Capítulo 14:

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Give me love like never before, 'cause lately I've been craving more and it's been a while, but I still feel the same. Maybe I should let you go.
Me dê amor como nunca antes, porque ultimamente tenho desejado mais e faz algum tempo, mas ainda sinto o mesmo. Talvez eu deveria deixar você ir. (Give me Love – Ed Sheeran).

Alguns dias se passaram depois de todo o transtorno. Fiquei sem ir ao apê de Henrique por um bom tempo. Apenas refletindo no sofá do apê de Bruno.

O apê que dividiríamos estava quase pronto, só faltavam alguns ajustes na parte elétrica. Nada de me preocupar para onde ir ao final do dia.

Durante algum tempo, quando eu saia das aulas na Jimks, ia andar de moto por Alphaville. Passei por alguns bistrôs, algumas lojinhas com bugigangas legais, outras lojas de roupas. Fiz tudo àquilo apenas para espairecer e pensar um pouco em tudo o que havia ocorrido.

Henrique entrou na minha vida. Não apenas apareceu como um telespectador. Ele, realmente, entrou nos meus dias e aquilo me fez tão bem.
Nossas risadas me fez um bem danado. Suas provocações e até seu modo dominador. Eu precisava de Henrique, isto estava tatuado na minha testa. Não comia direito há dias. Só caminhava pela cidade, procurando-o em cada encruzilhada. Mas tudo era tão confuso. Ao mesmo tempo em que eu queria correr para seus braços, eu queria fugir deles. Pois, de alguma forma, ele trazia tudo a tona. Trazia tudo o que eu queria esquecer e eu me sentia uma traíra quando estávamos juntos. Tinha de contar, não podíamos ter um relacionamento com omissões. Mas eu não estava pronta para abrir a boca depois de anos e botar tudo – de novo – para fora. Eu teria de esperar e com isso, teria de fazê-lo esperar. Se ele me esperasse por mais algum tempo.

A porta do apê de Bruno abriu com um empurrão e ele entrou trancando a porta atrás de si.

- Docinho?

Enxuguei as lágrimas com os dedos e me sentei no sofá, encontrando-o olhando para todos os lados.

- Olá. – Sorri.

Ele me avaliou com entusiasmo, à procura de algo.

- Estava pensando em ir buscar o restante de suas coisas no apê de Henrique, assim já fica mais fácil para levarmos para o apê novo.

Ponderei e Bruno notou minha expressão. Acenei em positivo e ele caminhou em direção aos quartos. Isso significava ver Henrique e ter de encará-lo com tudo – e mais um pouco – rondando meus pensamentos. Eu aguentaria aquela pressão?

- Vamos? – Bruno indagou, agora abrindo a porta da sala.

Caminhei vagorosamente até a porta, pensando aonde este súbito reencontro poderia nos levar.

*

Chegamos ao apê de Henrique e aquele ar que eu conhecia tão bem amoleceu minhas pernas. Cate se levantou subitamente do sofá, notando minha presença e abandonando uma bacia com muita pipoca. Um filme de comédia coloria a televisão. Eliot levantou os olhos em minha direção e sorriu.

- Olá, baby. – Ela cumprimentou dando um beijo no meu rosto, ela estava sorridente demais. Olhos puxados, bochechas erguidas.

- Oi, Cate. – Sorri, sendo diretamente preenchida por aquele companheirismo evidente em tudo que vinha da mesma.

- Venha ver um filme. – Ela convidou, já tocando meu pulso.

- Não, Cate. Vamos pegar as roupas. – Bruno disse, me puxando delicadamente por um ombro.

Cate levantou os olhos e acenou em positivo, pendendo a cabeça um pouco para um lado. Sorri, pois ela sempre fazia aquilo, desde o primeiro dia que nos vimos. Repentinamente, era como se eu tivesse visto a mesma com trancinhas e pendendo a cabeça assim.

Apenas MeuWhere stories live. Discover now