Alex & Daniel [Em andamento]

By vickparrish

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#1🥇 na categoria romance LGBTQ+, no concurso Bevelstoke #3🥉na categoria LGBT+, no concurso Golden // capa p... More

1. Daniel
2. Alex
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15. Alex e Daniel
personagens
16. Alex
17. Daniel
18. Alex
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20. Alex
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23. Daniel
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29. Alex
30. Alex
Q&A🌈
31. Daniel
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47. Alex

24. Alex e Daniel

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By vickparrish

Alex

É melhor falar ou morrer?

O dilema do cavaleiro me consome. Talvez seria melhor morrer do que conviver com a culpa de estragar a amizade com uma das pessoas mais importantes da minha vida, mas como eu poderia viver sem ter ao menos tentando?

- Dan? - o chamei depois de passar longos minutos admirando seu rosto de perfil.

- Sim? - ele se vira ficando cara-a-cara comigo.

- Você realmente não se lembra do que aconteceu na Babilônia quando estávamos bêbados? Juntos?

É nítido todo seu nervosismo, ele arregala os olhos, desvia o olhar, consigo sentir até sua respiração ficar pesada. Por que ele está tão nervoso? Isso quer dizer que ele se lembra?

- D-do que v-você tá falando? - ele gagueja com uma cara esquisita, forçada.

Uma onda de compreensão me toma. Daniel está mentindo pra mim. Um bolo se forma em minha garganta, me sento com os joelhos flexionados e vejo o garoto de pijama se sentar ao meu lado também, só que ficando um pouco mais distante.

- Não se lembra do nosso beijo? - reúno toda a coragem em mim e faço a pergunta explicitamente, não tem como fugir. Olho no fundo de seus olhos esperando uma resposta.

- B-beijo? Tá maluco? P-por que tá falando uma coisa dessas?

- Não mente pra mim, Dan. Eu te conheço suficientemente bem para saber quando está mentindo e você faz isso muito mal. - digo fitando a cidade vizinha, não conseguiria olhar para o meu melhor amigo agora. Não quando parece que ele me torturou durante as últimas semanas, mesmo sabendo que ele nunca faria isso, pelo menos não de propósito.

- Desculpa. - ele diz tão baixo que chega a ser quase inaudível e me viro para olhá-lo. Ele está sério, mas um pouco capisbaixo. - Eu não deveria ter te beijado, não deveríamos ter feito aquilo. Foi o calor do momento e estávamos bêbados. Eu esperava esquecer isso, esperava que você tivesse se esquecido. É tão constrangedor... - ele coloca a mão no rosto fechando os olhos e depois as une na frente da boca olhando para frente.

Sinto como se suas palavras fossem um soco em meu estômago.

- Como eu poderia esquecer, Dan? Me diz, como? Se poder te beijar era e é tudo que eu quero. - o bolo em minha garganta fica cada vez maior. O garoto que antes olhava pensativo as luzes de outra cidade, se vira me fitando atônito.

- Quê?

É melhor falar ou morrer?

- Dan... - murmuro. Um silêncio se forma entre nós e eu preciso quebrá-lo antes que toda a coragem que reuni se dissipe. - Eu gosto de você.

- Claro que gosta, somos amigos. - ele solta um risada nervosa e um suspiro sai da minha boca.

- Não se faça de idiota, não é desse tipo de gostar que eu tô falando... É de outro jeito. Eu estou estupidamente apaixonado por você. Eu quero te beijar, te tocar, entende isso, Dan? Eu juro que não queria, mas é você que desperta minhas borboletas do estômago e que faz meu coração bater acelerado.- olho para minhas próprias mãos.

- M-mas... Alex? Por quê? Você não era apaixonado pela Lisa?

- Lisa? Quê? Claro que não! É por você, sempre foi você! Você e Josh ficavam especulando do porquê eu ter começado a ler livros e me dedicar aos estudos, até comecei a ouvir as músicas que você ouve... Não percebeu que eu fiz isso pra te agradar? Quando eu aceitei sair com o Dave e a Lisa, foi porque eu queria ficar perto de você! Nunca foi Lisa, Dan, sempre foi você! - sinto que meus olhos estão lacrimejando, mas não ouso chorar, não quero que ele sinta pena de mim ou algo parecido.

Fico calado esperando Daniel processar tudo o que eu disse. Me sinto aliviado, ao mesmo tempo ansioso e com medo do que está por vir. Embora Kayla diga que eu preciso ser persistente e otimista, não me permiti criar expectativas em nenhum momento.

- Por que está dizendo essas coisas? - a voz dele sai embargada.

- Porque é verdade, porque eu precisava te contar o que eu venho guardando nos últimos tempos.

- Não pode ser verdade, não pode ser verdade... - Dan fala mais para si e eu seguro suas mãos, fazendo nossos olhos se encontrarem.

- Mas é! Escuta Dan, eu não espero que me corresponda de imediato, só... Não fique com raiva de mim. - o momento é agonizante, mas quando olho o rosto dele mesmo que assustado, só consigo pensar em como ele é encantador.

- Eu não estou com raiva. - ele solta suas mãos e olha para o chão. - Eu estou confuso. Um dia nós somos melhores amigos, no outro você se declara pra mim, isso é nuito assustador! - ele joga o cabelo que caía em sua testa para trás. - E desde aquele beijo eu não consigo pensar em outra coisa, qualquer coisa que me lembra aquele momento me deixa nervoso, desesperado. Eu tô muito confuso, não sei o que fazer.

- Me dê uma chance. - eu tenho que tentar, não é?

- O quê?

- Não precisa me responder agora, só quero que você pense na possibilidade de me ver não só como um amigo e eu prometo que farei de tudo para que você sinta o mesmo que eu sinto por você! - digo com uma determinação que surpreende até à mim.

- M-mas nós somos amigos! E eu não sou bissexual ou algo assim.

- Eu sei... Só que... Mas você disse que não para de pensar no nosso beijo. Por favor, só me dê uma chance, se no fim você ter certeza que não pode me corresponder, eu não te tormento mais e continuaremos a ser os velhos amigos de sempre.

- Isso te magoaria ainda mais, seu idiota.

- Mas eu quero arriscar, por você. Só me deixe tentar, por favor.

Longos minutos sem dizermos uma palavra se passam, só dá de ouvir o vento e o barulho dos insetos. Dan me olha de relance, depois para os próprios pés e então se levanta.

- Eu vou pensar. - ele diz firme e baixo. Não consigo conter um sorriso em meu rosto, me sinto tão feliz que eu poderia beijá-lo agora mesmo, mas isso seria demais e provavelmente estragaria as poucas chances que tenho. - Vamos embora logo, já está muito tarde.

- Tudo bem.

Prontamente me levanto e seguimos até o carro. O silêncio que se instala entre nós é compreensível e sufocante, mas isso não diminui a felicidade e a esperança dentro de mim. Contudo, sei que ainda não posso elevar muito as minhas expectativas, para o meu próprio bem.

- Se preferir, eu pego minhas coisas e volto pra dormir na minha casa, não quero te deixar desconfortável depois do que eu disse e tal. - digo quando nos aproximamos de nossas casas.

- Não precisa, pode dormir na minha. - ele diz atento à rua.

O mais silenciosamente possível, estaciono o carro na garagem de casa perto do carro de meu pai. Depois disso nos dirigimos à residência de Daniel, ele me impulsiona para subir na árvore - os primeiros galhos são meio altos - e depois eu o ajudo a subir o puxando com a mão. Em nenhum momento ele me encara.

Assim que arrumo meu colchão, tiro a roupa excessiva de mim e fecho a janela logo após, impedindo a brisa noturna de passar.

- Boa noite, Alex. - ele fala de praxe, percebo que está ajeitando seu cobertor, enquanto eu já estou aqui embaixo pronto pra dormir.

- Boa noite. - digo. - E não se esqueça de pensar com carinho, eu gosto muito de você.

Eu nem tinha pensado antes falar, apenas fluiu. Daniel não diz nada, mas sei que me ouviu.

.
.
.

Daniel

Acordo por causa da luz na minha cara. Certeza que Alex pulou a janela, Pego meu celular para ver a hora, já passou da 9 da manhã, ainda bem que hoje é domingo e não preciso ir pra escola.

Não preciso ir pra escola, ou seja, não preciso ver Alex. Sei que uma hora ou outra tenho que vê-lo, mas isso me deixa muito aflito. Enquanto ele se declarava pra mim, eu pensei que eu fosse explodir, um lado meu queria pensar que não passava de uma brincadeira, mas aquela expressão de Alex evidenciava que tudo aquilo era a mais completa verdade.

Eu estava (ainda estou) tão confuso, que acabei dizendo à ele que ia pensar em lhe dar uma chance. No entanto, pensar na gente como um casal faz meu estômago revirar. Não que seja algo nojento, é só que são tantos anos de amizade, que tentar vê-lo diferente chega ser estranho.

Sem sombra de dúvidas, eu gostei daquele beijo na Babilônia e admitir isso é... Não sei, eu tô desesperado. Eu não gosto quando as coisas saem do meu controle, quando eu não sei o que fazer. Mais parece que o universo tá tirando sarro da minha cara.

Ok, vamos jogar às claras. Naquele momento eu me senti atraído por Alex, ele estava tão perto que eu mesmo acabei o beijando - culpa total da bebida ou não -, eu sei que sua mão passeava pelas costas e cintura assim como a minha, mas o que me marcou mesmo foi a forma que ele segurava meu cabelo, era delicado e me causava arrepios. É estranho dizer isso agora, porque na hora eu não me importei, mas eu senti algo cutucando lá embaixo, se é que me entendem.

Enfim, toda essa análise não quer dizer que eu quero replay, eu só estou querendo ser honesto comigo mesmo e talvez exista essa ínfima possibilidade de eu sentir atração física por Alexander, mas eu poderia me apaixonar por ele? Poderia dar a ele essa chance que ele tanto quer?

Se minha cabeça não explodiu durante aquela ressaca, vai explodir agora de tanto pensar.

Após me levantar, ver que o colchão está devidamente posto embaixo da minha cama, fazer minhas higienes matinais e comer, vou aparar a grama e lavar a garagem. Ordens de meu pai que está ajudando mamãe no almoço, enquanto Pati faxina o próprio quarto.

Aparar a grama não é tão difícil, afinal só tenho que usar o cortador de grama, entretanto a atividade mais chata com certeza é juntar as folhas que caem da árvore que fica quase paralela a minha janela. Apesar de fazer bastante sol, não está quente, mas sei que vou suar e, por esse motivo, estou usando apenas uma regata e um daqueles shorts que sempre uso para jogar basquete.

Depois de juntar as folhas e botar num saco preto de lixo, começo a aparar a grama calmamente. Essa calma toda se extingue quando vejo o carro da família Henderson estacionando no outro lado da rua. Todos da família surgem saindo do automóvel muito bem vestidos, devem ter voltado da Escola Dominical.

Se eu conheço os irmãos Henderson, eles devem ter sido obrigados a ir pela Tia Ash, sempre foi assim.

Eles me saúdam e acenam de longe, vejo Tio Michael falar algo pros filhos e logo depois eles vêem até mim. Obviamente Alexander também, o que me faz ter quase vontade de sair correndo. Ambos estão vestidos socialmente e ele ficam bem assim.

Admitir a beleza de Alex é normal pra mim, mas agora, depois de tudo, o negócio entra em um âmbito diferente, não sei se tô o achando apenas bonito ou atraente também e essa só é a ponta do meu iceberg chamado "confusão emocional".

Os irmãos me cumprimentam com high-five, Alex me encara bem mais que o normal, mas noto que ele está meio agitado.

Trocamos mais algumas palavras e eles me oferecem ajuda pra seja lá o que eu esteja fazendo - acho que o Senhor Henderson falou para eles oferecerem assistência -, mas eu nego dizendo que não preciso. Eles insistem, então explico que só falta lavar a garagem e eles acabm desistindo da ideia, até porque é um trabalho rápido e fácil, já que só vou lavar o chão.

Eles vão embora para a casa deles e me sinto aliviado por essa interação ter chegado ao fim. Óbvio que eu gosto da companhia dos irmãos, principalmente de Alex que é meu melhor amigo desde criança, e esse é o problema. Agora que sei que ele tem um interesse romântico por mim, não sei como agir. Cara, um dia desses estávamos nos xingando e tirando uma com a cara do outro enquanto jogávamos um mano a mano na quadra de basquete.

Assim que termino o trabalho, noto que estou todo grudento, então decido tomar um belo banho. Pra mim, o banho sempre foi um momento e reflexão ou para fazer mini shows ouvindo pop rock.

Enquanto me ensaboou, lembro-me das últimas palavras de Alex quando fomos dormir: "E não se esqueça de pensar com carinho, eu gosto muito de você". Nunca imaginei que ele pudesse dizer isso seriamente para alguém, ainda mais pra mim. Senti um frio na barriga e meus batimentos cardíacos tão altos que eu podia jurar que ele poderia ouvir de onde estava.

Já devidamente vestido depois do banho, caminho até a sala de jantar, pois mamãe tinha me chamado para almoçar, para falar a verdade, gritado mesmo.

----

- Mãe, essa feijoada tá divina. - elogio pausando a mastigação.

- Eu sei que tá. - mamãe sorri convencida. - E não fale de boca cheia.

- Parece um cavalo. - Pati diz rindo.

- Pelo menos eu não mastigo de boca aberta. - retruco depois de engolir.

- É verdade, hija, é muito feio, ainda mais pra una niña. - meu pai, que nunca perde o custume de misturar inglês com espanhol, entra na conversa.

- Afe, eu tento, papá, mas não consigo respirar direito. - Patricia coloca uma garfada na boca e faz uma careta esquisita enquanto tenta mastigar de boca fechada e eu acabo caindo na gargalhada.

- Modos na mesa, Dan. - mamãe adverte, fazendo-me cessar o riso aos poucos. - Tava pensando em voltar dar umas aulas de português pra vocês, o que acham? - ela olha de mim para a filha.

- Eu prefiro espanhol. - Pati responde e papai sorri.

- É, eu sei, mas você ainda é metade brasileira. E você, Dan?

- É muito difícil, mas eu já sou praticamente nível intermediário, pra que eu tenho que aprender mais, se eu moro nos Estados Unidos? - indago.

- Porque eu quero e eu que mando, no entanto eu vou pagar leve com você, mocinho. - a mulher semicerra os olhos e se vira para minha irmã. - Mas Pati, você não me escapa, já tá me dando nos nervos você falar em espanhol pra cima e pra baixo e não saber de quase nada de português. Certeza que é por influência do seu pai.

- Oh, mi amor, não tenho culpa se ella prefere seu lado colombiano. - papai fala com pesar, mas tá bem explícito que está se divertindo horrores.

Até o final do almoço, continuamos a conversar, discuti com Pati por coisas banais, mamãe interveio e contou as fofocas da vizinhança, por fim disse que ia chamar os Henderson para jantar hoje. Gelei. Não sei se tô preparado para vê-lo de novo, mas eu não posso ficar fugindo para sempre, sei disso.

Após o almoço, subi para o meu quarto, peguei o celular e entrei no Instagram, rede social essa que até esqueço que tenho. Só para você ter uma ideia, a única foto que tem minha é a do perfil, de um ano atrás. Vou rolando o feed e encotro vários posts de artistas, fotos de alguns amigos, até de Clary, minha ex, que cortou o cabelo e está muito bonita, muito bonita mesmo. Enquanto desço o feed, penso em mandar uma mensagem pra ela, já que faz um bom tempo que não tenho notícias da mesma, até que aparece uma foto que Alex postou há 3 dias, é a nossa na Babilônia onde estamos sorrindo com as bochechas encostadas.

Sei que foi tirada depois dos nossos beijos, mas não me lembro a exata circunstância, mas parecemos bem felizes e satisfeitos, Alex bem mais que eu, ele está radiante na foto. Desligo o celular.

Fico um tempão deitado olhando pro teto do meu quarto pensando na resposta que eu daria à Alex. Apenas com sim ou não eu poderia respondê-lo, coisa simples, mas tudo se torna mais complexo quando olhamos para tudo que envolve, sem contar que meus sentimentos continuam confusos. Talvez deixassem de ser confusos se eu apenas desse uma chance, talvez.

Dormi pensando nisso.

Acordei com minha irmã batendo na minha testa repetidas vezes. Quando eu abri o olho e a vi, agarrei seus pulsos com uma mão para que parasse com aquilo.

- Caralho, tem que me acordar assim? - pergunto furioso, prefiro mil vezes acordar com a claridade do sol.

- Os Henderson já chegaram, mamãe mandou eu vim te chamar para jantar. - ela diz. - E me solta, tá doendo.

----

O jantar foi agradável e divertido, como era de se esperar de um encontro entre nossas famílias. Pati não disfarçou em nenhum momento que é "apaixonada" pelo Alex e Josh teve que sair logo depois de comer, pois tinha que estudar para uma prova.

Assim que Patricia foi vencida pelo sono e subiu para dormir, mamãe me convidou/mandou chamar Alex para o meu quarto no intuito de jogar ou fazer qualquer outra coisa que adolescentes façam para passar o tempo, enquanto os adultos iriam conversar sobre suas coisas de adultos.

Agora que chegamos no quarto, percebo que estamos sozinhos e isso me deixa um pouco nervoso, não que meu melhor amigo fosse me atacar ali, mas sim nervoso pelo que eu vou falar, a decisão que vou tomar.

- Podemos jogar GTA. - sugere Alex analisando minha estante de livros.

- Como consegue agir tão tranquilamente depois do que me disse ontem? - pergunto mais por curiosidade e ele se vira para me olhar.

- Então estou conseguindo fingir? Por dentro estou me borrando de medo do que você vai acabar escolhendo.- ele ri.

- Eu já me decidi.

- Já? - nesse momento eu vejo toda vulnerabilidade e angústia em sua expressão. É estranho, logo ele, que sempre foi destemido e confiante.

- Sim, e eu acho que... Podemos tentar. - digo por fim, soltando o ar que nem sabia que estava prendendo.

- Quê? É sério? - Alex parece não acreditar, seu rosto até se iluminou.

- Aham. Não posso ignorar seus sentimentos, muito menos os meus que permanecem confusos. - digo olhando para qualquer coisa que não seja Alex, minhas bochechas estão queimando. Do nada sinto braços me envolvendo em um caloroso abraço.

- Prometo fazer você se apaixonar por mim, Dan.- ele sussurra em meu ouvido e depois se afasta.

- Não fale coisas embaraçosas assim, mano. - digo acanhado. - Não estamos namorando ou algo do tipo.

- Ainda não, mas obrigado. - ele diz fechando a porta atrás de mim bem devagar.

- Tá maluco? O que tá fazendo?

- Será se eu posso te beijar? - ele pergunta me fitando, seus olhos castanhos estão mais brilhantes que nunca, sua boca está tão convidativa como no episódio da Babilônia. Talvez não haja nenhum mal se eu deixasse que ele me beije, serviria também para eu testar uma coisinha.

- Tá bom. - cêdo envergonhado. Qual é?! Não quero ficar corando toda hora perto dele.

Alex segura meu rosto com uma mão e aproxima o rosto do meu até que seus lábios pudessem tocar minha boca. Não parece esquisito, nem mesmo errado, pelo contrário, é bom. Sinto como se esse toque singelo emanasse todos os sentimentos puros entre nós.

Quando Alex pede passagem para adentrar sua língua, não ofereço resistência nenhuma. Diferente de como ocorria nas vezes em que eu beijava garotas que eu não possuía conexão nenhuma, esse beijo é gostoso, me dá vontade de continuar e continuar.

Eu não sei o que fazer com as mãos, beijar um cara é diferente de beijar uma menina, afinal de contas. Alex está com uma mão em meu rosto e o outro nas minhas costas, então acabo o imitando.

O controle do beijo é alternado entre nós dois, mas nossas línguas parecem ter uma sintonia tão surreal que isso acaba não importando muito. Estamos quase nos fundindo de tão próximos que estamos, o beijo é lento e me causa vários arrepios sempre que ele suga meu lábio inferior. A mão que estava em minha nuca, sobe para os meus cabelos firmemente, e meu Deus, como isso é bom. Em algum momento sua mão aperta minha cintura fazendo nossos quadris se esfregarem ainda mais.

Só consigo voltar à realidade quando o ar me falta e começo a sentir o "amiguinho" de Alex ganhando vida, mesmo que esteja preso em sua cueca e calça jeans.

Eu fico um pouco desnorteado depois do beijo, mas quando olho para Alex, ele está sorrindo, aquele sorriso que faz seu rosto ficar ainda mais perfeito. Não é só por causa das suas covinhas, dos seus dentes alinhados, ou o fato de seus olhos sorrirem juntos, mas sim por carregar uma sinceridade extraordinária.

- Acho melhor irmos jogar alguma coisa pra se caso alguém vier aqui. — ele diz coçando a nuca.

- E você esconde esse negócio aí. - aponto para sua área pélvica, ele olha para baixo e depois tampa com a mão se desculpando. Eu rio da sua cara, mas algo dentro de mim gosta de saber que causo isso nele.

Fomos jogar GTA e foi como todas as vezes em que jogamos antes. Quando os Henderson foram embora, não dizemos nada sobre o que se diz respeito à nossa relação, apenas nos despedimos como sempre.

Amanhã já é segunda-feira, tem aula, decidi dar uma chance ao Alexander, é como se um novo arco estivesse prestes a começar. Enfim, apesar de tudo, espero nunca perder nossa amizade.




________

3580 palavras

N/A: Oi, Leitores, sentiram minha falta? Gostaram do capítulo de hoje? Espero que sim, pois teve beijo e Alexiel já é >>quase<< real ihuuuu

O momento em que o Dan ia decidir dar uma chance pro Alex iria ser só depois, mas aí eu pensei em agilizar o processo, mas ainda assim espero que tenha fluido naturalmente o negócio, pelo amor de Jesus Cristo que nasceu em Belém.

Esse possivelmente é o último capítulo do ano, porque vou estar muito ocupada esse fim de ano, mas em janeiro volto à programação normal ok? Então já desejo Feliz Natal e Feliz ano novo antecipadamente pra vocês que acompanham minha história. Muita prosperidade, saúde(principalmente) e dinheiro, claro💛💛

Enfim né, espero que tenham gostado do capítulo, deixa seu like, ops, seu voto/estrelinha⭐, uns comentários bacanas e até a próxima❤

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