A princesa desacertada (e seu...

By LadysDePemberley

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Essa é uma história com princípios e analogias cristãs. NÃO CONTÉM HOT! Tudo que a princesa Flora queria era... More

Personagens Principais
Prólogo
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e quatro
Vinte e cinco
Vinte e sete
Vinte e oito
Vinte e nove
Trinta
Trinta e um
Trinta e dois
Trinta e três
Trinta e quatro
Trinta e cinco
Trinta e seis
Trinta e sete
Trinta e oito
Trinta e nove
Quarenta
Quarenta e um
Quarenta e dois
Epílogo
Agradecimentos
Pedido Especial

Vinte e seis

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By LadysDePemberley

O desapontar do dia mal tivera seu início e Flora foi acordada delicadamente pela garota responsável por seus cuidados. Sentiu uma dor intensa quando ergueu, um pouco assustada, sua cabeça. Seu corpo também estava dolorido e percebeu que havia dormido com sua capa enroscada no corpo e outra, desconhecida, estava do lado da cama.

— Oh! — a jovem exclamou observando o estado em que se encontrava Flora. — O que aconteceu com a senhorita?

Flora se jogou de volta na cama, sentindo os efeitos do dia anterior refletirem em seu corpo. Não só isso, as lembranças se uniram às dores físicas para atormentá-la ainda mais.

— O senhor Philip pediu para prepará-la para a viagem, contudo, a senhorita não está em condições de se levantar da cama.

— Oh, não! — Flora apertou os olhos e massageou as têmporas. — Me dê alguns minutos e estarei perfeitamente pronta, capaz de viajar.

A menina, compadecida com o estado da jovem deitada, aproximou-se timidamente.

— Prepararei um chá de flor de catagema, ela vai ajudar a aliviar o inchaço de seu rosto.

A imagem dos olhos inchados fez Flora se contrair arrependida de ter chorado tanto. Porém, agradeceu a disponibilidade da menina, e esperava que a ideia funcionasse. Por fim, completou:

— Dentro da minha bolsa de couro você encontrará uma frutinha roxa. Por favor, preciso delas e de uma xícara de água fervendo. — Ela ouviu os passos da menina dentro do quarto, indo em direção a seus pertences. — Isso me ajudará com a dor de cabeça.

Flora foi deixada sozinha. Não tentou reagir, pelo contrário, manteve-se praticamente imóvel, até a garota voltar com uma pequena travessa cheia de um líquido quente cujo cheiro delicado exalava pelo ambiente e a xícara com a água fervente.

— Coloque, por favor, duas bolinhas de dipigina na água. Quando o líquido ficar roxo, me avise, por favor — Flora pediu antes de sentir alívio devido ao contato do pano quente, embebecido na substância preparada pela garota, em sua testa e olhos.

Quando o chá estava pronto, Flora bebeu de uma só vez o chá amargo que ela esperava remover a dor cruciante de sua cabeça.

O pano foi novamente aquecido no liquido e voltou a tampar o rosto da princesa. As duas concordaram que um banho seria viável e, minutos depois, Flora estava mergulhando em uma banheira de metal, cheia de água quente e pétalas das flores de catagema, que prometiam renovar sua pele. Enquanto isso, sua fiel serva organizou todos os pertences da hóspede, adicionando, a mando de Ana, um vestido a mais na bolsa. Também separou um traje confortável para a viagem.

Quando Flora desceu as escadarias, estava devidamente vestida. Seus cabelos penteados deixando fios propositais soltos na frente, para balancear a feição de seu rosto e esconder os, agora poucos, sinais do choro noturno. A dor de cabeça era um leve incômodo.

Ela encontrou uma grande movimentação no pavimento inferior. Estavam todos ali, aguardando apenas a descida dela, para se despedirem dos viajantes. A expressão melancólica de Ana fez os músculos de Flora se retraírem. Era nela que a princesa fixou os olhos, evitando encarar outra pessoa que tanto lhe causava incômodo e já estava ali, um tanto impaciente.

— Minha querida, lamento tanto sua inesperada partida — ela declarou segurando as duas mãos da princesa. — Tentei, a todo custo, convencer Philip de que esperassem um pouco mais, mas ele e a teimosia de sempre. E, ainda por cima, exigiu uma partida tão cedo!

Flora olhou pela porta aberta do casarão, os primeiros raios de sol iluminando, ainda fracamente, o jardim.

— Mas ele está certo — Flora disse e sorriu, embora com grande esforço. — Eu preciso voltar!

Ana concordou e daí se iniciou todo o processo de despedida. Palavras de carinho foram trocadas, agradecimentos e mais agradecimentos. Tudo isso com Flora tornando-se inquieta toda vez que ouvia a voz do guerreiro, nas poucas vezes que ele falou. Uma dessas foi para agradecer o extremo carinho que Ana e Simon demonstravam por ele.

— Prometa que voltará mais rápido, filho! Sinto tanto quando fica meses sem vir nos ver — Ana falou.

— Sabe que não mando no meu destino, não posso prometer tal coisa — Phil replicou com uma voz gentil. — Mas, pelo andar do trabalho, em breve precisaremos montar uma equipe de transferência e farei o possível para estar entre os escolhidos para essa missão.

— Está de posse de todos os pedidos? — Simon questionou.

Phil colocou a mão dentro do bolso interno do casaco e sorriu.

— Sim, senhor! Levarei em segurança ao nosso rei.

Jasper manifestou o desejo de retornar em breve e precisou ouvir vários conselhos preciosos da querida senhora, que o alertara a fugir das paixões da mocidade e trabalhar para o rei com dignidade.

Depois da despedida dos funcionários, enfim, o grupo saiu. Para surpresa de Flora, uma carruagem esperava no fim da escadaria.

— Mandei prepararem uma cesta com alimentação digna. A senhorita não deve ter passado nada bem ao lado desses dois durante a sua vinda para cá, principalmente quando o assunto é comida. Terá alimento suficiente para os três — Ana disse enquanto desciam as escadas.

— Não foi tão ruim assim — Flora respondeu e sentiu novamente uma pontada em seu peito ao pensar nos dias agradáveis que teve.

— Bem, então é isso. É sempre ruim a hora da partida.

Flora se surpreendeu com a reverência respeitosa de Ana e Simon após o último adeus. Quando se virou, a figura de Phil ao lado da porta do veículo era imponente demais para que ela pudesse o evitar, como fizera até então. Ele esticou a mão, oferecendo a ela auxílio. Ela hesitou um segundo, mas aceitou. Ficou profundamente satisfeita por ambos estarem usando luvas, evitando assim um contato mais íntimo.

Quando ela se acomodou no assento confortável da bela carruagem, a voz de Phil ressoou pelo interior. Contudo, ele não entrou, como ela imaginou que faria.

— Qualquer coisa que necessite, não hesite em chamar. Estarei a frente o tempo todo — ele recomendou e ela assentiu com um menear de cabeça. Ele umedeceu os lábios e encarou os olhos dela. Pensou, por um minuto, como abordar o que queria e resolveu ir direto ao ponto. — Sente-se melhor hoje?

As bochechas de Flora coraram, denunciando o constrangimento.

— Sim, obrigada por se preocupar — limitou-se a responder.

— Viajaremos o dia todo, será um dia bastante cansativo. Contudo, chegaremos ainda hoje, embora já ao anoitecer.

Flora assentiu novamente e o guerreiro, depois de uma mesura, fechou a porta e montou em seu cavalo. Um dos funcionários conduziria a carruagem e os dois homens, Phil e Jasper, seguiriam de cavalo ao lado.

Flora suspirou quando o balançar do veículo denunciou a partida.

Viajariam o dia todo!

O lado racional da princesa compreendia que aquela decisão de Phil fora tomada baseada em sua súplica no dia anterior, e na promessa feita por ele. Porém, o lado emocional não deixava de pensar que ele desejava se ver livre o mais rápido possível dela e de todo o peso que ela representava para ele e seu trabalho.

Disposta a não chorar mais, passou a cantarolar uma música afastando pensamentos tristes de si.

A viagem foi realmente dura e cansativa. Phil havia escolhido o caminho mais rápido até o palácio, contudo, isso representava longos trechos em uma péssima estrada, resultando em constantes solavancos, impedindo que Flora pudesse dormir ou mesmo descansar. Vez ou outra, Jasper, às vezes Philip, se aproximavam indagando se ela estava bem, oferecendo água, ou questionando se precisava de algo.

Flora permaneceu praticamente toda a viagem sozinha e isso a levou a se irritar pela oferta de Simon em enviá-la no _conforto_ da carruagem. Lembrou-se dos momentos no cavalo e, embora suas pernas tivessem sentido o esforço da sela, era incrivelmente mais proveitoso viajar ao ar livre, na companhia de Jasper e... E Philip, ela precisava admitir.

Eles pararam apenas três vezes. Uma para fazerem uma farta refeição, apreciando as delicias cuidadosamente arranjadas por Ana em uma enorme cesta de vinco, e outras para que ela pudesse descansar, esticar as pernas, e fazer suas necessidades.

Depois de longas horas na estrada, entediada, ela viu Philip se aproximar da janela e num tom sério e precavido, a advertiu rapidamente.

— Não saia da carruagem, Flora! Aconteça o que acontecer, fique aí e passe o tranco — ele disse em posição de defesa, alertando a princesa.

Logo depois, Phil acelerou a marcha de seu animal, deixando-a sozinha e levemente atribulada.

O que Flora não viu, foi a aproximação do grupo de cinco ou seis homens montados a cavalo apontando no fim da estrada. Phil constatou que estavam claramente em desvantagem. E a medida que o grupo se aproximava, as armas a mostra fizeram a adrenalina percorrer pelas veias de nosso herói. Embora não trajassem fardas oficias, Philip conhecia o suficiente para reconhecer a postura de soldado daqueles homens, cujas expressões não eram nada amigáveis.

Mantendo a calma, ele assinalou para que o cocheiro parasse a carruagem. Jasper pareou seu animal ao lado do mestre, logo em frente ao veículo. O grupo também parou, pondo fim às expectativas de Phil que passassem direto.

— Senhor, o que fazem por essas estradas? — um dos homens, claramente o líder, indagou a Philip com autoridade.

— Apenas de passagem a caminho de Gadol, senhor.

O homem, sem mover um músculo, avaliou o veículo atrás de Philip.

— O que tem na carruagem? — indagou.

— Coisas de meu interesse — Phil respondeu não se deixando abalar pela pose intimidadora do outro. Faria o necessário, mas protegeria Flora com sua vida se preciso.

— E esse interesse poderia se tratar de uma mulher? — o homem perguntou provocando a reação dos outros atrás de si.

— Creio que não sou obrigado a oferecer nenhuma informação a viajantes, por isso, peço que permitam nossa passagem — Phil declarou friamente.

— Somos do exército de Sua Majestade, você está debaixo da lei de nosso reino e nesse momento, quem representa essa lei sou eu. — O homem segurou em sua espada e fez seu cavalo adiantar alguns metros. — Perguntarei mais uma vez: o que há na carruagem?

Phil sentiu as entranhas contraírem quando avaliou os armamentos dos homens, muito mais letais do que sua espada. Ele olhou rapidamente para trás e percebeu, pelo semblante do cocheiro, que seria apenas ele e Jasper numa possível luta. Precisava pensar outra estratégia que os livrasse do confronto.

Porém, o líder do grupo parecia bastante impaciente. Ele se aproximou de Phil o suficiente para deixar o guerreiro nervoso.

— Se você não quer prestar esclarecimentos, eu mesmo farei questão de conferir quais são seus interesses no momento.

Phil estava prestes a desembainhar sua espada, quando ouviu, atrás de si, a porta se abrindo e a voz da princesa gritar:

— Adrey!

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