Capítulo 9:

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You've been waiting for this day, all along you know just what to do.
Você tem esperado por esse dia, você sempre soube o que fazer. (Butterfly Fly Away – Miley Cyrus).

Voltar para casa não estava sendo como esperava. Eu ainda tinha tarefas a fazer e Cate já estava irritando meus tímpanos, enquanto falava sobre o vestido. Como ela podia esquecer tão facilmente o fato de termos sido atacadas há alguns dias?

Bruno estava oferecendo uma assistência enorme. Olhando a cada hora se a parte da minha cabeça estava inchada, pois fora o que o médico pedira antes de me dar alta. Não ocorreu nada de grave com Cate, e o tiro – na verdade – passou de raspão em meu ombro. Não entendi realmente como aquilo fora possível pela posição em que me encontrava, mas prefiro pensar que tudo foi uma dádiva de Deus, melhor assim.

Enquanto isso, Bruno preparava canjas e me acompanhava em toma-las diante da TV, assistindo a uma série interessante ou a um programa de entretenimento. Ríamos quando necessário, mas Bruno nunca tocava no assunto do atentado ou no estranho fato de eu estar no carro de Henrique e os motoqueiros terem tanta certeza de que era eu lá.

Também tentava – a todo custo – não pensar no acaso e mesmo em minhas ligações constantes para Henrique – muitas atendidas por Melissa, ou esquecida até cair na Caixa Postal – ele nada me contava. Não me explicava o fato de saber que Cate e eu sairíamos no carro e ele não fazer nada. Ou o fato de ter pagado minha estadia no Hospital como se aquilo apagasse alguma atitude dele.

 Por vezes, a resposta me vinha como se Henrique fosse culpado ou se tivesse armado tudo aquilo. O ataque e até mesmo os tiros contra nós, mas era impossível e inimaginável.

 Muitas vezes meus devaneios mais obscuros me levavam ao nome e ao rosto de Natan no passado e até mesmo no presente. Meu pai acompanhava toda sua vida a distância, tinha detetives espalhados por todas as partes em busca dele, mas nenhum nunca indicava algo negativo para o meu lado. Alguns casos que poderiam o levar a cadeia, mas que duravam apenas por uma noite e não anos como comigo.

- O seu vestido ficou muito lindo. – Cate repetiu exasperada, provavelmente o olhando naquele exato instante. – Aquela vaca chata não para de bater na porta querendo ver nossas roupas.

- Não deixa. – Choraminguei, me jogando contra a cama que dividia com Bruno.

- Nunca! Depois de amanhã ela pode ver as fotos nos tabloides. - Ouvi seu sorriso acompanhando o meu.

 Cate sempre fora assim, animada com todos os fatos, até com os pequenos.

- Vai vir para cá amanhã, não vai? A limusine da mamãe vem nos buscar aqui.

- Sim, mas falando em Raquel, ela ligou para você?

- Ligou e passou um sermão de nunca mais pegar o carro de outra pessoa sem a mesma saber, eu também disse que ela deveria dizer isso para você e não para mim. - E também ficou muito preocupada, pensei, com meu pai perto da mesma, perguntando e sendo recompensado por minhas respostas. Eles disseram que aceitaram a oferta de Henrique e que o pai do mesmo os convidou para um almoço em pros ao meu caso, eles aceitaram por mim e os convidados de sempre: Bruno e Cate.

- Ficou sabendo do almoço? – Indagou Cate lendo meus pensamentos.
 Enruguei as sobrancelhas. – Sim, estávamos compartilhando o mesmo pensamento. – Rimos.

 – Enfim, precisamos de roupas. – Cate iniciou sua típica fala.

- Para almoço é simples...

- Que nada! Já viu a droga das roupas que eles usam nesses eventos? São ainda melhores que festa de gala.

- Não exagera.

Apenas MeuWhere stories live. Discover now