Neutro

By -Tanchi

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Se meter com as pessoas erradas tem as suas consequências. Falyn Lake conheceu um rapaz. E tudo o que ela que... More

notas.
epígrafe.
um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
catorze.
quinze.
dezasseis.
dezassete.
dezoito.
dezenove.
vinte.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.
vinte e cinco.
vinte e seis.
vinte e sete.
vinte e oito.
vinte e nove.
trinta.
trinta e um.
trinta e dois.
trinta e três.
trinta e quatro.
trinta e cinco.
trinta e seis.
trinta e sete.
trinta e oito.
trinta e nove.
quarenta.
quarenta e um.
quarenta e dois.
quarenta e três.
quarenta e quatro.
quarenta e cinco.
quarenta e seis.
quarenta e sete.
quarenta e oito.
quarenta e nove.
cinquenta.
cinquenta e um.
cinquenta e três.
cinquenta e quatro.
Tem algum sobrevivente?
quarenta e cinco.

cinquenta e dois.

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By -Tanchi


Haden


Quando abri os olhos a primeira coisa que vi foi a tevê desligada. Passei a mão pelo rosto e me sentei no sofá, com um pouco de dor de cabeça.

Quando estava prestes a levantar escutei as vozes de Falyn e Luke
no corredor. Não consigo entender nada do que estão falando, então volto a me deitar no sofá.

Estou cansado e irritado comigo mesmo porque no fundo, sei que estou sendo injusto. Mais que com as duas pessoas mais importantes, comigo mesmo. A sensação de que posso conseguir dizer a verdade sem chorar é mais forte que qualquer coisa, mas não consigo. Se eu me abrir, isso significa que tenho que me lembrar de tudo. De toda dor, e não estou preparado.

Quando visitei a minha mãe hoje de manhã  no centro de reabilitação todas lembranças do meu passo vieram a tona. Já fazem alguns meses desde que só recebo as cartas dela, nunca respondi nenhuma porque não sabia o que dizer. De qualquer forma, ela pergunta mais sobre Luke do que por mim, por isso a evito tanto.

Luke sabe que nossa mãe existe, mas eu disse a ele que ela está do outro lado do país, um lugar bem distante. Porém, isso não é o suficiente para ele não fazer perguntas sobre quando podemos viajar para a visitar ou fazer uma chamada pelo menos, mas só estou tentando o proteger. Se os dois se recontrarem vou ter que explicar o porquê de ela estar internada numa clínica de reabilitação e ter mentido sobre a sua localização durante todo esse tempo. Vou ter que contar toda verdade sobre nossa família e  explicar o que aconteceu quando ele ainda era criança e não tinha noção das coisas.

E essa verdade pode destruir muita coisa nele. E a minha ideia é contar quando ele tiver idade suficiente para entender e aguentar as coisas, mas a minha mãe insisti tanto que fui obrigado a ir a clínica falar pessoalmente com ela, e foi a pior decisão que tomei. Eu não estava nem um pouco preparado e muito menos ela. Não conseguimos nem olhar um para o outro, e eu fui embora. Fugi para ser mais exato e voltei para casa triste e com memórias ruins. Aquele foi o gatilho perfeito para me fazer chorar porque, mesmo se passando anos, ainda não sei como seguir em frente.

Despertei dos meus pensamentos quando escutei a voz de Falyn.

— Oi, você já acordou — sorriu, enquanto caminha na minha direção. Ela me deu um beijo na bochecha e se sentou ao meu lado. — Está com fome?

Neguei, balançando a cabeça.

— Quer um chá? — insistiu. — Um café? Água?

— Não. Nada — respondi, e em seguida ficamos em um silêncio constrangedor, até que ela voltou a falar. Como sempre faz quando não consegue ficar calada.

— Você acredita que depois de dormir, precisei procurar Luke por esse quarteirão inteiro? Ele ainda não sabe a hora de voltar para casa — suspirou, um pouco aborrecida. — E ainda não tinha feito os trabalhos de casa. O seu irmão é fofo, mas as vezes dá vontade de colocar um pouco de juízo na cabeçinha dele com uma chinelada básica — brincou, tentando dissipar o clima estranho.

— Irei conversar com ele.

— Não precisa. Ele já aprendeu a lição — abriu um sorriso orgulhoso.

— E o que você fez? — questionei, curioso. Os ombros dela caíram.

— Chorei — confessou, e um sorriso se formou no meu rosto. — Não tive coragem de olhar para cara dele e ficar brava, por isso chorei e disse que se ele continuasse com essa atitude eu iria ficar triste e resultou! Eu pensei que ele iria revirar os olhos e me chamar de dramática, mas ele ficou tocado e triste comigo. Acho que serei uma ótima atriz no futuro se tentar, sabe? Consigo tocar almas  — fez uma cara convecida.

— E linda — adicionei, assistindo os seus olhos se arregalerem levemente. — Seria uma atriz linda também.

— Você adora fazer isso — abriu um sorriso tímido, e com humor.

— Fazer o quê? — me fiz de desentendido.

— Me deixar sem jeito — rolou os olhos. — Eu só queria... — não terminou de falar, porque desviou o olhar do meu encarando os próprios pés. — Só quero saber se dormiu bem — mentiu, se deitando nas minhas pernas e me encarando com o rosto para cima.

— Dormi.

— Sonhou?

— Nem por isso — apertei as suas bochechas. — Se sonhei, não lembro.

— Que triste. Pensei que iria dizer que sonhou comigo — fez uma feição triste.

— Eu sempre digo que sonho com você — reclamei.

— Ah sim — lembrou e riu em seguida. — Mesmo que não seja verdade todos dias, eu gosto que diga isso — deu de ombros.

— Eu sei.

Ela se levantou e sentou em cima das minhas pernas, abraçando o meu pescoço e fazendo com que nossos rostos ficassem muito pertos um do outro.

— Você finalmente está sorrindo — encostou a testa na minha. — E está tudo bem, de verdade?

— Sim — fui sincero. — Juro que agora está tudo bem. Não fique preocupada.

— Você estava chorando — disse, irredutível. — Como não me preocupar quando a pessoa de quem gosto está chorando?

Agora ela está com o rosto inclinado para a esquerda, como uma forma de me encarar melhor.

— Responda — pediu. — Se tem uma forma, me ensina.

— Não tem — cedi, porque entendo. Se fosse ela chorando sozinha eu também iria querer saber o porquê por isso não fico bravo e ficaria frustrado se não obtivesse resposta, tal como ela. Por isso decidi contar.

— Eu fui visitar minha mãe — contei logo, antes que perdesse coragem. — E  ela... — as minhas mãos começaram a tremer, mas escondi brincando com o cabelo dela para que ela não visse. — Ela disse que está com saudades minhas porque já faz algum tempo que não a visito — a mentira deslizou pela minha boca com uma facilidade desconfortável.

— Você têm uma mãe? — a surpresa na voz dela foi engraçada. — Onde ela vive? É perto daqui?

— Não é muito perto — respondi a terceira pergunta. 

— Mas oque ela disse que o deixou tão abalado?

— Ela falou algumas coisas que me deixaram... triste. Por isso acabei chorando, por...— apertei os olhos com força, sentindo a minha garganta fechar sem força de inventar mais uma mentira.

— Se sabe que ela irá ficar brava porque não a visita com frequência? — a preocupação na sua voz voltou.

— A nossa relação não é muito boa — é a única verdade que conto. — Mas não quero falar sobre isso agora. Que tal, você me falar como foi o seu dia?

— O meu dia é o mesmo de sempre — suspirou.

— Me conta mesmo assim — pedi, e ela cedeu. A escutei contar como o seu dia foi monótono e chato, e fiz de tudo para que ela não percebesse que eu estava ao ponto de explodir de arrependimento. As chances de ela ficar brava quando souber que menti são do tamanho do universo, e isso só me faz concluir que a única coisa que consigo fazer bem nessa vida é estragar as coisas e fazer merda, das grandes.



•••

oi? Eu voltei. E sei que passou um bom tempo sem publicar nada, mas a história é a mesma de sempre: bloqueio criativo e falta de tempo por conta da faculdade. Eu não desisti da história. Nunca desistiria, essa é uma história importante para mim. A única que eu fui tão longe porque as outras, eu sempre desistia no cap 5 ou 7. Consegui voltar agora porque sei que têm pessoas que lêm essa história, e "estranhamente"
gostam dela e querem ver o fim. A verdade é que sempre que eu escrevo parece que só tô escrevendo merda e ai fico triste e sem vontade, mas mesmo assim, IREI TERMINAR ESSA HISTÓRIA ( estou tentando me convencer kkkk)
Mas sério, não desisti dela e obrigada a todos que chegaram aqui. Aos que comentam ( nem que seja poucoo)  aos leitores fantasmas, aos que estão comigo desdeee o início, obrigada mesmo. Isso significa o mundo para mim, juro. Beijos e até logo ;)

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