Capítulo 18 (parte 1/2):

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Oh, girl, I got a secret place that we can go, 'cuz I really wanna be alone. Baby, nobody else gotta know.
Oh, garota, eu tenho um lugar secreto aonde podemos ir, porque eu quero mesmo ficar sozinho. Amor, ninguém mais precisa saber. (Heartbreaker – Justin Bieber).

- O que está fazendo? – Cate indagou, colocando a cabeça entre a pequena abertura da porta.

Olhei para a quantidade de roupas espalhadas pela cama, assim como a mala aberta em que eu as colocava dobradas. Não teria como mentir para ela. Dava para notar por seus olhos que ela desconfiava de certa forma. Sobrancelha erguida, olhos atentos.

- Hum. Decidi ir passar um tempo na casa da praia, uns três dias. – Menti, olhando para a quantidade de roupas ao nosso redor.

Cate entrou no quarto, fechando a porta do cômodo atrás de si. A cama cedeu quando ela se sentou na beirada da mesma.

- Você é uma amiga e tanto, hein? Se eu não perguntasse nunca iria me contar.

Não mesmo, pensei.

- Claro que contaria. Só precisava arrumar as malas. – Dei de ombros, continuando a dobrar as peças.

Cate jogou as roupas para o lado e se deitou com as pernas penduradas, encarando o teto.

- Eu tive uma ideia tão legal. – Ela murmurou, um sorrisinho nada amistoso perambulava em seu rosto. – Sim, eu sou muito provocativa.

- Você já pode dividir a ideia ou vou pensar que está louca. – Comentei, olhando-a de soslaio.

- Que tal ir à um pub hoje? – Seus olhos reluziram contra a luz que adentrava pela parede de vidro.

Eu poderia muito bem dizer não. E a lista a favor desta palavrinha seria gigantesca. Um dos principais fatos era que Natan estava por aí livre, leve e solto. Mas eu também queria dar um “adeus” para Cate, mesmo sem sua consciência. Queria uma última dança juntas. Um sorriso secreto, uma piscadela que só nós conhecíamos. Eu queria aquela cumplicidade que sempre tivemos antes de finalmente partir sem lhe contar a verdade. Queria ser sua irmã por aquela noite, para no dia seguinte preencher o fardo de mentirosa.

Inconscientemente, eu acenei em positivo.

*

Depois de algumas horas. Após Cate deixar os nomes na lista de um pub próximo. Depois de também ligar para Bruno e Eliot para convidá-los a ir, estávamos nos arrumando em meu quarto. É claro que a zona de sempre estava posta em minha cama. Eram tantas peças de tantas cores, que parecia até um evento importante. Mas tinha de concordar que mulheres sempre tem que chegar a um lugar para arrasar e digamos que Cate era expert nesse assunto.

Ela estava andando para lá e para cá, mas podia dizer que era um milagre o fato de ela estar em dúvida apenas entre dois vestidos. Um vermelho e um dourado. Eu, particularmente, torcia pelo dourado, talvez pelo fato de ficar bom com seu tom de pele e por realçar seus lindos olhos verdes.

Ela fechou a porta do closet, e abriu-a alguns minutos depois. Cabelos curtos e jogados sobre os ombros. E o vestido dourado modelando suas curvas, avantajando seus seios e deixando suas pernas torneadas mais longas que o normal. Ela deu uma voltinha, mostrando um decote em “V” nas costas. Dei uma piscadela, feliz pelo simples fato de animar ela.

Mesmo estando animada com a ideia de sair naquela noite, algo ainda martelava em minha cabeça, dizendo que Cate estava armando algo, mas que não queria me contar.

- O.K, chega de me admirar. – Ela abanou os dedos no ar, como quem dispensa algo. – Vamos procurar algo para você.

Voltamos à montanha de roupas.

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