P.O.V CRUSHER
- Sai, Coringa. Nojento! - gritei quando ele veio todo suado me abraçar.
O fut rolava solto. Em um time, tínhamos Babi, Milena, GS, Bak e no outro, Mob, Coringa, Voltan e eu.
- Chato pra caralho, só tô comemorando meu gol. - resmungou.
- Gol contra, né? - Voltan revirou os olhos.
- Minha querida loira do tchan, eu joguei durante 15 anos no Barcelona e mais 20 no Manchester e mais...
- Porra, você desde espermatozóide jogava. - Babi riu.
- Vocês não dão valor aos meus dotes artísticos. - se fez de ofendido.
- Melhor a gente entrar, já tá ficando escuro. - Milena observou.
- A gente aproveita e toma um banho. - Bak olhou pra Voltan.
Aproveitando a deixa, Babi encarou Coringa, e Mob encarou Milena.
E meu coração apertou por não ter a Lu pra encarar com aquela cara de safada, enquanto morde o lábio e mexe no cabelo.
Aquela praga de mulher sabia me estressar e me excitar no mesmo nível.
Entrei sem dizer nada a ninguém e fui até meu celular.
Liguei mais uma vez pra Maria Luiza, que não atendeu. Abri meu Instagram e procurei pelo perfil dela, nada postado.
Suspirei e fui tomar um banho, peguei uma camisa e bermuda minhas que o Coringa tinha roubado.
Abro o Instagram novamente e reposto algumas publicações de fã clubes, abro meu direct e vejo que um menino me mandou uma foto.
Curioso, abro e aceito a solicitação de mensagem.
"Oi Crusher. Hoje eu encontrei a Maria Luiza e ela disse que você ia me mandar codiguin."
Soltei um sorriso involuntário.
Vi a foto dele e da Lu durante horas. Mandei o codiguin pra ele, que agradeceu bastante.
Não fui burro, perguntei onde ele morava. Consegui o endereço e fui até o Mob avisar que ia dar uma saída rápida até o Rio.
P.O.V MARIA LUIZA
Me levanto do sofá logo quando a porta é aberta.
- Manu! Amiga, me desculpa. Eu não quis... - comecei a me explicar.
- Relaxa, aí. Só não vacila de novo. - me abraçou.
- Aí, mulherada, tô na larica. - Maju apareceu com uma toalha na cabeça.
- Vamos no bar aqui do lado comer um hambúrguer. - Manu animou.
Pensei em falar que não era uma boa ideia, mas apenas calcei meus chinelos e coloquei um casaco na Bia e fomos.
Andamos um pouco numa rua iluminada pelos postes, tinha vários homens andando, alguns armados e outros não.
Chegamos num barzinho desses com cadeiras vermelhas e parede verde. Tinha uma área com uma mesa de madeira, papéis e canetinhas. Bia e o Luizinho correram até lá enquanto eu e as meninas pedimos 1 litrão.
- Vai dizer que tua vida de luxo é melhor que isso aqui? - Manu se sentou do meu lado com uns copos, deixando-os na mesa.
Apenas ri em resposta e começamos a beber. A cerveja tirou minha vontade de hambúrguer, então pedimos uma porção de fritas com calabresa.
Olhei em direção minha filha, para perguntar o que ela queria comer. Quando notei, ela estava abocanhando um X-Tudo.
- Bia! - chamei.
- Oi. - correu até mim e limpei sua boca com o polegar.
- Tirou esse hambúrguer da onde? - olhei desconfiada.
- Tio RD me deu. - sorriu e eu fechei a cara.
Bia voltou pra mesinha e pro X-Tudo. Percorri os olhos pelo bar e vi que o tal do RD tava saindo. Levantei rápido e fui atrás dele.
Já tava mais pra lá do que pra cá por causa da cerveja. Tanto tempo sem beber e eu já tava fraca.
- Aeou, caraio. - chamei meio tonta.
- Qual foi, madame. Perdida de novo? - RD virou cruzando os braços.
- Quem te autorizou a dar comida pra minha filha? - pus a mão na cintura.
- Vai embaçar por causa de um hambúrguer, porra? Da uma sugada aqui, dá. - revirou os olhos e me deu as costas.
Bufei impaciente. Odeio que me ignorem.
- Você não me dá as costas não, que eu tô falando contigo. - o puxei e ele me empurrou, me deixando entre ele e o muro atrás de mim.
- E tu não mete marra pra cima de mim, não, porra. Tá se achando demais, madame. - me encarou no fundo dos olhos.
- Eu quero você longe da minha filha. - falei entre dentes.
- Vai dar não. - ele riu amargo.
- Pedófilo nojento! - cuspi na sua cara e me arrependi logo depois.
Ele me encarou no fundo da alma e pensei que ia me matar alí mesmo, mas apenas me soltou e deu as costas.
Eu suspirei pesadamente e coloquei a mão no peito, pra ver se ainda sentia meu coração bater.
Voltei pro bar e as meninas não perguntaram o que aconteceu. Só fiquei sentada comendo batatas e olhando minha filha.
Eu faria de tudo pra proteger ela, e não é o tal do RD que vai mudar isso.