Capítulo 2

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P.O.V MARIA LUIZA

Com toda a certeza do mundo eu não estava louca. Apenas uma mãe desesperada por saber onde está sua filha.

São Paulo é enorme pra uma menina de 7 anos.

Após Arthur sair da cozinha, me levantei com meu caderno e fui andando para minha casa. Seria bom para pensar.

Devia ser 01:30 da manhã, e eu estava elétrica. Completamente sem sono.

Abro a porta de casa e acendo as luzes. Há algo de errado.

Vou até a cozinha sem fazer barulho e pego uma faca. Subo as escadas seguindo para os quartos.

Minhas pernas fraquejaram e meu peito se mostrou dolorido.

Abro a porta do quarto da Bia e não há nada, nem ninguém. Adentro alguns passos e observo, nada. Me viro para sair de volta ao corredor.

Até ser surpreendida pela minha filha gritando.

- Socorro, mamãe! Mamãe, me ajuda!

Mas não era minha filha, seu rosto começou a se deformar e ela virou uma poça.

Uma poça.

De sangue.

E de repente, eu estava imersa em uma escuridão profunda. A faca gélida ainda presente na mão direita.

E eu gritei.

- Maria Luiza! - ouço meu marido me chamar e caio de joelhos no chão.

Na poça.

QUEBRA DE TEMPO

- Malu! - meu irmão exclama ao me ver.

- Oi. - sorrio fraco.

- O que aconteceu, baixinha? - se sentou ao pé da minha cama.

- Ela não lembra. - Arthur apareceu na porta com uma bandeja em mãos.

- Como assim? - perguntou.

- De madrugada, eu e a Lu, bom, tivemos um pequeno desentendimento na mansão, a procurei por toda parte e concluí que ela estaria em casa. Quando cheguei, ela estava ajoelhada em frente o quarto da Bia com uma faca e uma poça de sangue por conta desse corte na perna.

Levantei o edredom escuro para que meu irmão visse minha perna enfaixada.

- Mas por que fez isso? - me perguntou passando a mão nos meus cabelos.

- Eu... Eu vi a Bia. Ela me pediu ajuda e de repente... Ela se desfez e virou sangue. - falei entre soluços.

- Calma, Lu, aquilo não foi real. - me acalmou.

- Eu preciso que vocês acreditem em mim. A minha menina tá em perigo e não vão nos ajudar. - me acalmei.

- Lu, mas o que me disse na mansão não faz sentido. BMO não poderia dar uma ordem a alguém para sequestrar a Bia.

- Ele matou o próprio filho dentro de mim. O que acha que ele é capaz de fazer com outra criança? - arqueei uma sobrancelha.

- Ela tem razão. - Mob disse.

- Eu disse, Arthur! - exclamei quando ele colocou a bandeja na cama e se sentou ao meu lado, me dando banana cortada em rodelas para comer.

- Deveríamos constatar isso a polícia? - meu irmão perguntou.

- Não. Devemos fazer por conta própria. - afirmei.

- Eles podem nos ajudar, Lu.

- Ou nos atrapalhar.

QUEBRA DE TEMPO

- Ok, gente. Vamos começar. - apontei para um quadro.

- Tia, tia! - Babi fez voz de criança.

Todos, inclusive os pro players estavam sentados na área de festas da mansão e estavam dispostos a ajudar eu e Arthur.

- Fala, Bárbara Passinhos. - fiz todos rirem, mas apenas dei um sorriso forçado.

- Posso ir no banheiro? - cruzou as pernas.

- Pode. - revirei os olhos e soltei um riso.

Após alguns minutos do pessoal fazendo bobeiras, nos concentramos.

- Eu concordo. O BMO pode fazer mal de longe, também. - Bradoock disse.

- Mas uma mulher levou a Bia, certo? - Vini perguntou e eu assenti. - Não é qualquer pessoa que aceitaria fazer mal a uma criança, principalmente uma mulher, que tem um lado mais mãe. Tô certo? - olhou para as meninas que assentiram.

- Então é uma mulher que não gosta da Malu e do Crusher. - Bak disse.

- Ou é uma mulher que gosta de um e odeia o outro. - Ike disse baixinho.

- O que? - o encarei, e assim todos fizeram.

- Não é nada. Pensei alto. - balançou a cabeça negativamente e seguimos com a conversa.

Durou horas e não chegamos a nenhuma conclusão, apenas de que é uma mulher que não gosta de mim e do Arthur.

Mas a questão é, que tipo de pessoa atingiria minha filha por raiva à mim?

The Sister 2 | Loud Onde as histórias ganham vida. Descobre agora