olho no olho. O herdeiro nunca imaginara que o medo de Sae por trovões, raios e relâmpagos eram tão grandes assim como pensava, apontou em direção a poltrona e fez com que a menor se aconchega-se ali.

── Não sabia que você tinha tanto medo assim…  ──  sussurrou, reparando no anel que tinha em seu dedo anelar.

── Não gosto de trovões, não me sinto bem  ──  falou baixo, passando as mãos nas coxas. 

Ambos trocaram olhares rapidamente e em seguida Saeron se levantou tentando se distrair em meio ao barulho da chuva forte, andou entre os corredores recheados de estantes e livros e dedilhou a capa de um livro onde logo de primeira havia lhe chamado atenção, a garota observou o objeto a sua frente e assim que se aproximou para pegar o próprio caiu no chão, abrindo diretamente numa página aleatória. A capa continha um certo título que deixou-lhe confusa, ocasionando-lhe curiosidade para saber do que se tratava, mirou os pequenos detalhes da frente e leu em voz baixa.

── Grimórios…  ──  franziu o cenho.

O cheiro do livro indicava que era antigo, os detalhes robustos e grossos do objeto deixavam Saeron ainda mais interessada sobre o conteúdo que possuía, avistou um tópico interessante e abriu a boca em um perfeito "o" assim que começou a ler.

── Alfas, betas e ômegas…  ──  coçou a nuca.  ──  Por que tem isso aqui num livro de "bruxaria"?  ──  ditou entre aspas, distribuindo o peso entre uma perna e outra.

The Evil | ᴊᴊᴋWhere stories live. Discover now