Quanto Cu$ta O Amor

By TaizaSouza

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Em uma era onde absolutamente tudo tem preço, pagar para ter apenas algumas horas com uma pessoa não é nada d... More

Personagens
1 _ Olhos cor de uísque
2 _ Indecentemente angelical
3 _ Maçã envenenada
4 _ O amor nunca morre
5 _ Doces para a vovozinha
6 _ Descontrole
7 _ Será que o lobo é mesmo mau?
8 _ Convite
9 _ Aposta
10 _ Castelos
11 _ Entre no ritmo
12 _ Atenção involuntária
13 _ Às de ouros
14 _ Avós sabem das coisas
15 _ Plano arriscado
16 _ Despedida
17 _ Inveja
18 _ Aquele assunto
19 _ Doces clichês
20 _ Situações comprometedoras
21 _ Desconvidada
22 _ O canto da sereia
23 _ Álcool no sangue
24 _ Máquina de vacilos
25 _ Segundo lugar
26 _ Ponto fraco
27 _ Caos
28 _ Todos somos um pouco criminosos
29 _ Novamente o caos
30 _ Raiva
31 _ Totalmente perdida
32 _ Resquícios
33 _ Incapaz
34 _ Croassaint
36 _ Explosivo
37 _ Às claras
38 _ Embate
39 _ Lar
40 _ É necessário desapegar
Epílogo

35 _ Obsessão

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By TaizaSouza

Louise

Oliver estava sentado ao lado da maca, me observando. Eu não conseguia compreender o porquê dele estar ali, principalmente por ele achar que meu bebê era realmente de Nicolas. Ficamos nos olhando em silêncio, meu coração estava inquieto de preocupação com meu bebê.

Finalmente o médico entrou no quarto dispersando nossas atenções. Ele explicou que teríamos que fazer um novo ultrassom para ver como o bebê estava.

A enfermeira me ajudou a me trocar e então deitei novamente na maca. Oliver permaneceu observando tudo atento. Como já estava no quarto mês de gestação ele passou um gel gelado na minha barriga. Com o aparelho foi projetado a imagem escura na tela ao lado.

— Está tudo bem? — Questionei apreensiva.

— Escuta isso! — Ele disse e o som do coraçãozinho preencheu o quarto. Meus olhos ficaram úmidos e ele sorriu me tranquilizando. — Seu menino está bem. Foi apenas um susto.

— É um menino? — Oliver questionou e eu assenti. — Meus... Parabéns!

Eu olhei para ele e comprimi meus lábios. Ele estava ouvindo o coração do próprio filho e nem fazia ideia. Me senti mal com a situação. O médico terminou o procedimento e eu me sentei cautelosa.

— Você precisa continuar fazendo repouso e precisa aumentar a ingestão de água. Houve uma diminuição do líquido amniótico. — Avisou chamando a minha atenção.

— O que isso significa?

— O líquido protege e nutre o bebê. Sem esse líquido ele fica muito exposto e pode ser perigoso.

— Perigoso quanto? — Questionei preocupada.

— Dependendo da situação pode ser necessário induzir o parto. — Respondeu e eu toquei a minha barriga.

— Por que tem sido tão difícil, doutor? Tantas mulheres tem filhos no mundo numa gravidez normal. Por que tudo tem que acontecer com meu bebê?

— Louise, não há uma explicação do porquê algumas gestações são tão conturbadas quanto outras. Nem porque algumas pessoas sofrem mais que outras. A vida é assim, infelizmente. Cada um tem o seu destino para trilhar. O importante é se manter forte.

— Eu espero que seu filho fique bem. — Oliver desejou e eu o olhei aflita.

— Eu preciso te contar uma coisa... — Falei olhando para ele que franziu a testa, atento. Doutor Scott percebeu que o assunto era importante e saiu do quarto nos dando privacidade. Respirei fundo tomando coragem, eu precisava contar a verdade para ele. — Oliver, esse filho é...

— Horário de visita! — Nicolas falou entrando subitamente no quarto.

— Eu não acredito nisso. Como você soube que eu estava aqui? — Perguntei furiosa e ele trocou olhares afiados com Oliver.

— Eu sempre sei onde a mãe do meu filho está. — Respondeu insano indo até a janela. — Pode dar licença, Oliver? Obrigado por pegar meu turno da manhã. — Zombou e Oliver estranhamente sorriu.

— Tudo bem. Então eu já vou. — Oliver avisou me deixando incrédula ao não ceder às provocações. Ele colocou as mãos no bolso e de repente se aproximou de mim, beijou meus lábios me assustando ao puxar meu travesseiro ao mesmo tempo.

— Está louco? — Nicolas ralhou o empurrando e Oliver sorriu piscando para mim. Eu não consegui entender absolutamente nada da sua atitude. — Você sabe muito bem o que está em jogo se insistir em me contrariar. — Ameaçou e eu franzi a testa.

Oliver olhou no fundo dos olhos de Nicolas e por um segundo eu achei que fosse bater nele. Entretanto saiu do quarto sem dizer mais nada.

— Foge mesmo! Quem deve, teme sempre. — Nicolas ironizou batendo a porta e me olhando com um sorriso estranho.

— O que você está fazendo aqui? Já disse para você sumir da minha vida! — Falei irritada e ele entrelaçou os dedos das mãos, estralando todos eles calmamente.

— Eu me preocupo com você, querida.  Você sabe que te amo.

— Você é louco? Porque só isso explica sua obsessão. Minha mãe me disse que desconfiava de um carro parado na frente da nossa casa algumas vezes. Era você, não era?

— Estou apenas zelando por sua segurança.

— Que segurança? Do que você está falando?

— Querida, Oliver é nocivo para as mulheres que se aproxima. Não sabia? A última que caiu nos encantos dele... — Parou de dizer fazendo suspense.

— Está falando da Emma?

— Emma morreu por culpa dele. — Respondeu entredentes e eu estranhei. — Se ele não tivesse...

— Tivesse o quê?

— Tomado o que é meu.

— Como assim?

— Oliver sempre tenta tomar o que é meu. Ele fez isso na Ferrari, fez isso com Emma e agora está fazendo isso com você. — Replicou sério me deixando intrigada.

— Espera, o que você está dizendo?

— Que eu cheguei primeiro, porra! Eu cheguei em você primeiro. Depois de anos eu finalmente me interessei por uma mulher novamente, e mais uma vez Oliver entrou no meu caminho. Como sempre faz.

— Está dizendo que você e Emma...

— Era para a Emma ser minha, mas aquele infeliz a roubou!

— Como assim roubou?

— Éramos amigos na época em que conhecemos a Emma em um concerto em Paris. Ela estava linda, cantou uma composição dela mesmo. Era magnífica no palco. No final do show seguimos para o camarim dela, então nossos olhares se encontraram, ela sorriu para mim de um jeito único. O clima foi inevitável! E Oliver sem que eu soubesse a convidou para sair.

— Talvez ele não tivesse percebido seu interesse...

— Ah, claro! — Me interrompeu inconformado. — Até parece! Oliver quer tudo que eu quero. Mas eu não vou deixar isso acontecer de novo. Se for preciso repetir o passado... Eu farei.

— Que passado?

— Emma. — Respondeu secamente e eu engoli em seco.

— O que você quer dizer com isso?

— Oliver matou a Emma. — Respondeu áspero roubando o ar dos meus pulmões.

— Está louco?

— Não, se ele não tivesse roubado ela de mim, agora ela estaria aqui. — Respondeu naturalmente me deixando chocada.

— O que você está dizendo? Ela sofreu um acidente de carro.

— Sim. Infelizmente ela passou mal e o carro caiu numa ribanceira. — Respondeu sorrindo friamente e eu arregalei os olhos.

— Vo-você... tem algo a ver com o acidente? — Gaguejei nervosa, a voz falhando.

— Estou dizendo apenas que se Oliver não tivesse entrado no meu caminho Emma ainda estaria aqui. Eu não teria que assustá-la ao ponto dela perder o controle do carro e cair.

— Meu Deus! — Senti meu estômago revirar o olhando próximo de mim. — Você é louco!

— Louco por você, meu amor!

— Não, você é louco para ter a vida do Oliver.

— Não diga isso! Eu não quero ter que machucar você. — Disse de forma estranha tocando no meu rosto, me deixando em pânico.

— Está me ameaçando?

— Ameaçando você? Não. — Respondeu deslizando o polegar pelo pelo meu queixo, desceu pelo centro dos meus seios e chegou até a minha barriga. Minha respiração ficou acelerada fazendo meu peito subir e descer, completamente aterrorizada. — Mas sua gravidez é tão frágil, não é mesmo?

— Não ouse ameaçar o meu filho! — Gritei tentando empurrá-lo e ele tapou a minha boca, me machucando.

— Não ouse escolher o Oliver também. — Murmurou beijando minha testa. — Eu realmente não quero ferir você e o nosso bebê. Então é melhor você parar de gritar.

Engoli o choro e fiquei em silêncio ao sentir a mão dele novamente acariciar a minha barriga. Tentei manter a calma o máximo que eu pude, embora fosse simplesmente impossível.

Precisava conseguir escapar dele o mais rápido possível.

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