FALLING - JAMES POTTER

By gifwrnandes

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De volta para o castelo mágico da Grã-Bretanha para um novo ano letivo, uma jovem estudante da Lufa-lufa é su... More

FALLING
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
CAPÍTULO QUARENTA E UM

CAPÍTULO DEZENOVE

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By gifwrnandes

Um soluço agudo esvaiu dos lábios da menina de cabelos áureos. Um pesadelo havia assombrado a sua noite de sono. Ela olhou para os dois lados da cama e sentiu um calor envolvendo a sua cintura. Quando se tocou da origem do calor, a voz em sua consciência exclamou como uma forte sirene dentro de seus devaneios.

Ela e James estavam dormindo abraçados.

— James, acorda — Ellie se mexeu no abraço.

Ela cutucou o braço do menino. Em um impulso dado por seu próprio corpo, Ellie se virou no abraço para permanecer diante do rosto de James, cutucando a ponta do nariz dele em uma tentativa de acordá-lo.

Ele resmungou.

— Eu pedi para você acordar.

— Já é hora de acordar? — as pálpebras dele vibraram.

— Não.

— Então, eu não vou acordar — James deixou um suspiro exausto escapar de sua boca.

— Se você não acordar, eu vou chutar você — Ellie respirou fundo.

— Estou acordado.

Ele abriu os olhos inchados e exaustos do dia anterior. Demorou cinco segundos para ter notado a posição em que estavam no momento, e Ellie concluiu tal fato por ter visto o arregalar de olhos de James.

A menina sentiu a respiração do garoto fisgar a pele de seu rosto e conteve um sorriso genuíno nos lábios.

— Por que estamos assim? — as sobrancelhas dele se uniram em uma careta.

— Eu não sei — Ellie contorceu os lábios. — Apenas me solta.

James se mexeu na cama, movendo o seu braço para junto de seu corpo. A menina se sentiu livre do aperto do abraço, mas o calor sumindo da área da cintura a deixou um tanto desolada.

— Foi por isso que você me acordou — ele quebrou o silêncio constrangedor. — Em minha defesa, eu sou sonâmbulo.

— Você ao menos sabe mesmo a definição de sonâmbulo?

— Não — James revirou os olhos. — Mas finjo que sim.

O silêncio preencheu novamente os cantos do dormitório masculino.

— Isso é constrangedor para você tanto quanto é para mim? — Ellie indagou.

— A palavra não é constrangedor — James pensou um pouco. — Eu definiria de outro jeito, mas é melhor deixar quieto.

A timidez ardeu no peito da menina da Lufa-lufa.

Ela sentou-se na cama com o apoio das mãos e passou as mesmas pelo cabelo despenteado. A timidez sumiu em poucos instantes, oferecendo espaço para o pânico que havia consumido os seus pensamentos durante o sono.

— Qual é o problema? — James perguntou, gentilmente. — Foi o meu abraço que te deixou desse jeito?

— Não — Ellie deu uma risada fraca com a dedução. — Eu gosto do seu abraço. Eu estou pensando no pesadelo que me acordou.

— Pode me contar o que aconteceu — ele disse, hesitante. — Se você quiser.

As memórias do pesadelo se refrescaram em seu cérebro. Ellie detestava passar pela experiência de ter pensamentos sombrios durante a noite e mais ainda, odiava o descontrole que possuía sobre a sua mente. Se pudesse escolher um superpoder exótico, definitivamente escolheria o poder de controlar o seu sono.

— Eu não sei bem como explicar o que aconteceu — ela começou. Os dedos fizeram traços em seu cabelo claro. — Era uma casa. E nós estávamos nela, eu, você, os meninos. Alguém entrou e começou a sussurrar em uma língua estranha e todos morreram ao ouvir aquilo.

Um suspiro longo fugiu de seus lábios.

— Menos eu — Ellie encarou os olhos cheios de preocupação de James. — Eu entrei em desespero. Comecei a chorar e soluçar, não conseguia ajudar ninguém. Não tinha nenhuma maneira de ajudar.

— E você acordou.

— Sim — Ellie esfregou as mãos nos olhos. — Eu espero que isso nunca aconteça.

O garoto da Grifinória mordeu o lábio inferior. Parecia estar alheio diante da explicação do pesadelo, mas não hesitou em falar o que estava o afligindo após ouvir o relato da menina.

— Que estranho — James franziu as sobrancelhas. — Eu tive o mesmo pesadelo há poucos dias.

Uma carranca se formou no rosto da jovem de cabelos áureos. Milhares de teorizações e hipóteses surgiram como uma lâmpada sobre a sua cabeça.

— Por que eu acho que isso não é uma coincidência?

— Eu acho que você pensa demais — James disse, sonolento.

— Eu não acho, mas é melhor pensar demais nas coisas do que ser lerdo como você — Ellie alfinetou. — O seu jeito me assusta às vezes.

— Eu não sou lerdo — ele protestou. — Apenas penso com calma.

— Grande diferença — ela abafou um riso. — E se alguém estiver controlando os nossos pensamentos?

James jogou o próprio corpo dramaticamente sobre a cama e deitou a cabeça em um dos travesseiros que preenchiam os lençóis. As suas mãos repousaram sobre a sua testa e depois se voltaram em direção à Ellie, indicando a jovem com o dedo indicador direito.

— Você pensa demais — ele bufou.

— Eu não penso demais, James.

— Eu apenas quero dormir demais — insistiu o menino. — E você deveria fazer a mesma coisa.

— É claro que eu vou conseguir dormir depois de ter visto os meus amigos mortos e descobrir que um deles teve o mesmo pesadelo — Ellie não pôde controlar o sarcasmo.

O jovem hesitou em respondê-la no mesmo tom, mas não conseguia pensar em nenhuma resposta com sono. Ele fechou os olhos para ignorar as supostas ideias de Ellie sobre os pesadelos em comum, porém um barulho de estilhaços caindo ao chão fez James pular da cama.

O som atiçou também todos os sentidos da menina.

— Isso é alguma brincadeira para não me deixar dormir hoje? — James perguntou, esfregando a mão na nuca.

— Mas é claro que é uma brincadeira — Ellie revirou os olhos. — Acha mesmo que eu perderia o meu tempo com algo assim?

Os lábios de James se curvaram em um sorriso fraco.

— Não me responda.

— Eu não ia responder mesmo — ele mentiu, analisando o dormitório. — O barulho veio do banheiro.

Os olhos da menina correram até o encontro das camas no dormitório masculino. A cama de Sirius encontrava-se desarrumada, os lençóis amarfanhados, o travesseiro no chão provocou a atenção de Ellie.

O som de estilhaços sendo esmagados ao chão causou novamente a atenção dos dois adolescentes acordados. Ellie levantou-se, e cuidadosamente, caminhou em direção ao banheiro.

— Lumus — ela proferiu.

Uma luz fraca e esbranquiçada irrompeu da ponta de sua varinha. Ouvindo passos atrás dela, Ellie virou-se e viu James fazendo o mesmo caminho até o banheiro do dormitório da Grifinória. A mão da garota empurrou gentilmente a porta e ela encontrou uma figura agachada no chão.

A cena diante de seus olhos fez o coração de Ellie arfar em seu peito. Havia vidros do espelho pelo chão, estilhaçados em mil pequenos pedaços e Sirius estava sentado perto dos mesmos. A garota se esquivou entre os estilhaços para conseguir chegar até o amigo.

— Sirius — ela chamou em um sussurro.

Lágrimas silenciosas corriam pelas bochechas do garoto quando ele encontrou os olhos da menina. Ele começou a soluçar. A intensidade do soluço foi tão forte como se todas as emoções atoladas no coração quisessem sair sem a sua permissão, e muito menos sem o seu controle.

— Eu estou bem — mentiu Sirius. — Me desculpa por ter acordado vocês.

— Não — Ellie colocou a mão sobre o ombro do garoto. — Você não está bem.

— Me deixa aqui, por favor — ele fungou, a voz cedendo no final da frase. — Eu não quero que ninguém me veja assim.

— Me dê uma boa razão para te deixar sozinho agora, Sirius — a menina insistiu, olhando o cinza místico na profundidade dos olhos de Sirius.

— Eu sou um fardo — Sirius sussurrou. — Para vocês e todas as pessoas que eu conheço.

— Eu disse uma boa razão — Ellie agarrou firmemente o ombro do garoto.

O garoto caiu em seus braços, ele não conseguiu controlar as lágrimas por mais um segundo.

Sirius chorou com satisfação, as mãos trêmulas envolveram o abraço da garota. Ellie ergueu uma das mãos que envolvia ele nos seus braços e enroscou nos cabelos longos de Sirius que normalmente seriam perfeitamente escovados, mas agora estava em um estado que ninguém via. Estava embaraçado e grudado em algumas áreas por conta das lágrimas.

— Quer me contar alguma coisa? — perguntou Ellie, gentilmente.

— Foi um pesadelo — ele deixou escapar de seus lábios. — Ela queria me matar.

Pelas suas lágrimas e o seu soluço incessante, Ellie nem precisou perguntar para saber que Sirius se referia a sua mãe.

— Foi apenas um pesadelo — ela sussurrou, arrumando uma mecha do cabelo de Sirius. — Isso não vai acontecer.

— Eu odeio ela — Sirius suspirou e chorou com a cabeça no pescoço de Ellie. — Eu não quero mais ficar naquela casa.

— Você pode ficar na minha casa — Ellie sugeriu.

— Ou na minha — disse James, encostado na porta.

— Eu não quero atrapalhar ninguém — os olhos avermelhados de Sirius encontraram os dois amigos. — Não é justo com vocês.

— Não é justo ver você assim e não ajudar — James caminhou até Ellie e Sirius abraçados no chão.

— E você não atrapalha ninguém — Ellie deu um sorriso amigável. — Nós somos a sua família também, Sirius. Estamos aqui para o que você precisar.

Um último soluço escapou dos lábios de Sirius antes de corresponder corretamente ao abraço da jovem lufana. Ele forçou um sorriso em meio às lágrimas que insistiam em arder em suas pálpebras.

— Obrigado.

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