FALLING - JAMES POTTER

By gifwrnandes

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De volta para o castelo mágico da Grã-Bretanha para um novo ano letivo, uma jovem estudante da Lufa-lufa é su... More

FALLING
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
CAPÍTULO QUARENTA E UM

CAPÍTULO TRINTA E DOIS

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By gifwrnandes

As nuvens frias e cinzentas pairavam no céu naquela manhã de quinta-feira no castelo, forçando os estudantes a retirarem os cachecóis e os suéteres bordados de seus armários. A brisa rodopiava sobre os flavescestes fios de cabelo da garota da Lufa-lufa, enquanto ela atravessava a entrada do saguão.

A aula de Adivinhação começaria em menos de quinze minutos e a viagem pelo castelo até a Torre Norte era longa. Seis anos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts haviam ensinado que se você não quisesse um atraso em Adivinhação, era necessário caminhar em direção à Torre Norte um bom tempo antes do início da aula.

Quando parou no meio do caminho para recuperar o fôlego, os olhos da lufana foram cobertos por uma mão gélida. Ela ouviu uma risada genuína e um sorriso cruzou o canto de seus lábios ao reconhecer o melhor amigo da Corvinal.

— Sinto muito, mas não vou me atrasar por sua causa — ela riu.

— Não fale como se você fosse uma pessoa que se importa com os atrasos — Liam alfinetou e afastou a mão dos olhos dela. — Aula de Adivinhação?

— Sim — ofegou a menina. — Poderia ter um atalho. É cansativo demais andar todo esse caminho.

— Eu conheço um caminho mais rápido.

— Qual é a probabilidade desse caminho acabar nos atrasando?

— Zero a dez? — Liam mordeu o lábio, pensativo. — Sete.

— Eu morro durante o caminho, mas não me atraso para mais nenhuma aula — Ellie descartou a opção do melhor amigo, soltando um riso fraco.

— A professora costuma atrasar mais do que os alunos — o jovem da Corvinal deu de ombros. — Mas tudo bem. É você quem manda.

Ofegando ruidosamente, Ellie e Liam subiram os estreitos degraus em caracol, sentindo-se cada vez mais tontos e exaustos, até que finalmente perceberam que tinham chegado à sala de aula.

Os garotos subiram os últimos degraus e chegaram a um minúsculo patamar, onde a maioria dos colegas já estava reunida. O alçapão se abriu inesperadamente e uma escada prateada chegou aos seus pés.

— Primeiro as damas — disse Liam com um sorriso no rosto, e Ellie subiu a escada.

Aquele, sem dúvidas, era a sala de aula mais esquisita que a menina já havia visto por todo o castelo. Nem ao menos parecia uma sala de aula, mas uma cruza de sótão com salão de chá antigo. Havia vinte mesinhas circulares juntas, rodeadas por cadeiras forradas e pequenos pufes estufados.

— Eu disse que não precisava se preocupar com atraso — Liam lembrou as suas palavras. — Nós até chegamos antes da professora.

— É o que você pensa — Ellie inclinou a cabeça em direção a uma figura escondida em um canto escuro da sala de aula.

Uma voz saiu subitamente das sombras, uma voz suave, meio etérea.

— Sejam bem-vindos.

— Por que eu tenho a impressão de que ela parece um vagalume? — Liam comentou em um tom de voz muito baixo.

— Diga isso mais alto e ela vai prever a sua morte de propósito — a lufana zombou.

A professora Pandora Trelawney saiu das sombras e, à luz da lareira, podia-se ver que era uma mulher muito magra, os óculos imensos aumentavam os seus olhos várias vezes, e ela vestia um xale diáfano, salpicado de lantejoulas. Em volta do pescoço fino, usava colares de contas, e os seus braços e mãos estavam cobertos de pulseiras e anéis, como de costume.

— Sentem-se, crianças — disse, e todos subiram desajeitados nas cadeiras ou se afundaram nos pufes.

Ellie e Liam se sentaram juntos a uma mesa redonda nas cadeiras que não haviam sido ocupadas por uma estudante da Corvinal. A lufana não a conhecia bem, mas sabia que a jovem se chamava Jasmine Porter.

— Hoje iremos interpretar as névoas formadas pelas bolas de cristal, comparando-as com as das páginas cinco e seis dos seus livros — a bruxa explicou.

— Se depender do seu livro, a gente vai ter aula de Runas Antigas — Ellie ironizou, apontando para a caligrafia confusa de Liam. — Já pensou em fazer um curso de caligrafia?

— Cala a boca — ele abafou uma risada.

A lufana fez menção de se levantar de sua cadeira, mas antes de caminhar até a prateleira repleta por bolas de cristal, a voz da professora chegou até os seus ouvidos como uma espécie de alerta.

— Por favor, querida, se não quiser nada quebrado, escolha uma bola de cristal mais ao fundo da prateleira.

— Quem disse que eu vou quebrar alguma coisa? — a garota resmungou.

Ellie mal chegara à prateleira no canto da sala de aula quando se ouviu um tilintar forte que se quebrava no chão. A professora deslizou até ela levando uma pá e uma escova para recolher os pedaços de quartzo que restaram da bola de cristal.

— Ela disse — Liam ironizou, segurando o objeto em um de seus braços e levando até a pequena mesa. — Bem que essa bola de cristal poderia dizer que eu vou ficar rico em uma semana.

Os dois amigos se acomodaram de volta em suas cadeiras, levando a atenção para as páginas referentes às névoas que possivelmente poderiam aparecer nas bolas de cristal.

— Agora que já estão na metade do caminho, cada um de vocês verá o destino dos seus companheiros de mesa — a professora Pandora correu os seus olhos para cada um dos seus alunos.

— Certo — disse Ellie depois de analisar atentamente as páginas do livro. — Se o meu futuro for ruim, eu não quero que vocês me digam nada sobre ele. Eu não quero me desesperar antecipadamente.

— Jasmine vai achar que você é a pessoa mais dramática do mundo — Liam encarou a sua colega de casa.

— É porque ela não conheceu o garoto que eu chamo de namorado — caçoou a lufana. — E o melhor amigo dele também.

— Abram as suas mentes, meus queridos, e deixem os olhos verem além do que é mundano! — gritou a mulher na penumbra.

— Eu não consigo me concentrar com ela falando alto desse jeito — Jasmine cochichou e causou a risada dos outros dois alunos ao seu lado.

— Vamos começar vendo o seu futuro — Liam apontou para a melhor amiga e deu um sorriso maroto.

Ele concentrou os olhos acastanhados nas névoas da bola de cristal na frente da menina da Lufa-lufa.

— Tem uma criança — Liam ergueu uma sobrancelha. — É você segurando uma criança. Tem outra pessoa do seu lado, mas não consigo identificar quem é essa pessoa. Provavelmente é o seu namorado.

As bochechas pálidas da menina carminaram com a revelação da névoa. Liam e Jasmine se entreolharam e riram com a sua reação.

— Eu vejo agora — a jovem da Lufa-lufa se aproximou da bola de cristal de Liam e firmou a sua vista diante do artefato mágico.

Ellie tentou se concentrar diante das exclamações da professora de Adivinhação e da fumaça intensamente perfumada da sala que a deixava um tanto sonolenta e cansada. A menina encarou a névoa na bola de cristal e viu a sombra de um homem sendo atingido pelas costas por uma luz esverdeada.

Ela estremeceu na cadeira e encarou Liam com uma preocupação evidente em seus olhos cerúleos.

— Viu um fantasma no meu futuro? — Liam indagou, curioso.

— Não — ela balançou a cabeça em sinal de negação. — Eu vi alguém sendo atingido por um feitiço, mas não consegui visualizar o rosto da pessoa.

A professora Pandora Trelawney se virou com os olhos atentos quando ouviu as palavras de sua aluna do sexto ano.

— Deixe-me ver isso, querida — disse ela em um tom calmo, aproximando-se em um ímpeto da bola de cristal.

Todos os estudantes na sala de aula se calaram para prestar atenção na mulher. A professora examinou a esfera mágica e levou as mãos até a boca.

— Este certamente não é um futuro promissor — ela comentou, voltando-se para Liam. — É preciso ter muita atenção, querido, o perigo pode estar caminhando lado a lado.

O rosto vívido de Liam tornou-se pálido assim que ouviu as explicações da professora de Adivinhação. Ele sentiu o estômago afundar com a preocupação estampada nos rostos da maioria das pessoas presentes.

— Nunca se sabe se é verdade mesmo — Ellie tentou tranquilizá-lo e colocou a mão sobre o braço do amigo. — Eu não acredito nessas coisas.

— Ela previu que você iria quebrar uma bola de cristal — Liam sussurrou.

— É bem mais fácil do que prever que alguém está em perigo — Jasmine comentou e a lufana concordou com ela. — Alguém quer ver o que o futuro me aguarda?

A mudança de assunto por parte de Jasmine Porter fez o clima de tensão na mesa redonda mudar escassamente.

— Eu vejo dessa vez — Liam fixou os olhos preocupados na bola de cristal da colega e analisou atentamente por um minuto. — Estou vendo um braço machucado. Parecem cicatrizes recentes.

A corvina automaticamente encarou o tecido do uniforme sobre o seu braço direito e abaixou o olhar visivelmente tenso após a revelação de sua névoa. Ela se levantou de sua cadeira em um súbito e correu para fora da sala de aula.

— O que houve? — perguntou a professora, assustada com a saída repentina da jovem.

— Eu vou ver se ela está bem — Ellie avisou, apontando para a saída da sala de aula.

Antes mesmo do início dos protestos da professora Pandora Trelawney, a lufana desceu as escadas em formato de caracol e avistou a figura de Jasmine sentada nos últimos degraus. Ela se aproximou cuidadosamente, sentando-se ao lado da estudante da Corvinal.

Jasmine ergueu os olhos melancólicos e úmidos assim que percebeu a presença da garota no término das escadas.

— Eu vou ficar aqui com você, mesmo que não conte nada sobre as cicatrizes — Ellie quebrou o silêncio entre elas. — Mas se você quiser alguém para conversar, eu vou estar aqui, mesmo que não nos falamos muito.

— Obrigada — Jasmine forçou um sorriso em meio às lágrimas. — Você é muito gentil.

— É assim que devemos tratar as pessoas, independentemente de qualquer coisa — ela sorriu, ajeitando-se no degrau.

Uma nova onda de silêncio invadiu a conversa entre as duas sextanistas até o momento em que a corvina decidiu desabafar sobre as suas aflições.

— Eu sou nascida-trouxa — Jasmine fungou. — Desde o começo do ano, venho sofrendo alguns ataques de um mesmo grupo de pessoas da Sonserina. Eles dizem que se eu contar alguma coisa, eu vou me arrepender disso.

— As cicatrizes foram obras deles?

— Sim — ela assentiu com a cabeça. — Doem mais psicologicamente do que fisicamente, mas faço o possível para não ficar mal por conta disso. Como você pode ver, tem momentos que é impossível não me sentir vulnerável.

— Eu entendo você — Ellie disse, lembrando-se de seu relacionamento passado. — Não é a mesma coisa, mas alguém já me deixou desse jeito.

Jasmine esfregou as lágrimas caídas sobre as suas bochechas com o tecido do uniforme.

— É difícil lidar com essas coisas, mas nós podemos dar um jeito — continuou a lufana. — Eu posso ajudar você a lidar com eles.

— E se eles me machucarem? — Jasmine perguntou, o medo evidente em seu tom de voz quase inaudível.

— Eles não vão te machucar — Ellie estendeu o dedo mínimo. — É uma promessa.

Elas selaram um acordo e Jasmine deu um sorriso vívido. Ajudar as pessoas era sempre uma ótima oportunidade e a amizade que poderia vir de bônus consequentemente fez a lufana abrir um sorriso genuíno no canto de seus lábios.

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