Capítulo 19

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P.O.V CRUSHER

- E aí? - Babi me perguntou impaciente.

- Tá chamando. - falei tirando o celular do ouvido para conferir e voltando ele para o mesmo lugar.

- Que saco, essa menina não atende! - Babi se esparramou no sofá.

- Alô! - falei animado quando vi que havia sido atendido.

- Eu já disse que não quero pacote de internet grátis, caralho. - esbravejou.

- Maria Júlia! Sou eu, Crusher. Marido da Lu. - falei rápido antes que ela desligasse.

- Ah, oi. Que é? - ela riu.

- A Lu tá com você? Ela tá bem? A Bia tá bem? Elas vão voltar? - perguntei afobado.

- Relaxa. Ela tá lá em casa, com a Bia. E vão voltar, porque já já eu expulso elas de lá. - disse tranquila.

- Eu tentei ir pro Rio, atrás dela. Mas não pude passar na barreira. - falei me lembrando.

- Que cu, né? Porra de vírus. - bufou e eu tive que rir - Segundo a Maria Luiza, você traiu ela, né?

- Eu não traí. A foto é antiga e ela não me deixou nem falar nada.

- Tô ligada, seguinte. Vou contar tua versão pra ela, já é? Aí eu faço ela voltar. - riu.

- Já é. Obrigado. - desliguei.

- E aí? - Babi perguntou.

- Ela vai falar com a Lu e fazer voltar. - suspirei.

- Acho bom mesmo. - Babi revirou os olhos.

Conversamos por mais alguns minutos e depois fomos almoçar.

- Meu carro vai voltar! - Coringa batucou na mesa, animado.

- Esse carro é mais importante que eu. - Babi fez bico.

- É que no carro vocês podem me dar Vitinhos e Babizinhas. - GS disse rindo.

- Se controla, Gilson. - Coringa fechou a cara.

- Relaxa, não vou cobrar isso só de vocês. - encarou Voltan e Milena.

- Nem pensa. - Voltan riu.

- Eu já tenho uma Maluzinha, preciso da Mileninha, Carolzinha e Babizinha, queridas amigas.

- Por mim a gente faz a Carolzinha agora. - Bak disse sério encarando Voltan.

- Porra, eu tô comendo. - larguei o garfo.

- Fresco. Na hora de engravidar minha irmã não teve nojinho. - Mob me encarou.

- Aí é outro papo. - ri e recebi uma batata frita na cara.

P.O.V MARIA LUIZA

- Tá me zoando? - perguntei me levantando.

- Não, mas depois a gente fala disso. Tá chorando por que? - me abraçou.

- O RD, aquele psicopata! Eu e a Manu fomos buscar as crianças e adivinha? Ele já tinha buscado a Bia.

- Bom, né? Vai que ele quer ser padrasto. - riu.

- Ele levou a Bia pra boca. - disse e ela fechou o sorriso.

- Como é? - soltou a bolsa na cômoda.

- E estava mostrando uma arma pra ela. Parecia ensinar as coisas. - balancei a cabeça numa tentativa falha de apagar as imagens da minha mente.

- Ele nunca insistiu assim com uma criança antes. Tem algo de errado nisso. - Maju me encarou.

- Ju, você acha que ele quer fazer mal pra Bia? - me sentei de novo.

- Não sei. Desculpa. - se sentou ao meu lado.

Suspirei e afundei as mãos no rosto.

- A foto é antiga. - soltou.

- Que foto?

- Do Crusher e da Lara. Ele me disse, me ligou, Lu. Você tem que conversar com ele, voltar pra São Paulo. - falou na boa.

- Não, não, eu não vou. Eu preciso de um tempo longe daquilo tudo. - olhei nos seus olhos.

- Tu vai acreditar numa sacolinha de papelão ao invés de acreditar no teu marido? - falou firme.

Fiquei sem resposta.

- Enfim, tu sabe o que tu faz. Pode ficar aqui em casa, mas não é de graça não, que eu não tiro dinheiro do cu. - levantou e eu ri.

QUEBRA DE TEMPO

Eu já estava aqui nas meninas há uma semana. As aulas haviam sido suspensas por causa da epidemia.

Mas de toda e qualquer maneira, RD continuou atrás da Bia. Eu tentei impedir, mas minha filha se sentia bem com ele, e todas as suas conversas eram particulares, mas debaixo dos meus olhos.

Teve um dia que ele trouxe um pacote de presente, mas não deixou ela abrir na nossa frente. Depois perguntei pra Bia e me mostrou uma boneca pequena, que estranhei, a embalagem gigante e uma bonequinha?

- Tio RD ainda não veio me ver. - largou o lápis colorido.

- Calma, Bia. Não sei porquê fica esperando ele. - Manu disse.

- Também não sei. - Luizinho fez bico.

- Alguém tá com ciuminho. - Manu riu.

- Não tô não! - fez birra.

- Gosta da Bia, gosta da Bia, o Luiz Arthur gosta da Bia! - Manoela cantarolou implicando com o sobrinho.

- Chega vocês. Vamo tomar sol na lage. - Maju apareceu de biquíni.

- Vamo! - Manu animou.

- Piscina! - Luizinho bateu palmas.

Encarei confusa.

- É uma banheira de bebê que a gente tinha da época de recém nascido do Luizinho. - Ju explicou.

- Entendi. Não vou subir, podem ir. - sorri.

- Vai esperar o tio RD, né? - Manu fez voz de criança.

- Vou vigiar eles. - apontei pra Bia e revirei os olhos.

Beatriz estava estranha o dia todo. Quieta e com uma mochilinha do lado, e não deixava ninguém encostar.

Quando perguntei o que havia ali dentro, me disse que era brinquedos pra eu, tio RD e ela. Estranhei, mas relevei.

As meninas e Luizinho subiram, ficamos só eu e Bia. Mexi no celular durante o tempo todo, recusando as ligações do Arthur.

Ouvi três porradas na porta e a abri.

- Tu e a cria, vem com nós. - RD disse com mais três homens armados.

- Tio! - Bia apareceu séria.

- A gente vai brincar um pouco. - agachou na frente dela. - A brincadeira que a gente treinou. - sussurrou de modo que eu não pudesse ouvir.

Mas eu ouvi.

The Sister 2 | Loud Where stories live. Discover now