Capítulo 25 (parte 1/2):

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NI: Esse é um capítulo reescrito e com um bônus especial, para aqueles que já leram a primeira versão de "Apenas Meu". De verdade, não sei de onde a ideia surgiu, ela só veio e eu tive que escrever, com isso o capítulo ficou enorme, por isso a divisão. Comentem TUDO o que estão achando!!!

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Her bag is now much heavier, I wish that I could carry her.
A bagagem dela está muito mais pesada, queria poder carregá-la. (Ungodly Hour – The Fray).

- Eu queria saber por que ele fugiu. Se eu contei sobre ela. – Disse para Emily, deitada em seu colo. Relembrando a cena de três dias atrás.

Relembrando a máscara que ele utilizava com os outros, cravada para mim em sua bela face. Algo estava muito errado.

- Ele não a ama. Mas tem obrigação em estar com ela. Ela está para ganhar o bebê e estão noivos agora. E também temos que entender que tudo que aconteceu nos últimos meses mexeu muito com ele a ponto de...

Antes que ela pudesse terminar o telefone tocou. Eu cambaleei até ele e atendi ao terceiro toque: - Alô?

- Boa tarde, gostaria de falar com Agatha Salazzar. – A voz ensaiada da mulher, banhada em sorriso falso, falou.

- Ela mesma. Sobre o que se trata?

- Aqui é da delegacia que a senhorita prestou depoimento há alguns dias. Precisamos que compareça urgentemente aqui para reconhecimento do corpo de Natan Silva.

*

Vinte minutos depois eu entrava aos trancos e barrancos na delegacia. Eu mesma queria reconhecer o corpo. Eu mesma queria ver o fim dado a quem me fez sofrer por tanto tempo. Na recepção eu informei sobre a ligação, enquanto Eric continuava na minha cola, caso algo estritamente urgente necessitasse de sua presença.

- Ah, sim. A senhorita pode me acompanhar, por gentileza. – Uma das garotas se prontificou e sorri em agradecimento, notando seus belos cachos ruivos. Quando Eric fez menção de nos seguir, ela, com um sorriso no rosto estendeu a mão em sua direção. – O senhor pode aguardar aqui, por favor? Lá só se pode entrar o reconhecedor.

Eu acenei a cabeça para Eric, lhe dizendo, em silêncio, que não haveria circunstâncias maiores. Ele se sentou confortavelmente e recusou um café quando uma das garotas ofereceu.

- O que o corpo está fazendo aqui? – Eu sabia que lá não era o local adequado para guardar falecidos.

- Decidimos adiantar esta parte, enquanto o IML vem verificar e retirar o mesmo. – Ela foi explicando, enquanto os seguranças abriam as grades dos cárceres temporários. Quando entramos, notei um cheiro ruim, mas não imaginei que seria do corpo.

Com a cabeça ela indicou a cela a direita e eu segui seu comando, encontrando um corpo forrado com um pano preto. Outro guarda abriu a grade e outro, sem dizer ou indagar algo, puxou o pano o suficiente para que eu visse que realmente era Natan. Pele branca, sem vida. Lábios roxos e entreabertos. Rosto esfolado, nariz quebrado e com cortes na testa e lábios.

Eu pensei que teria força suficiente para vê-lo morto. Mas notei que nunca estivera preparada para aquele momento. Ele poderia estar guardado no fundo do baú dos meus maiores sonhos, mas eu nunca imaginei que seria tão insuportável vê-lo naquele estado. Ninguém tinha o direito de tirar a vida de outro alguém.

- Os outros presos o estupraram, pois ficaram sabendo do crime que ele cometeu e a senhorita deve saber que eles não tiveram piedade alguma. Mas ninguém entregou o verdadeiro culpado, talvez foram todos os três que estavam juntos na cela. – O policial que estendeu o pano murmurou e cobriu o rosto de novo. – É ele mesmo. – Avisou para outros de prontidão com os olhos presos no nada.

Apenas MeuWhere stories live. Discover now