Capítulo 03 - Bolo leite moça

5.7K 492 43
                                    


Ingredientes:

4 ovos

1 lata de leite condensado

1 xícara de chá de coco ralado

Meia xícara de chá de parmesão ralado

Modo de preparo:

Bata as 4 gemas na batedeira até que fiquem fofas e claras. Despeje a lata de leite condensado aos poucos, sem parar de bater. Junte o coco ralado e o parmesão. Acrescente as claras em neve, misturando delicadamente. Asse em forno médio pré-aquecido por cerca de 45 minutos. Desenforme ainda quente e sirva.

~

Estava na cozinha, às voltas com as encomendas do fim de semana, quando ele apareceu na porta. Lindo. Nem alto, nem baixo. Nem magro, nem gordo, com o corpo na medida certa. Uma camisa de mangas longas com as mangas dobradas ao meio, na altura do cotovelo e calças jeans ajustadas de forma impecável, como se tivessem sido feitas sob medida. Os cabelos meio negros e os olhos escuros mais lindos que eu já vira na vida.

Minha reação? Quis morrer.

Enquanto ele parecia um deus italiano, existem deuses italianos? Porque definitivamente, ele parecia um. Eu parecia uma bruxa, de touca na cabeça, avental cobrindo uma roupa qualquer de usar em casa e pés descalços, porque odiava sentir meus pés presos e só me calçava se fosse sair.

– Dona Mariana? Esse moço está procurando a senhora. – A irresponsável da funcionária nova anunciou, mesmo tendo sido claríssima sobre as regras de manter os clientes esperando na varanda, bem longe da cozinha, mas a lerdinha parecia não entender.

– Olá! – tentei parecer simpática, apesar do meu visual – Como vai? – tirei as luvas pra apertar a mão dele.

O moreno da porta sorriu, parecia meio surpreso.

– Vim trazer o cheque da Cláudia. – Explicou, olhando como se procurasse alguma coisa.

– Ah. – Exclamei decepcionada. Cláudia era a noiva do mês seguinte, e ele só podia ser o noivo – Vamos sentar na varanda? É mais agradável do que essa cozinha quente. – Convidei tirando a touca e deixando soltos meus cabelos castanhos com mechas acobreadas. (artificialmente, mas quem se importa?).

– Netinha, providencia um suco. – Ordenei pra funcionária lerdinha, antes de sair com ele ao meu encalço.

– Então, Vítor, você trouxe o contrato? – indaguei, apontando a cadeira.

– Desculpa, não sou o Vítor. Esqueci de me apresentar... – Corrigiu e me senti aliviada – Leonardo, irmão da Claudinha. – falou, estendendo a mão e tocando a minha, de novo.

– Ahhhhh! Eu quem peço desculpas. – Acho que fiquei alguns segundos de boca aberta. Como não percebi antes? Havia algumas semelhanças nos traços. Procurei uma aliança nos dedos dele. Nenhuma. Já fiquei mais animada. (O que raramente acontecia)

– Imagina. Olha só, trouxe tudo do jeito que ela me entregou, o contrato assinado pela mana, e o cheque. Mas o cheque é meu, tem algum problema? Me ofereci para pagar o bufê como presente de casamento.

"Ah, que bonitinho!!" – pensei.

– Problema nenhum. – Assegurei – Ela te passou os valores?

– Ela disse que estava no contrato, mas confesso que só peguei pra ler na hora de olhar o endereço daqui. – Confessou com um sorriso tão fofo que não lamentei.

Caderno de ReceitasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora