Capítulo 07 - Creme de Bis

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Ingredientes:

1/2 lata de leite condensado

2 latas de creme de leite

1/2 caixa de chocolate Bis

Gelatina incolor sem sabor

Modo de fazer:

Prepare a gelatina conforme a embalagem

Bata com os outros ingredientes no liquidificador

Coloque em tigelas e leve para gelar por 3 horas

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Eu e o Léo avisamos do noivado aos nossos pais por telefone, e foi difícil convencê-los de que não casaríamos na igreja e nem faríamos festa. Casamento com cerimônia e festa requeriam muitos gastos, coisas que nós não estávamos dispostos a ter. Havíamos concordado em casar em Teresina, minha cidade natal, num cartório. Coisa rápida e simples.

Mas a minha mãe fez um escarcéu, me ligava trezentas vezes por dia, insistindo em dar uma festa, que arcaria com todos os gastos, e que fazia questão. Já estava perdendo a paciência, e o Léo percebeu.

– Meu amor, tua mãe já não disse que paga tudo? Então vamos satisfazer a vontade dela.

– Mas, Léo, é desnecessário!

– Mas é importante pra tua mãe, Mari.

– Aí é que está. Tem que ser importante pra nós dois, e não pra mãe.

– Meu amor, olha o lado dela. Você está há anos fora de casa, morando com a sua tia, que por ironia do destino é uma irmã que ela detesta. Vocês se vêem raríssimas vezes, porque ela nunca vem aqui e você não tem ido lá por causa das encomendas. Tu é filha única, saiu muito cedo de casa, e agora vai casar e mudar de país! Ela quer que isso seja público, que seja familiar. Além disso, meus pais também gostariam de participar desse momento. Se você mudar de ideia, tenho certeza de que pode ser um momento importante, pra nós e pra eles.

– Pra você é importante, não é, amor? – percebi que ele não estava fazendo aquilo só pela minha mãe. E nem pela dele.

– Um pouquinho. – Confessou e me deixou pensativa – Olha só, tenho uma proposta. – Recomeçou.

– Diz.

– A gente casa aqui, no cartório, só nós, o juiz e as testemunhas, como você queria, e deixa a sua mãe fazer a cerimônia depois, o que você acha?

– Tenho medo da mãe transformar nosso casamento em um acontecimento. – Confessei. – A "La William e Kate", "Charles e Lady Di".

– Entendi, Mariana. – Riu do meu drama – Então estabeleça regras. Aceite, mas deixe os limites claros.

– Tá. Vou pensar.

Assim fiz, e acabei vendo que a ideia do Léo tinha sentido. Minha mãe ficou eufórica, e os pais do Léo fizeram questão de dividir as despesas do casamento com eles. Exigi que fosse uma cerimônia simples e familiar, e que tudo teria que passar pela minha aprovação. Só, que com essa decisão, tudo ficou mais corrido, porque teríamos que ir a Teresina ainda mais cedo, para os preparativos da cerimônia que seria no final de julho, dali a praticamente dois meses.

De posse das nossas decisões, era a hora de tomar atitudes. Pra ser bem sincera, inicialmente, a nossa maior preocupação era a viagem, por isso a prioridade foi: passagens, passaportes, vistos e achar um lugar adequado pra ficar na Espanha, mesmo que fosse temporariamente. Como tinha uma amiga do tempo da escola que morava lá, não foi tão difícil assim resolver esse último, que era justamente o que mais nos dava dor de cabeça. Entrei em contato com essa amiga pelo facebook, e ela se prontificou rapidamente a encontrar um lugar legal nos arredores da universidade.

Caderno de ReceitasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora