Capítulo 18

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P.O.V MARIA LUIZA

Eu e a Manu já tínhamos feito as compras necessárias pra casa, doces pras crianças e produtos de limpeza.

- 11:30h. As crianças tão saindo agora. - ela disse e mudamos nosso caminho em direção a escolinha.

Tinha muita criança, mas muita criança mesmo. Tinha aquelas que saíam com os pais, com as mães, avós e aquelas que saíam sozinhas.

- Qual foi, Luizinho. Que cara é essa? - Manu abraçou o menino.

- Desculpa, tia Lu. Eu falei pra ela não ir. - disse cabisbaixo.

- Como assim? A Bia? Ir pra onde? - perguntei preocupada.

- O tio RD veio buscar a gente, eu falei que não ia, mas a Bia foi. - balançou o corpo ansioso.

- Ei, tá tudo bem. Pra onde eles foram? - fiz carinho no seu rosto.

- Ele disse que ia pra boca. - uma mulher que aparentava trabalhar lá disse.

Eu não sabia onde era essa tal boca, mas Manu tinha me dito que ficava logo na entrada do morro.

Desci por conta até lá e quando entrei fui barrada.

- Madame quer o que? - um homem com um fuzil atravessado perguntou.

- Minha filha seria bom, né? - revirei os olhos.

Ele balançou a cabeça negativamente e riu, mas me deu passagem.

Entrei num quartinho e não conseguia raciocinar a cena que eu estava vendo bem ali na minha frente.

P.O.V CRUSHER

- Aí, mano, relaxa. - Coringa disse.

- Não dá, porra. Eu só queria minha filha aqui. - resmunguei.

Ele apenas balançou a cabeça e foi pro quarto, me deixando sozinho na sala.

Ainda não acreditava que a Maria Luiza era infantil a esse ponto. Ela mais do que ninguém sabe que sou completamente apaixonado por ela. Nunca cometeria a idiotice de traí-la. Se eu não a quisesse mais, era só terminar.

Mas pra ela as coisas são diferentes, pra ela eu tô sempre errado, independente do que seja. E de certa forma, isso estava me cansando.

Eu estava cansado de sempre aturar esses surtos dela, de sempre perdoar e esperar por uma mudança que nunca acontecia.

Quando ela voltasse, teríamos uma conversa séria. Séria o suficiente a ponto de talvez terminar em divórcio.

Mas por mais que ela seja desse jeito, eu ainda a amo. E não quero perde-la.

Na verdade, minha mente toda tá mó confusão. Se ela agisse diferente, talvez fosse mais fácil. Mas eu também tenho que tentar compreender ao invés de só julgar.

- Pensando? - Babi apareceu do meu lado.

- Inconsequentemente sim. - dei de ombros.

- Aí, as atitudes da sua esposa estão erradas. Não se culpe por isso. E eu só não falo essas coisas na frente do Mob, porque ele só sabe passar a mão na cabeça dela.

- Mas é difícil. Se fosse só por ela, eu não estaria ligando tanto. Mas é minha filha também. - ela me abraçou.

- Você é o cunhado mais foda do mundo, não quero te ver mal. Onde a Maria Luiza tá? - perguntou.

- Num endereço lá no Rio, achei que seria a casa da mãe dela, mas é em um morro. - juntei as sobrancelhas.

Babi ficou quieta por alguns instantes e a encarei.

- Maria Júlia e Manoela. A Malu tá com elas. - afirmou.

- Cê acha? - perguntei esperançoso.

- Eu tenho o número delas. - Mob apareceu.

- E vai ligar por acaso? - Babi fechou a cara.

- Vou. Pra Maria Júlia. A Manoela não. - fez bico.

- Tem caroço nesse angu. - Babi riu.

P.O.V MARIA LUIZA

- Quem você acha que é pra pegar minha filha e ainda mostrar uma coisa dessas pra ela? - puxei Bia de perto dele.

- Um dia tu ainda vai me agradecer, dona. - ele riu irônico.

- Te agradecer? Por ficar mostrando uma arma pra uma garota de 7 anos? Imbecil! Pra que essa implicância com minha filha? - senti lágrimas nos meus olhos.

Eu não entendia o porquê ele estava fazendo aquilo, porquê aquela implicância com a minha filha.

- Bia, sai da sala, vai brincar um pouco com o tio lá fora. - ele disse e Bia obedeceu.

- Beatriz, não! - falei firme.

Ele apenas lançou um olhar pra ela e pra mim, logo em seguida. Fiz sinal positivo e Bia saiu da sala.

- Acho bom tu não ficar no meu caminho, se ligou? - sentou na mesa.

- Você que tá no meu caminho, qual o seu problema com a minha filha? - perguntei brava.

- Não tenho problema nenhum, não. Só que tu não vai me impedir de ver ela, e o papo tá dado.

Ele fez sinal para que saísse da sala e assim fiz, caminhei com Bia até a casa das meninas e chorei o caminho todo.

Me sentia inútil, me sentia fraca e sentia que estava deixando minha filha propícia ao perigo.

Cheguei em casa e coloquei Bia pro banho, sentei no sofá e chorei um pouco. Nem vi a hora, mas vi quando a Maju chegou.

- Teu marido me ligou.

The Sister 2 | Loud Onde as histórias ganham vida. Descobre agora