Capítulo 22 - O Fim

2.9K 254 54
                                    

Espero que vocês gostem, e já estou louca para saber as reações, por isso: COMENTEM!! Rs!!

~~

O final de semana foi maravilhoso, mas assim que voltamos à Teresina, lembrei ao Danilo sobre passar na farmácia. Deixamos a Leila na casa dela e encontramos o teste numa farmácia no caminho de casa.

Dei o banho o e jantar da Nina e a deixei com o Danilo na sala. Entrei no banheiro, mas deixei a porta entreaberta. Obedeci a todas as instruções e voltei para a sala com o teste na mão, a espera do resultado.

Foram minutos intermináveis, mas só se via apenas uma lista. O Danilo viu minha face de decepção e percebeu que eu já sabia o resultado.

- E aí? - Lágrimas silenciosas começaram a escorrer. Ele levantou preocupado - O que foi, Mari?

- Negativo. - Choraminguei.

- Ô, meu bem. - Ele tentava me abraçar ao tempo em que segurava a Nina no colo - Não imaginava que você fosse ficar assim. Você quer outro filho?

- Não sei... - Confessei - Nem eu esperava essa reação.

- Se você quiser, posso ir ao médico de novo, ou podemos pensar em adotar.

Não sabia o que responder, só senti uma grande tristeza porque o teste tinha dado negativo, tristeza por não poder engravidar do Danilo, e pura e simples tristeza sem explicação. Poucos dias depois, minha menstruação chegou e percebi que todo aquele drama era apenas TPM.

Na terapia daquela semana, consegui falar sobre outra questão, o suposto sonho que tive com o Léo na madrugada da morte dele. Consegui lembrar das últimas coisas que ele disse, algo como: "Você precisa me prometer que vai ser forte, que vai buscar entender o que aconteceu conosco. Você vai entender quando chegar a hora. Não fuja das oportunidades. Essa deve ser uma busca sua, e no final vai valer a pena".

Acho que cheguei a um ponto decisivo. E para isso, teria que ter uma conversa que provavelmente seria muito, muito difícil.

Minha mãe não gostava do Danilo, não me dava motivos plausíveis para esse não gostar, e ficava totalmente irracional quando se tocava no assunto. Além disso, era católica e não aceitava de maneira nenhuma essa ideia de reencarnação, então como conversar com ela usando as informações que tinha? Depois de refletir, decidi que deveria esperar a oportunidade certa, e enquanto isso, tentar levar a vida sem embates.

A oportunidade chegou, quando parei que tentar planejar. Naquele dia comemoraríamos o aniversário de 90 anos da vovó. A família estava toda envolvida, e ela planejou todos os detalhes da festa, querendo presente, não apenas a família e os agregados, como também pessoas que ela gostava e considerava muito, como vizinhos de longa data, o pessoal da hidroginástica, seus médicos, fisioterapeutas e os amigos da igreja, para isso, apesar da casa dos meus pais ser grande, foi preciso alugar o clube do qual tio Alfredo era sócio.

Ela economizava há anos para essa festa, e mesmo assim, todos queriam ajudar nas despesas, dessa forma, papai levantou os custos e cada um, ou cada grupo, escolhia onde gostaria de colaborar. Os netos se reuniram para pagar a banda, com exceção de mim, que decidi dar o bolo e os docinhos. Os filhos fizeram suas escolhas separadamente, e no final, deu tudo certo.

A festa estava linda, vovó estava muito alegre, e todos, sem exceção se divertiam. Tia Ceci chegou dias antes, para ajudar, e procurou, sem ninguém saber, todas essas pessoas que não eram da família que conviviam com a vovó, então, na noite da festa houve várias surpresas, discursos em vídeo e homenagens. Foi tudo lindo e emocionante, como ela merecia. Ao fim das surpresas, ela agradeceu, com um rápido e significativo discurso, e a banda recomeçou.

Caderno de ReceitasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora