Capítulo 26:

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Três anos mais tarde...

Três anos depois, eu estava na festa de aniversário da minha afilhada. Era bom vê-la correndo para cima e para baixo, enquanto os dedos de Gustavo estavam agarrados aos meus. Cate estava sorridente, com um anel de noivado pendurado em seu dedo, enquanto conversava com felicidade transmitida para Eliot. Por mais incrível que pudesse parecer, Emily e Bruno também estavam de mãos dadas, mas correndo atrás de Júlia pelo gramado próximo a piscina da casa de Henrique.

Aquele não era um sonho bom, como o que tive nas várias noites que se seguiram ao nascimento do bebê mais lindo que já vi na minha vida. E repentinamente, ela estava no meu colo, puxando minha corrente dourada juntos aos meus fios louros já longos.

- Oi, meu amor. – Cumprimentei, segurando-a pela fina cintura. – Está se divertindo?

- Tô adorando a festa, dinha. – Sorriu e depositei um beijo no centro de sua testa, entre a franja castanha-avermelhada e lisa que escorria por ali.

Seus lindos e redondos olhos verdes sorriram para mim, seus cílios curvilíneos entravam em destaque pela pele branquinha e seu sorriso de dentinhos tortos recém-nascidos. Ela era linda, assim como seu pai e sua mãe.

A mesma desceu do meu colo e correu para os braços de um dos avós.

- Você é ótima com ela. Se saíssem juntas, as pessoas diriam que ela é sua filha. – Meu coração se apertou ao ouvir as palavras ditas por Gustavo de maneira tão despojada ao meu lado.

Estávamos juntos fazia um ano e meio, e nossa relação ficava mais forte a cada dia. Era difícil pensar no dia em que o dispensei e ele adorava esfregar aquilo na minha cara, pois na mesma noite, eu fui atrás dele, sem forças por ver Henrique tão bem e estar tão abalada por amá-lo.

Eu me virei para fitar seus belos olhos azuis que me derretiam por dentro e por fora. Nossas noites eróticas passaram por meus olhos e me aconcheguei mais a ele. Por estar muito quente e úmido.

- Muito obrigada por isso tudo. – Henrique falou acima de mim.

Era incrível vê-lo de bermuda de brim. Camiseta branca e pés descalços. Os fios negros estavam quase que completamente aparados e ele parecia bem consigo mesmo. Tão bem, que eu chegava ao ponto de me sentir renovada e inteira.

- Não tem porque agradecer. Eu fiz isso por ela. – Respondi, semicerrando os olhos para ver os dele sob a luz do sol que atravessava os fios dos seus cabelos.

Repentinamente, os dedinhos de Júlia se agarraram a um dos meus. E fui obrigada a me libertar do olhar perfurante de Henrique e das mãos cálidas de Gustavo. Segurei a saia esvoaçante do meu vestido, enquanto ela me puxava em direção a minha mãe, com uma câmera fotográfica em mãos. Era realmente incrível vê-la daquele jeito. Um vestido muito simples, quase nada carregado com glamour e ainda com uma câmera semiprofissional em mãos.

Naquele momento, olhando em seus olhos, eu sabia o que ela sentia. Sabia que ela sentia a ausência de um sentimento que eu também sentiria no futuro. Minha visão ficou embaçada e só me recuperei psicologicamente quando Júlia me puxou até que eu estivesse abaixada ao seu lado, com meus braços rodeando-a por inteiro e sorrindo para a câmera.

*

- Ai, meus pés estão me matando. – Reclamei quando chegamos ao meu apê que ainda dividia apenas com Bruno.

Eu tirei as sapatilhas e joguei-as próximo a porta, a tempo de Gustavo me agarrar por trás, levantando meus pés do chão, dei um gritinho de susto.

Meus protestos risonhos de nada adiantaram para ele. Ele caminhou comigo até o quarto que dividíamos em algumas noites, fechou a porta com o pé e trancou a mesma rapidamente. Me jogou na cama e caiu sobre mim, calando a minha boca com seus lábios sedentos. Eu sorria durante o beijo, rindo das cócegas que ele fazia na minha barriga. Enquanto minhas pernas se erguiam e agarravam seu quadril.

Apenas MeuWhere stories live. Discover now