Capítulo 21 - Camarões Grelhados

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Ingredientes

4 colheres de sopa de azeite de oliva

4 colheres de sopa de suco de limão

1 colher de sopa de alho picado

Pimenta-do-reino moída na hora a gosto

700g de camarão-rosa fresco descascado e limpo (sem tripa)

3 colheres de sopa de salsa fresca picada

Modo de preparo

Em uma tigela tempere os camarões com o azeite, o suco de limão, o alho e a pimenta-do-reino. Deixe-os marinando na geladeira por 30 minutos. Em uma frigideira em fogo médio coloque o azeite e assim que estiver bem quente, coloque os camarões. Deixe grelhando por 2 minutos cada lado, sem ficar mexendo neles. Vire do outro lado e espere mais 1 minuto. Sirva a seguir com bastante salsinha picada e azeite.

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As primeiras imagens mostravam a noite de núpcias, um verdadeiro tormento. Ele não me maltratava e nem me machucava, pelo contrário, via em seus olhos verdadeira afeição por mim, mas não era o homem que eu amava, e isso me fez chorar, ironicamente em seus braços. Ele me acolheu e me aconchegou, me prometendo que nas próximas vezes não sentiria mais dor. Mal sabia ele que era o meu coração que estava irremediavelmente dilacerado.

Menos de quinze dias depois, comecei a sentir os primeiros sinais de uma gravidez, e quase apanhei da minha mãe, que logo deduziu que não poderia ser do meu marido. Não entendia muito disso, e rezava para que não fosse mesmo, queria ter um filho do homem que eu amava, queria ter pelo menos essa prova concreta do nosso amor. Ela, junto do meu esposo, decidiu que ficaríamos no castelo até a criança nascer, só depois iríamos para as terras da família dele, onde moraríamos. A justificativa era o meu bem estar, já que se tratava de uma viagem longa e penosa demais para meu estado. A verdade é que ela queria garantir que resolveria o "problema" da criança com suas próprias mãos.

Minha mãe passou a gravidez inteira me ameaçando, dizendo que eu rezasse para que meu filho tivesse as feições da nossa família, para não causar desconfiança. Ela disse que na hora do parto, estaria ao meu lado, e que se o bebê tivesse as feições do pai, daria um destino para ele, que seria dado como morto.

Fiquei desesperada. E rezava o tempo todo. Mas Deus ouviu minhas preces. Um lindo menino nasceu, muito parecido comigo. Acho que o fato de ter nascido um homem também ajudou, e mamãe não fez nada ao meu filho. Sentia que ele era filho do amor de seus pais, e não daquele casamento, e as ameaças de minha mãe confirmaram.

Na frente dos outros, ela não tratava o neto de maneira diferente, mas quando estávamos sozinhas, ela não perdia a chance de dizer que eu tratasse logo de ter outro filho, que não se contentaria com um neto bastardo.

Meu marido se mostrava incomodado com essa presença forte de minha mãe ao meu redor. Ele percebeu que eu ficava diferente perto dela, introspectiva e triste, e começou a dar desculpas para que ela se afastasse um pouco e nos deixasse mais sozinhos. Assim, finalmente fomos viver nas terras da família dele, e meu marido, incrivelmente, me dava mais liberdade que a minha mãe.

Era uma terra estranha, longe das pessoas que eu estava acostumada e que me viram crescer. Mas era respeitada e tinha certa liberdade. Minha mãe não nos visitava, por causa da doença do meu pai, e eu fazia de tudo para não voltar ao castelo, mesmo sentindo saudades do lugar e das pessoas, viver perto dela me fazia mal. Meu marido, quando precisava ir resolver as coisas do meu pai, acabava indo sozinho, porque eu chorava implorando para ficar.

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