P.O.V MARIA LUIZA
Subi a ladeira com o carro do Coringa chamando a atenção mais do que qualquer outro carro.
Cheguei no número da casa em que as meninas haviam me mandado via whatsapp. Buzinei algumas vezes e a porta da frente foi aberta.
Era uma casa simples, num tom rosa lamentável. Tinha um jardim morto na frente e um portão enferrujado.
Abri o vidro e vi minhas duas melhores amigas de infância saírem dali e meus olhos se encheram de lágrimas. Fazia tempo que eu não sabia o que era ter uma amizade verdadeira.
Abri a fivela da cadeirinha da Bia e falei para que ela saísse pelo lado da calçada. Saí do carro juntamente e notei que os olhos das meninas também estavam marejados.
- Maria Luiza, sua piranha! - Manu gritou.
- Mamãe, ela te chamou de piranha! - Bia saltou do carro.
- Misericórdia, eu tinha esquecido que ela é mãe. - Maju riu.
As meninas correram e me abraçaram, ficamos ali durante alguns segundos.
- Oi, baixinha. Eu sou a Manu, a amiga mais gostosa da sua mãe. - falou com Bia.
- E não siga nunca os exemplos dela, siga os meus! - Maju empurrou Manoela.
Bia não disse nada, apenas grudou nas minhas pernas com medo e eu tive que rir.
- Tão assustando minha filha. - debochei.
- E esse carrão?
- É do Coringa, Manuela. E não, você não vai dirigir. - tirei a graça dela.
- Tá bom, aí, estaciona esse carro lá no topo do morro, melhor. - Maju falou.
- E pra eu descer? - fiz careta.
- Eu dou um jeito. Mas vai lá, é só subir, Bia fica com a gente. - me empurrou pro carro.
- Eu tenho um sobrinho da sua idade, vocês podem brincar. - Manu a puxou para dentro.
Maju sorriu pra mim e abrimos a mala, pegando nossas coisas. Fechei e entrei no carro.
Suspirei e dirigi até o topo, tinha um estacionamento e só carro lindo. Deixei o do Coringa num lugar mais afastado.
Não sabia o que a louca da Maju tinha preparado, então comecei a descer o morro sem nem saber pra onde estava indo.
Só sei que esse lugar me causava arrepios, era totalmente diferente do que eu estava acostumada.
Entrei numas ruas estranhas e perdi totalmente o caminho, até que numa esquina quase morri. Uma criança brotou na minha frente e gritou meu nome.
- Aí, meu coração. - me agachei.
- Desculpa, tia. Você pode falar pro Crusher me mandar codiguin? - o menino sorriu pidoso.
- Hm, eu posso pedir sim. Mas, vamos fazer um trato. Você me diz como eu chego na casa da minha amiga e me passa seu instagram, o Crusher vai te mandar codiguin. - sorri.
- Claro! Meu instagram é esse...
- Madame, vem comigo. - um homem moreno, forte e tatuado me agarrou.
- Calma lá, meu parceiro. Eu estou negociando aqui com meu amiguinho. - bufei.
- E eu sou o dono disso aqui, eu posso negociar você. - fechou a cara.
Estremeci na hora e não senti mais meu cu.
- Só vou pegar o instagram dele. - pareci implorar.
- Já é, demora não. - revirou os olhos.
O menino me passou o user dele e tiramos uma foto juntos, pedi pra ele que não espalhasse que eu estava ali e ele aceitou.
O homem do meu lado não falava muita coisa. Na verdade, não dava nem um pio.
- Então, você é o dono? - falei como se estivesse impressionada.
- Não. Sou só o braço direito dele. - sorriu de canto.
- Mentiu pra mim, então? Já não ganhou moral. - eu ri e me calei depois.
- E se eu ganhasse tua moral ia fazer o que com essa merda? - parou na minha frente de braços cruzados do nada e me faz bater contra seu corpo.
- Nada. - gaguejei.
- Sobe. - apontou pra moto.
Eu que não ia arrumar treta com esse maluco, apenas subi na garupa dele e o mesmo me deixou na casa das meninas.
- Vou pegar teu número.
- Sou casada. - sorri satisfeita.
- Sou ciumento não, pô. - riu malicioso e eu apenas revirei os olhos.
Entrei na casa sem bater e encontrei Maju jogada no sofá.
- Tá fazendo o que? E cadê as crianças? - perguntei.
- Foi piranhar na praça e levou o sobrinho e tua filha. - disse serena.
Animei Maju e acabamos indo para a tal praça.
Encontrei Manu dando em cima de uns garotos com umas armas atravessadas no corpo e procurei Bia no parquinho.
- Ela não tá ali não, e nem o LA. - Maju observou.
- Quem é LA? - perguntei.
- Luiz Arthur. Sobrinho da Manu. - disse serena.
Arthur. Quantas vezes esse nome iria me perseguir?
- Aquela é a Bia? - Maju perguntou olhando atrás de mim.
Me virei e vi o mesmo homem que havia elogiado Bia na entrada da comunidade conversando com ela.
E meu sangue ferveu de uma maneira inexplicável.
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The Sister 2 | Loud
Fanfiction- Achei que após o nascimento da Bia e meu casamento, seria minha hora de ser feliz. Manteve-se um silêncio curto até que ela falasse novamente. - Eu estava errada.