Nota de delírio

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  Já pensei sim em sair de mim, sair por mim. Pensei como poderia um alguém como eu ser alguém. Quieto mesmo retruquei que não deveria pensar assim. De longe vi a porta abrir e achei que fosse o vento me pregando uma peça, não seria ninguém.

  Ao chegar mais perto vi o chão se transformar em fumaça, olhei para trás e vi um gato, mesmo vendo não acreditei quando dentre segundos o gato já se transformara em uma criatura maior que eu. Tudo tinha sumido, subi no gato e cavalguei, imaginei que estava sonhando quando paramos no meio da fumaça.


Vi o gato voltar ao tamanho original me fazendo descer ao se curvar no escuro.


  Devo dizer que se já estava confuso enlouqueci de vez, mas feito por boa ocasião alguém sai da fumaça cinza que brilhava mas não fedia, não contia mal odor e nem má presença. Eis que caminha em minha direção e espero, antes de me tocar se cobre de fumaça e me vejo diante de uma porta aberta, a minha porta, minha cela de loucura. O tudo que era nada sumiu e entre a porta passa uma leve brisa fria que de alguma forma me acalma e me diz que eu continuo aqui, e mais, nunca sai.

O Portador de memórias - Para jovens idososOnde as histórias ganham vida. Descobre agora