Capítulo 14

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P.O.V MARIA LUIZA

Subi a ladeira com o carro do Coringa chamando a atenção mais do que qualquer outro carro.

Cheguei no número da casa em que as meninas haviam me mandado via whatsapp. Buzinei algumas vezes e a porta da frente foi aberta.

Era uma casa simples, num tom rosa lamentável. Tinha um jardim morto na frente e um portão enferrujado.

Abri o vidro e vi minhas duas melhores amigas de infância saírem dali e meus olhos se encheram de lágrimas. Fazia tempo que eu não sabia o que era ter uma amizade verdadeira.

Abri a fivela da cadeirinha da Bia e falei para que ela saísse pelo lado da calçada. Saí do carro juntamente e notei que os olhos das meninas também estavam marejados.

- Maria Luiza, sua piranha! - Manu gritou.

- Mamãe, ela te chamou de piranha! - Bia saltou do carro.

- Misericórdia, eu tinha esquecido que ela é mãe. - Maju riu.

As meninas correram e me abraçaram, ficamos ali durante alguns segundos.

- Oi, baixinha. Eu sou a Manu, a amiga mais gostosa da sua mãe. - falou com Bia.

- E não siga nunca os exemplos dela, siga os meus! - Maju empurrou Manoela.

Bia não disse nada, apenas grudou nas minhas pernas com medo e eu tive que rir.

- Tão assustando minha filha. - debochei.

- E esse carrão?

- É do Coringa, Manuela. E não, você não vai dirigir. - tirei a graça dela.

- Tá bom, aí, estaciona esse carro lá no topo do morro, melhor. - Maju falou.

- E pra eu descer? - fiz careta.

- Eu dou um jeito. Mas vai lá, é só subir, Bia fica com a gente. - me empurrou pro carro.

- Eu tenho um sobrinho da sua idade, vocês podem brincar. - Manu a puxou para dentro.

Maju sorriu pra mim e abrimos a mala, pegando nossas coisas. Fechei e entrei no carro.

Suspirei e dirigi até o topo, tinha um estacionamento e só carro lindo. Deixei o do Coringa num lugar mais afastado.

Não sabia o que a louca da Maju tinha preparado, então comecei a descer o morro sem nem saber pra onde estava indo.

Só sei que esse lugar me causava arrepios, era totalmente diferente do que eu estava acostumada.

Entrei numas ruas estranhas e perdi totalmente o caminho, até que numa esquina quase morri. Uma criança brotou na minha frente e gritou meu nome.

- Aí, meu coração. - me agachei.

- Desculpa, tia. Você pode falar pro Crusher me mandar codiguin? - o menino sorriu pidoso.

- Hm, eu posso pedir sim. Mas, vamos fazer um trato. Você me diz como eu chego na casa da minha amiga e me passa seu instagram, o Crusher vai te mandar codiguin. - sorri.

- Claro! Meu instagram é esse...

- Madame, vem comigo. - um homem moreno, forte e tatuado me agarrou.

- Calma lá, meu parceiro. Eu estou negociando aqui com meu amiguinho. - bufei.

- E eu sou o dono disso aqui, eu posso negociar você. - fechou a cara.

Estremeci na hora e não senti mais meu cu.

- Só vou pegar o instagram dele. - pareci implorar.

- Já é, demora não. - revirou os olhos.

O menino me passou o user dele e tiramos uma foto juntos, pedi pra ele que não espalhasse que eu estava ali e ele aceitou.

O homem do meu lado não falava muita coisa. Na verdade, não dava nem um pio.

- Então, você é o dono? - falei como se estivesse impressionada.

- Não. Sou só o braço direito dele. - sorriu de canto.

- Mentiu pra mim, então? Já não ganhou moral. - eu ri e me calei depois.

- E se eu ganhasse tua moral ia fazer o que com essa merda? - parou na minha frente de braços cruzados do nada e me faz bater contra seu corpo.

- Nada. - gaguejei.

- Sobe. - apontou pra moto.

Eu que não ia arrumar treta com esse maluco, apenas subi na garupa dele e o mesmo me deixou na casa das meninas.

- Vou pegar teu número.

- Sou casada. - sorri satisfeita.

- Sou ciumento não, pô. - riu malicioso e eu apenas revirei os olhos.

Entrei na casa sem bater e encontrei Maju jogada no sofá.

- Tá fazendo o que? E cadê as crianças? - perguntei.

- Foi piranhar na praça e levou o sobrinho e tua filha. - disse serena.

Animei Maju e acabamos indo para a tal praça.

Encontrei Manu dando em cima de uns garotos com umas armas atravessadas no corpo e procurei Bia no parquinho.

- Ela não tá ali não, e nem o LA. - Maju observou.

- Quem é LA? - perguntei.

- Luiz Arthur. Sobrinho da Manu. - disse serena.

Arthur. Quantas vezes esse nome iria me perseguir?

- Aquela é a Bia? - Maju perguntou olhando atrás de mim.

Me virei e vi o mesmo homem que havia elogiado Bia na entrada da comunidade conversando com ela.

E meu sangue ferveu de uma maneira inexplicável.

The Sister 2 | Loud Where stories live. Discover now