Alex & Daniel [Em andamento]

By vickparrish

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#1đŸ„‡ na categoria romance LGBTQ+, no concurso Bevelstoke #3đŸ„‰na categoria LGBT+, no concurso Golden // capa p... More

1. Daniel
2. Alex
3. Daniel
4. Alex
5. Daniel
6. Alex
7. Daniel
8. Alex
9. Daniel
10. Alex
11. Alex
12. Daniel
13. Alex
14. Daniel
15. Alex e Daniel
personagens
16. Alex
17. Daniel
18. Alex
19. Daniel e Alex
20. Alex
21. Daniel
23. Daniel
24. Alex e Daniel
25. Alex
26. Alex e Daniel
27. Alex
28. Daniel
29. Alex
30. Alex
Q&A🌈
31. Daniel
32. Alex
33. Daniel
34. Daniel e Alex
35. Alex
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37. Alex
38. Daniel
39. Alex
40. Daniel e Alex
42. Alex
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46. Alex e Daniel
47. Alex

22. Alex

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By vickparrish

Mesmo depois de mostrar nossas fotos para ele e de Andrew contar como nos escontrou, Dan não disse nada sobre o nosso beijo.

Eu só notei ele um pouco tenso e atordoado no domingo, mas isso se deve ao fato de sua primeira considerável ressaca, talvez.

E sim, eu estava e estou com medo de começar esse assunto, pois se eu contar que nos beijamos, logo, terei de contar que estou apaixonado por ele e acho que ainda não estou pronto para isso. Para falar a verdade, eu nem sei como lidar com essa coisa, eu nunca me apaixonei verdadeiramente por ninguém antes, aí quando finalmente tal coisa acontece é pelo meu melhor amigo homem. Tem como ser mais complicado que isso? Talvez, mas já está suficientemente complicado por agora.

Mas uma coisa eu sei: eu não posso ficar adiando por muito tempo o dia em que contarei sobre meus sentimentos. Angel e Kayla parecem que combinaram com seus conselhos, ambos disseram quase a mesma coisa para mim sobre o que se diz respeito a me declarar.

Mas caralho, eu tenho medo! Eu sinto como se estivesse preso em um livro ou em um filme clichê onde o protagonista se apaixona pelo melhor amigo e vive num dilema sem fim.

Cara, quando eu acordei naquele domingo, pensei que estava no paraíso. Enquanto me espreguiçava, vi Daniel ao meu lado da cama dormindo feito um bebê com a testa um pouco franzida. Mesmo com a dor de cabeça infernal, eu consegui sorrir.

Nesse momento, me veio todas as lembranças da madrugada em Babylon, pensei que meu coração iria explodir. Tudo aquilo não tinha como ser apenas fruto da minha imaginação, pois se eu me esforçasse bem eu ainda podia sentir o gosto da língua de Dan, como era sensação de sugar seu lábio inferior, de ter seus cabelos emaranhados em meus dedos e seu corpo tão colado ao meu. Quer dizer, ainda posso, quero deixar essa cena bem fresca na minha memória.

Depois que o filme acabou e fomos conhecer o Golden Retriever de Andrew — que vive em uma casinha no quintal, pois a mãe de Drew é alérgica —,  o motorista dele nos deixou em casa, Dan ficou calado o trajeto todo e, mesmo eu querendo agir naturalmente, não consegui puxar uma conversa para quebrar aquele silêncio quase ensurdecedor. E eu não digo isso para ser clichê, mas sim porque meus pensamentos estavam à mil.

- Por que você não avisou que iria chegar a essa hora? — a mãe reclamou assim que entrei em casa, eram quase 7 da noite.

- Mãe, tá cedo. — disse cansado, estava precisando dormir.

- Cedo uma ova, faz quase um dia que eu não te vejo, garoto!

- Eu liguei para o papai hoje à tarde.

- Ligou? Como eu não fiquei sabendo disso? — ela elevou a voz se virando para o pai que estava sentado na poltrona da sala.

- Isso já não é problema meu, estou indo pro meu quarto, ok? — Soltei um bocejo e subi as escadas deixando meu pai se explicando para a esposa que esqueceu de avisar, pois estava ocupado corrigindo provas.

Não vi Josh quando entrei no cômodo, mas nem me importei, fui logo tirando minhas roupas para tomar um banho e cair no sono. Entretanto, quando abri a porta do banheiro, me deparei com meu irmão sentado na privada lendo o rótulo do xampu.

- Porra, Alex! Pode nem cagar em paz mais nesse caralho? Sai daqui! — ele empurrou a porta com tudo me deixando apenas com a opção de esperar.

Me deitei na minha cama apenas de cueca e liguei o celular para checar as mensagens. Mas quem disse que fiz isso? O primeiro aplicativo que entrei foi a galeria e me perdi naquelas fotos com Daniel, tiradas minutos depois de nos beijarmos. Eu sei que estávamos bêbados, mas como ele pode não se lembrar, enquanto eu fico todo bobo me recordando do que houve e sem saber o que fazer quanto a isso? Quanto egoísmo.

- E aí, como foi lá? — Josh surgiu no quarto fechando a porta do banheiro.

- Ah, a festa?

- E o que mais seria?

- Ah, bem, foi... Memorável.

- Acordou de ressaca?

- Claro, mas nada de monstruoso. O Dan acordou pior que eu.

- O Daniel? Pensei que ele não bebesse tanto.

- E não bebe, mas uma amiga nossa convenceu ele. — solto um riso nasalado.

- Hmmm. — Josh murmurou enquanto digitava algo no celular, mas ele logo continuou, erguendo o olhar para mim. — Então, você conseguiu ficar com a menina que tu gosta nessa sua festa? Ou ela não foi?

- Q-quê? Eu fiquei com quem? — disse nervoso.

- Isso que eu quero saber, seu imbecil! Você não tá a fim de alguém? Conseguiu ficar com ela?

- Ah... Ficamos sim. — sorri involuntariamente — Só que a gente tava bêbado, e acho que ela não lembra.

- Foda... — ele me lançou um olhar compreensivo. — Bem, agora só te resta se declarar e beijá-la quando ambos estiverem sóbrios, irmãozinho.

Até hoje não sei qual foi desse conselho fajuto, sendo que nunca vi meu irmão mais velho com namorada, sem contar que ele está caidinho por uma mesma garota há um bom tempo.

Conversamos mais um pouco enquanto eu esperava o possível fedor de merda sair do banheiro. Josh me contou que estava planejando dividir um apartamento com um amigo em um prédio perto da Universidade, mas que ainda estavam apenas pensando nessa possibilidade. Ele pediu para eu não falar sobre isso com os nossos pais.

Segunda- feira foi maçante como sempre, primeiro dia da semana onde todos preferiram fazer qualquer outra coisa ao invés de assistir às aulas chatas. Pelo menos Daniel voltou a agir normalmente comigo, como se todo aquele certo desconforto no carro nunca tivesse acontecido, e não sei se posso considerar isso bom ou ruim, levando em conta que até hoje ele não demonstrou se lembrar de nada, exceto em algumas raras ocasiões durante a semana.

Mudando de assunto, só para variar, nessa segunda-feira —  acho que por eu estar bem observador — notei certos olhares direcionadas à mim quando adentramos o colégio. Não que eu tivesse a plena certeza que era amado por todos(claro que não, isso seria ilusão), porém quando se é popular, por um momento você esquece que há pessoas racistas em todo lugar.

Eu já vi muitos daqueles olhares de desprezo, desde criança, muitas vezes já até chorei por causa deles e hoje em dia sei muito bem quando tais olhares estão atrelados à minha cor. É horrível. Além disso, é impossível não imaginar como me olhariam se soubessem que sou bissexual. Negro e LGBT, existe lugar no mundo para mim nesse país? Nesse mundo?

Enfim, por algum motivo eu comecei a cumprimentar e falar com Lisa e Dave pelos corredores. Bem, talvez o nome desse motivo seja: 3 homens, 1 mulher e 1 segredo.

Na terça- feira à noite, consegui terminar de ler "O sol é para todos", senhor Henderson fez questão de discutir o livro comigo e era bem notável sua animação por ver seu caçula se empenhando em algo que não fosse basquete.

No dia seguinte, pedi ao Dan que aparecesse lá em casa para me ajudar nas tarefas escolares. Óbvio, sem pretenção nenhuma.

- Hey, Alex! Trouxe até meus materiais, já que vou fazer as atividades junto contigo. — ele disse assim que o recebo na porta, o garoto usava uma bermuda jeans, chinelo e a típica camisa da Nirvana. Se eu disser que não senti aquele desconforto no estômago, estaria mentindo.

- Que bom, pelo menos assim você tem um pouco mais de paciência com seu velho amigo aqui. — brinquei.

- Qual é? Eu sempre sou paciente para ensinar, paciente até demais. — respondeu. Admito, ele não estava errado.

Depois disso, o direcionei para o quarto. Joguei meu caderno na cama e sentei lá esperando Dan fazer o mesmo, ele pareceu um pouco relutante no início, mas logo se sentou ao meu lado e colocou sua mochila no outro.

Não é qualquer um que pode jogar coisas na minha cama, mas a gente abre uma excessão, certo?

- Josh não tá em casa? — ele perguntou pegando meu caderno.

- Não, nem sei onde ele tá, quando cheguei do colégio, a casa tava vazia.

- Ah... — vi ele folheando as páginas do meu caderno. — Nossa, você começou a fazer anotações? — disse me olhando surpreso.

- É né... O que foi? Tá abismado? — falei todo convencido.

- Óbvio, antes quando eu olhava seu caderno sempre estava praticamente em branco, e eu sei bem que você tirava foto do quadro e esquecia da existência delas depois. — ele me encarou com aquele ar de sabe-tudo. Nem sei o motivo, mas o encarei de volta mais do que devia.

Desde que eu passei a observá-lo melhor, notei que, apesar do mesmo não conseguir encarar alguém por muito tempo, seu olhar é bem profundo, como se estivesse te desafiando a mergulhar naquela escuridão. Eu realmente não me importaria em me afogar nele.

- Oh, você me pegou, Sherlock. — falei sarcástico. — Vamos começar, por qual? Tem de química, geografia e estudos sociais. Esqueci de algum?

Enquanto Dan me explicava sobre determinada lição ou assunto, ele ficava bem compenetrado naquilo, não sei como, mas ele entendia tudo e ensinava com maestria e com uma dicção impecável. Se uma terceira pessoa estivesse ali, veria, com toda certeza, minha cara de bobo.

Contudo, era bem mais interessante observar suas sobrancelhas arqueando toda vez que eu errava de propósito uma questão ou quando ele esquecia uma determinada palavra...
Seu pomo de Adão se mexendo ao falar...
Ele umedecendo os lábios com a língua vez ou outra (Eu poderia fazer isso por você, Dan), causando-me novamente aquele enjoou na barriga e uma súbita vontade de beijá-lo pelo menos mais uma vez.

Em um momento quando tínhamos acabado de terminar as tarefas, Daniel virou sua cabeça para arrumar suas coisas, ficando assim meio que de costas para mim. Não me contive e acabei passando minha mão por entre seus cabelos, eu queria relembrar aquela sensação.

- O que você tá fazendo? — o garoto me perguntou em sobressalto.

Eu fiquei sem reação, então apenas mudei de assunto e o chamei para jogar um mano a mano na quadra da praça.

Ontem, quinta-feira, eu já não conseguia mais guardar minhas frustrações amorosas. Meu coração passou a acelerar toda vez que eu ficava perto do meu melhor amigo, pelo menos antes não era tão comum essas borboletas bêbadas e desgraçadas no meu estômago. Eu vi que, definitivamente, estava fadado a essa paixão e que eu não tinha mais escapatória, se é que eu já tive antes.

Outra vez, chamei Kayla para irmos ao Ruby's Burger depois do meu treino de basquete, a mesma aceitou de prontidão contanto que eu pagasse seu lanche e assim o fiz. Ela me olhava atentamente enquanto eu contava o episódio na Babylon e meus surtos internos durante a semana. Quando eu terminei de falar tudo, ela exclamou:

- Oh meu Deus! Oh meu Deus! Puta merda, vocês se beijaram! — seu olhar era uma mistura de surpresa e alegria.

- Aprendeu a reagir às coisas assim com a Marie?

- É a vida, às vezes a gente pega alguns traços dos amigos. — Kay falou séria, mas rapidamente voltou seu olhar interessado para mim. — E aí, o que vai fazer?

- Isso é o que eu quero saber. — suspirei apoiando minha mão na testa.

- Não tem como eu te dizer o que fazer toda vez, você tem que tomar suas próprias decisões e eu acho que, no fundo, você já sabe. — Kayla disse com tanta propriedade me encarado que, por um momento, pensei que ela estivesse vendo todos os meus pecados.

- Deve ser tão no fundo que até agora eu não sei. — quando eu fui ver, já tinha acabado minhas batatinhas e só me restara a coca-cola. — Pensei que você fosse mais natureba, Kayla, mas tá tomando até refrigerante de laranja. — observei seu lanche: um refri e um sanduíche natural grande.

- Não é porque eu sou vegetariana, que eu sou saudável o tempo todo. — ela revirou os olhos. — E outra, Kayla adora refrigerante de laranja!

Ri da sua referência e agradeci mentalmente por ela ter conseguido me descontrair um pouco. Depois voltamos a conversar sobre o assunto original, pelo menos eu já estava um pouco mais relaxado, apesar do desequilíbrio entre o meu emocional e racional.

Quando fomos embora, foi impossível não lembrar com rancor e ódio daquela vez em que fui surpreendido por policiais. Saber que você é suspeito apenas por causa da cor da sua pele, dói, dói muito.

Fiquei esperando Kayla do lado de fora, pois ela tinha ido ao banheiro. Quando voltou, a garota disse que conseguiu o número da garçonete que sempre nos atende, a de cabelo Black Power. Contou que tinha a visto na Babylon no sábado e que, como esbarrou com ela quando saía do banheiro, resolveu arriscar e pedir seu número.

- E qual é o nome dela, afinal? — perguntei.

- Nunca notou o crachá dela? Seu nome é Charlotte. — a garota sorriu como se estivesse saboreando o nome ao dizê-lo.

-----

Estamos nos aquecendo na quadra, o time rival parece ter uma dinâmica muito boa, mas isso não significa nada. Essa partida é decisiva, se vencermos, estamos direto na competição que se inicia logo depois das férias de verão. Meu futuro depende do meu desempenho nela, espero conseguir um bolsa esportiva e depois, quem sabe, ser draftado.

A partida foi bem intensa, com contra-ataques fortes. Tanto nossa defensiva quanto ofensiva fizeram seu dever de casa, porém não posso dizer que foi um jogo fácil, longe disso. Mas ainda assim conseguimos vencer e,  mais uma vez, fui artilheiro do time.

Mesmo estando na "casa" do adversário, comemoramos feito loucos. Enquanto eu sorria e brincava com meus colegas, procurei por Dan com o olhar e não o vi em lugar algum, até que sinto alguém pulando em minhas costas.

- Hey! Parabéns, foi artilheiro outra vez, hein?! — ouço aquela voz familiar soar perto do meu ouvido, automaticamente viro minha cabeça ficando com o rosto bem próximo do de Daniel.

Por incrível que pareça, não houve constrangimento, eu sorrio com uma alegria genuína tirando Dan das minhas costas e o abraçando logo depois. Mesmo com nós dois molhados de suor, a magia ao abracá-lo não se perde.

- Você também jogou muito bem!


____________

2379 palavras

N/A: Oi, meus consagrados! Eu fiquei ansiosa e resolvi postar com um pouco de antecedência o capítulo, senão eu ficaria mudando, mudando e mudando.

Quero avisar que o próximo capítulo vai ser muito legal (com direito a possível tombos). Bem, é o que eu espero, de acordo com o meu roteiro mental kkkk

Espero que tenham gostado desse capítulo, Desculpem qualquer erro gramatical, não se esqueçam de deixar uns comentários bacanas e o seu voto/estrelinha⭐, é mega importante e até a próxima!❤

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