Pregnant By Accident

By IludidaKar

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(CONCLUÍDA) Já dizia Sócrates: "Uma mulher vingativa é mais terrível do que uma leoa faminta". Obviamente que... More

Prólogo
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo treze
Capítulo quatorze
Capítulo quinze
Capítulo dezesseis
Capítulo dezessete
Capítulo dezoito
Capítulo dezenove
Capítulo vinte
Capítulo vinte e um
Capítulo vinte e dois
Capítulo vinte e três
Capítulo vinte e quatro
Capítulo vinte e cinco
Capítulo vinte e seis
Capítulo vinte e sete
Capítulo vinte e oito
Capítulo vinte e nove
Capítulo trinta
Capítulo trinta e um
Capítulo trinta e dois
Capítulo trinta e três
Capítulo trinta e quatro
Capítulo trinta e cinco
Capítulo trinta e seis
Penúltimo capítulo
Último Capítulo
Epílogo
Bônus

Capítulo trinta e sete

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By IludidaKar

Att duplo. Xoxo

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— O que você quer dizer com isso, Lauren? — Camila perguntou com o nó na garganta.

Lauren sentia as suas lágrimas quentes e pesadas escorrendo pelo rosto, alastrando a sua dor e queimando a sua pele. Fechou os olhos por um momento, e respirou fundo buscando o fôlego para expressar o que estava sentindo ou omitir. A verdade era que estava numa batalha dentro de si, não queria deixar a Camila, mas também não queria oferecer as costas para a Taylor.

Tinha encontrado a felicidade e o amor nos braços de Camila, mas tinha responsabilidade e também amor por Taylor. Era difícil ser altruísta nessa hora e querer salvar a todos, quando afundava-se a si mesmo numa escuridão. Parecia que a felicidade não era uma escolha muito pertinente para si.

Quanta ousadia, tentar ser feliz. Não dava para ser feliz quando os seus dois mundos colidiam. Camila e Taylor era o sentido de sua existência, e o seu bebê. Ela se sentia tão perdida, tão triste e solitária. Porque a vida era uma escolha? Porque as pessoas não podiam ser simplesmente feliz sem divergências ou obstáculos?

Arduamente, Lauren entendeu que desde a morte dos seus pais, a sua vida era destinada apenas ao sofrimento. Não nasceu para ser feliz, iludiu-se por um par de meses, mas a verdade era que a sua felicidade era frágil e não importasse o quanto tentasse soar forte. As coisas não iriam mudar pelo seu querer.

— Isso que você escutou, Camila. Não sei que poderemos superar isso, eu não consigo assimilar um cotidiano em que a mulher que eu amo tenta destruir a única coisa viva que os meus pais deixaram, que é a minha irmã.

Camila sentiu as lágrimas vindo a borda, deixando um rastro de dor, tão grande quanto o seu coração. Toda vez que tentava se aproximar, Lauren se movia, evitando o contato, isso lhe deixava mais destruída.

— Amor... Lagartinha... Minha vida... — Camila soluçou. — Podemos superar isso, não percebe? Juntas podemos lutar contra tudo e todos, por favor, não faça isso. Eu sei que tudo está confuso em sua mente, mas me afasta de você não é uma opção sadia. Os seus pais lhe deixou, meu amor... Você é a proliferação do bem que eles semearam na terra, pare de se colocar em segundo plano e dê uma chance a ti mesmo. Por favor. — pediu aos prantos.

Lauren encolheu-se mais e soltou um grasnido agudo de sua garganta, queria tanto correr para os braços de Camila, mas sabia que não podia. Não podia trair uma memória, e foi isso que Taylor trouxe a borda, apesar do amor que sentia pela irmã. Uma parte de si dizia que ela tinha chance e oportunidade para ser feliz, mas a outra parte, não acreditava nisso. A sua existência para ser tão insignificante quanto a si mesmo.

— Eu não posso, Camila. — balançou a cabeça em negativa, o choro grosso quase lhe afogando a garganta. — Eu não consigo, por favor... — a sua voz falhou, e ela respirou fundo, sentindo-se sufocada por usas próprias emoções. — Não me faça escolher, por favor... — implorou aflita.

— É isso que você quer, Lauren? — Camila perguntou mergulhada de emoção. — Porque para mim, parece que você já escolheu.

Lauren não respondeu, apenas abaixou a cabeça, era uma pergunta muito difícil para ela. Porque a sua vontade era dizer não. Ela não queria que Camila se afastasse. Ela só queria ser feliz, qual era o crime para isso? Porque a vida estava lhe cobrando dessa maneira?

Camila interpretou o silêncio de Lauren como sim.

— Eu vou falar, mas não é para fazer alguma pressão psicológica, nem nada, mas eu vou pegar as minhas coisas e irei sair dessa suíte. — o choro de Lauren aumentou. — Mas jamais, Lauren... Escute-me bem, jamais vou desistir de você, não importa quantos monstros ou dragões enfrentarei, mas você e o nosso filho será a minha prioridade. Eu posso estar abrindo mão da batalha, mas jamais da guerra e não me sentirei completa quando eu os tiver novamente. Fique ciente disso.

Camila rumou para o quarto engolindo o seu próprio choro para arrumar as suas coisas, enquanto, a Lauren sentava-se no sofá com as mãos no rosto, sentindo a dor latejar...

(...)

Sinuhe estava curiosa. Sabia que Lauren tinha ido para Veneza, e conhecendo o companheirismo de sua nora com a sua filha, sabia que Camila devia saber do seu comportamento.

Mas estranhou nenhuma ligação histérica de Camila.

Porque apesar de Camila ser centrada, quando acontecia algo que ia além de sua calma, ela surtava e fazia questão de envolver todos os personagens que lhe causava histeria.

A calmaria que lhe trouxe preocupação em segundos. Alguma coisa estava errada, ela sentia isso, era sentido de mãe. Então, não pensou duas vezes em arrumar uma pequena mala e avisar ao seu piloto e copiloto particular que iria até Veneza.

(...)

Amanheceu em uma das manhas perfeitas da Itália, o sol estava quente.

Mas Lauren sentia-se triste e extremamente fria. Tanto que usava uma camada de roupa extra, enquanto, recebia o café da manhã na varanda. Nunca em toda sua vida se sentiu tão vazia. Como era doloroso pensar que ontem, tinha toda a felicidade do mundo rodeando-a, e hoje, não tinha absolutamente nada... Bem, só o seu bebê.

Acariciou a sua barriga e chorou, ver a italiana saindo da suíte, foi um dos momentos mais difíceis de Lauren, vendo o seu amor partindo. Ela podia gritar para a Camila ficar, mas não podia. Ela queria tanto se reduzir ao pó e sumir.

Porque amar era tão difícil? Rapidamente corrigiu seu pensamento, o amor não era difícil, mas sim as pessoas. Ela queria a Camila ao seu lado, porque sabia que estava a salvo e protegida de todo o mal com a italiana ao seu lado. Sem contar que o amor reciproco que fazia encher os corações de tanta ternura só era possível quando estava conectada a Camila.

Comeu um pouco, apenas para não passar mal e arrastou-se para o quarto, agarrando-se ao travesseiro com o cheiro de Camila, como se pressentisse alguma presença da mãe, ao menos por olfato, o bebê começou a se agitar na barriga de Lauren, o que era uma surpresa, já que ele agia mais durante a noite. Juntamente com toda a agitação do seu bebê, veio a dor. Aumentando o choro de Lauren.

— Calma, meu amor... — Lauren pediu, acariciando a sua barriga — Tudo ficará bem. Eu prometo... — alisou com mais precisão a sua protuberância. — Shhh, calma...

Tentou se manter calma para transmitir paz para o bebê, até que sentiu vontade de fazer xixi. Foi até o banheiro e o fez, estava tão distraída em acariciar a sua barriga que não percebeu a hematúria. (urina no sangue). Deu descarga e voltou para o quarto e deitou-se. Pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo e sem conseguir ter um posicionamento na sua vida.

(...)

— Então? — Taylor perguntou ao copeiro do hotel, responsável pelo andar de Lauren que era único, e o seu que tinha alguns quartos.

— Srta. Cabello no início do amanhecer pediu um novo quarto nesse andar que rapidamente foi cedido. Porém, a Srta. Jauregui continua na suíte presidencial. Levei o café da manhã para ambas e elas estavam arrasadas. Acho que houve separação. — ele riu, batendo palmas.

Taylor sorriu alegremente, tirando de sua carteira alguns dólares, entregando nas mãos do copeiro. O seu show tinha sido fundamental para a separação de Lauren e Camila. Agora tinha que agir, aproveitar que Camila estava frágil, por isso que chamou o cabelereiro, também o seu oftalmologista e etilista.

Hoje seria que tudo mudaria.

(...)

Camila estava bêbada, desde que tinha saído da suíte que se embriagava.

Não se importava com o seu comportamento, muito menos com a falta de zelo. Podia até jurar que estava fedendo. Não tinha tomado banho, e nem tinha pretensão, estava jogada as traças. Só queria saber do seu uísque, lágrimas e músicas depressivas.

Tinha passado boa parte do dia bebendo apenas uísque, comeu muito pouco no café da manhã e ignorou o almoço. Sentia o seu estômago roer, mas não se importou, queria ir até o coma alcoólico. Camila estava totalmente entregue ao álcool quando batidas em sua porta lhe fez tombar até a mesma e abrir.

De primeiro o seu coração errou a batida, achando que era a Lauren, mas rapidamente todo o reconhecimento percebeu que era apenas ilusão. Aquela mulher poderia aparecer numa versão 3D, mas jamais se igualaria a Lauren. O que ela estava pensando?

Afastou-se um pouco, a deixando entrar. Ela tinha pintado os cabelos de negros, e colocado lente de contato para a cor dos olhos igualar os camaleônicos da Lauren, até mesmo o estilo de roupa tinha adquirido, teve a audácia de desfilar na sua frente como se fosse a joia mais preciosa do mundo, e Camila não aguentou e se pôs a rir. Sua risada era histérica.

Essa mulher era realmente muito doente.

Taylor parou de se exibir ao ver a expressão cômica de Camila.

— O que foi? Eu não sou tão boa quanto ela? — perguntou com o nariz inflamado.

— Você é doente pra caralho. — Camila levou a mão até a barriga para controlar a dor dá risada. — Você nunca vai ser tão boa como ela, nem se nascesse de novo, de novo, e de novo, você não conseguiria adquirir o caráter e autenticidade de Lauren Jauregui. — olhou a Taylor de cima a baixo com desprezo — Parece uma caricatura mal feita. Não perca o seu tempo, Taylor, você é como uma semente podre no mundo que não consegue semear, está aqui apenas para enrugar e se tornar o nada, igualando o que você é.

As palavras de Camila foi um golpe no estômago de Taylor. Ela tinha mudado e gastado para isso, tinha quase se transformado em Lauren. Quase, na base da ilusão.

— Você não gostou? — Taylor perguntou, apontando para o seu corpo e para si. — Eu fiz de tudo para ser ela. — disse num tom humilhado.

— Não gostei e achei patético. Caia na real, Taylor, eu amo a Lauren e nada que você faça vai mudar isso. — enrugou o nariz ao dizer — Não sei que universo paralelo você vive, mas jamais que eu e você teremos algo novamente. — Taylor balançou a cabeça em negativa — O meu nojo por você é tão grande que sou capaz de ter choque anafilático da tamanha alergia que tenho da sua existência junto da minha.

Taylor olhou para a Camila, nunca se sentiu tão humilhada em toda a sua vida, o pior era que a italiana ria de sua cara sem nenhuma descrição. Sentiu ódio, e a sede de vingança, jurou a si mesmo que Camila iria pagar cada risadinha.

Apontou o dedo para ela:

— Você vai se arrepender amargamente por isso.

Camila não deu importância, porque achava que estava no fundo do poço, mas esquecendo que Taylor cumpria sempre o que prometia.

(...)

Arlissa tomou mais um gole de café, ainda se mantinha acordada. Na base da cafeína, o seu corpo parecia que iria desfalecer a qualquer momento. Mas ela estava empenhada em buscar provas que incriminasse a Taylor Jauregui, não era implicância, ia muito além, era instinto e prevenção, ela sentia isso quando deparava-se com um bandido(a) em potencial.

Mais de 36 horas acordada parecia que estava cobrando de si, já que estava mais lenta e bocejando de 2 e 2 minutos. Suas pálpebras pesadas pareciam que iria explodir, sabia que não aguentaria muito tempo e sentiria culpada, porque era assim... Se dedicava tanto a um caso e jogava-se de cabeça, mas quando os resultados eram lentos, parecia que sua atividade cerebral ia diminuindo com as horas.

A sua conversa informal com a Taylor também não foi muito satisfatória.

Estava pensando em ir para casa, quando uma agente invadiu o seu escritório.

— Temos novidades. — a agente disso.

Arlissa arregalou os olhos, era a única maneira de se manter ativa aos acontecimentos.

— Encontramos um corpo próximo a praia no Emirados Árabes. Foi pura sorte, já que ele estava mergulhado com várias pedras, mas nossos mergulhadores parceiros se dedicaram a essa tarefa. Corpo alto, caucasiano, sexo masculino, uma chance de 80% ser o Lafaiete. — balançou a mão com um papel — E saiu a autopsia de Demetria Lovato.

— Quanto tempo para os peritos fazerem a confirmação do Lafaiete? — perguntou, pegando o papel.

— Precisamos da família, já avisamos, só estamos esperando por eles.

Arlissa concordou com a cabeça e leu o relatório da autopsia de Demetria, sentindo o seu coração se encher com um sentimento de satisfação, quase sorriu, mas não o fez. O sorriso seria quando encerasse o caso.

— Filha da puta! — disse — Emita um mandato para Taylor Jauregui, pegamos essa desgraçada!

(...)

Taylor estava furiosa, ainda sentia o sabor da humilhação de Camila. Não merecia aquilo, sempre foi uma mulher que fez de tudo para ter o que desejava, era tão inconcebível que a Lauren estivesse desfrutando o que tinha sonhado para si. Bem, mas ao menos, já que a tonta da Lauren tinha enxotado a Camila, mas o sentimento da mais velha continua o mesmo, e isso era um inferno.

Percebeu com um vinco na testa que Camila amava realmente a Lauren, isso mudava completamente os seus planos. Tinha sofrido a rejeição de Camila, mesmo quase se transformando em Lauren, isso era uma prova que era uma causa perdida.

Em sua ilusão, achou que o sentimento que Camila sentia por Lauren era causado pela gravidez e era um golpe para a sua consciência e ego não conseguir atrair a italiana.

Amarrou um lenço na cabeça quando recebeu uma ligação no número privado. Atendeu, porque sabia que poderia ser um dos seus.

"Taylor".

"Você tem que sair do hotel imediatamente, Arlissa tem provas contra você. A autopsia do corpo de Demetria saiu, além do mais, o corpo do Jorge foi encontrado. Corra Taylor, ou passará o resto da vida na cadeia".

Taylor desligou o celular com o coração a mil. Mudando completamente os seus planos. Então, pegou uma chave de reserva que proporcionava para o plano C, sua bolsa, colocou os óculos escuros e saiu do quarto.

(...)

O elevador subiu lentamente.

Aproveitou para ajeitar o seu visual impecável. Demorou, mas o elevador chegou ao seu destino, no penúltimo andar; Tinha deixado a mala no carro que tinha alugado, sem motorista, se o Alejandro soubesse dessa travessura, iria surtar.

Bateu na porta do quarto e esperou. Demorou, bateu novamente, até que uma Camila completamente desconhecida de Sinuhe abriu a porta. A mais velha não reconhecia aquela mulher, entregue ao álcool, desarrumada e infeliz.

— Camila? — perguntou espantada.

— Ah, você! — disse amargada, depois de beber o uísque no gargalho — O que está fazendo aqui, Sinuhe? Veio ver se o seu pedaço de carne estéril está viva? Não se preocupe, infelizmente estou. — disse infeliz. — Foi divertido tramar contra mim, mamma? — perguntou, usando ironicamente a última palavra.

Poucas coisas conseguia arrancar o impacto de Sinuhe, mas ver a Camila desse jeito, agregado com suas palavras, lhe deixou sem ar. Via o sofrimento nos olhos e no corpo de sua filha, era nítido que ela tinha perdido o rumo. Não tinha criado a Camila para perder, ao contrário, tinha criado para ser vencedora em qualquer circunstância, só não tinha preparado a Camila para o amor verdadeiro.

Porque para si, o amor verdadeiro era comercial, mesmo tendo a chance de conhecê-lo com o Alejandro. Era o seu ensinamento. Em seu tempo, os casamentos e sentimentos eram arranjados pelas classes. Teve sorte por ter se apaixonada por Alejandro. Ficou tão cega por seus propósitos que tinha ignorado todos os sinais da Camila.

Era triste como mãe, ver a sua filha tão destruída para perceber que a felicidade ia além de status. Não precisava perguntar, era nítido que Lauren e Camila não estavam mais juntas, se tivesse, a sua filha não seria esse trapo humano.

— Camila, vamos conversar e eu explicarei o porquê... — tentou entrar no quarto, mas foi empurrada, para surpresa de Sinuhe. — Camila! — exclamou.

— Eu não quero sua explicação! — Camila gritou, tombando para os lados e os olhos cheios de lágrimas. — Eu não quero saber os seus motivos, nem causas, eu só quero que me deixe em paz. Não era isso que queria? Me ver sozinha e disponível ao acaso milionário de sua ganância? Parabéns, eu estou aqui. — bateu no peito com a garrafa de uísque, derramando boa quantidade em seu pijama, aumentando as suas lágrimas. — Em pé, mas totalmente destruída. — respirou tropeçando — Eu sempre achei que tinha a completa convicção de quem era, mas a verdade que passei a existir depois que meu caminho cruzou o de Lauren, e sinta-se feliz, você perdeu uma filha e ganhou uma máquina, não é isso que sempre idealizou? Uma mulher fria, ignorando os seus próprios sentimentos e se alimentando apenas pelo o que o dinheiro poderia oferecer? Eu sinto pena do meu pai por se enroscar na cobra que você é.

Sinuhe sentiu-se mal, ela amava por demais a Camila, e queria explicar suas razões, mesmo sendo inexplicável.

— Filha...

— Com todo respeito, Sinuhe? — Camila perguntou com a voz falha de bebida — Vá para o inferno! — e bateu a porta na cara da mais velha.

Sinuhe ainda tentou, batendo na porta diversas vezes, sendo ignorada. Ao menos, a Camila tinha sido sutil, quando a própria Sinuhe se rebelou contra a mãe, palavras mais pesadas foram usadas.

Depois de bater muito, e não ter resposta, a Sinuhe resolveu voltar para a recepção e comprar uma diária, quando uma situação lhe chamou atenção.

(...)

Lauren arrumou-se com o esmero, depois de algumas horas de puro sofrimento, caiu a sua ficha do quão burra estava sendo em abrir mão da sua felicidade por conta de sua irmã. Passou muitos anos vivendo pela a Taylor, o que tinha colhido além de decepção?

Se Taylor estava tão errada como a Camila dizia, ela tinha que pagar. Lauren não queria ser uma daquelas pessoas sem senso que passava a mão no criminoso por amor. Claro que seria dolorido, porque em questão de última geração deixada pelos seus pais, só tinha ela e a Taylor.

Depois de muita reflexão, percebeu que sua irmã estava usando a gravidez para se sobressair, deixando várias questões em aberto. Já tinha superprotegido demais a Taylor e isso estava só piorando as coisas. Ela amava, e rezava pela vida da Taylor, só que não podia se anular por conta de sua irmã, não mais.

Enquanto, se arrumava, ia tendo pe quenos flashes de uma Taylor pequena, mesmo com a presença dos seus pais, a loira sempre foi egocêntrica e soberba. Algo que os seus pais achavam engraçado, mas que transformou a Taylor em um monstro.

Camila a queria proteger, e isso era bem habitual em quem se ama. Sentiu tonta por manda-la ir embora. Mas iria fazer as pazes com a Camila porque não existia um mundo para a lagartinha sem a sua tanajurinha.

Perfumou-se, disposta a oferecer todo o seu amor a Camila, e pedia silenciosamente para que os anjos lhe ajudasse e que Camila lhe perdoasse. Abriu a porta da sua suíte com um sorriso, e deparou-se com a Taylor. Pela primeira vez, sentiu-se receosa, era hora de assumir para si mesmo que sua irmã era patológica.

— Hey Laur, eu ia bater na porta agorinha, o que acha de um passeio entre irmãs? — Taylor perguntou sorrindo — Faz muito tempo que não fazemos isso e eu conheço um lugar maravilhoso.

Lauren a olhou, desconfiada.

— Eu achei que você não queria nenhum contato comigo, já que fez tanta questão de jogar isso na minha cara.

Taylor suspirou longamente e fez uma carinha triste.

— Bobagem! — entrelaçou o braço no de Lauren. — Você é minha irmã, sangue do meu sangue, se eu não quisesse contato com você, teria de quem? — se balançou — Vamos lá maninha, se divertir! Além do mais é uma oportunidade para nos acertar e seguir em frente. Sem deixar nenhuma poeira do passado, o que acha?

Lauren sentiu um pequeno alerta em sua cabeça, era no mínimo estranho esse súbito interesse de Taylor fazer as pazes. Mordeu o lábio inferior, pensativa. Não achava muito seguro sair com ela, mas... Vendo os olhos verdes brilhando em expectativa, mais uma vez o seu coração agiu, abafando qualquer voz da sua razão.

Seria um simples passeio com a sua irmã. O que poderia acontecer de errado? Então, deixou-se ir.

(...)

Camila bebeu mais um gole de uísque quando sentiu o seu celular tocar, o puxou do bolso, e atendeu rapidamente quando viu o número de Arlissa salvo. Atendeu prontamente.

"Srta. Cabello, tenho novas informações. Um corpo foi encontrado e diante de todas as características, suspeitamos ser do Jorge Lafaiete, o laudo do corpo de Demetria Lovato também saiu e foi comprovado que a morte foi provocada. A principal suspeita é a Taylor Jauregui, peço que você e sua namorada mantenha-se em segurança, já que não sabemos do potencial da Taylor".

Camila ficou em alerta.

"Eu não estou com a Lauren".

"Aconselho que fiquem juntas, por questão de segurança. Já estou me deslocando para o hotel".

Camila desligou, sentindo toda a pressão da realidade cair sobre si, rapidamente se sentiu sóbria. Precisava ver a Lauren, tirou o seu pijama e vestiu um jeans, uma blusa básica e all star. Era o visual mais aleatório que tinha usado em toda sua vida, mas não se importou no momento. Saiu do seu andar, e por escadas foi até a suíte presidencial, bateu na porta e tocou a campainha diversas vezes, como não teve retorno de Lauren, usou a chave extra e adentrou, tudo estava muito organizado.

Ainda podia sentir o perfume de Lauren. Entrou em pânico quando entrou no quarto que dividia com a Lauren e o encontrou vazio, com as mãos trêmulas, ligou para a Lauren, várias vezes, sem ter sucesso, então, em aflição ligou para Arlissa.

Lauren tinha sumido.

(...)

Uma grande mobilização aconteceu depois da ligação de Camila aconteceu, muitos estavam à procura de Lauren e Taylor.

Uma Camila totalmente histérica começou a gritar, uma equipe médica sempre presente no hotel foi solicitado para administrar um calmamente na veia da italiana que estava aos prantos, principalmente depois que Arlissa chegou e descobriu através das câmeras de segurança que de fato, a Lauren tinha saído com a Taylor, quando questionado sobre algum lugar conhecido que a Taylor poderia ter levado a Lauren, a Camila não soube responder, era tudo imprevisível.

Alejandro chegou, depois de ter recebido uma ligação da Camila desesperada, interrompeu a sua viagem para apoiar a filha, porém, enquanto se abraçavam, nenhum dos dois pensava na Sinuhe...

(...)

Pádua ficava a 30 minutos de Veneza.

Durante o percurso não houve muitos diálogos, por tanto, a Taylor colocou músicas que marcaram épocas, e ela e Lauren cantaram e sorriram, transmitindo uma segurança inexistente a Lauren.

Ao chegar na cidade, Lauren ficou impressionada, era uma cidade belíssima que a morena não teve a oportunidade de conhecer. Já que Taylor dirigiu lentamente até chegar a um kitnet bem bonitinho com sua estrutura padrão, apesar que por dentro era moderno e tecnológico.

— Vou preparar um chá para nós, e também ligar os aquecedores, está frio aqui.

— Eu acho perfeito. — Lauren sorriu com suas bochechas e nariz avermelhada do frio.

— Então, fique à vontade que organizarei tudo. — Taylor sorriu.

Esse kitnet era o plano C. Tudo nele, desde o forno até os aquecedores era a base do combustível fóssil. Foi uma das exigências de Taylor ao comprá-lo. Fez o chá, e não desligou a boca do fogão, para completar, ligou o do forno. Organizou tranquilamente o chá na bandeja juntamente com alguns biscoitos, sentindo a quentura da cozinha e migrou até a sala.

— Chá de camomila para um resto de dia tranquilo. — Taylor disse, colocando a bandeja no centro da sala e servindo uma xícara para a Lauren que aceitou.

— Obrigada, um dos meus preferidos.

— Eu sei. — Taylor sorriu. — Vou ligar a os aquecedores. — e saiu novamente.

As saídas de ventilação do kitnet estavam fechadas, mesmo assim, a Taylor ligou os aquecedores. Era só questão de tempo para tudo acontecer.

Voltou para a sala, onde a Lauren estava pegando um biscoito.

— O chá está ótimo. Me lembrou muito o chá da mamãe, era tão docinho sem ser enjoativo.

Taylor sorriu, animada e também orgulhosa por ter igualado o chá de Clara, apesar de ser muito pequena era um sabor inesquecível.

— Demorei bastante para aprender esse ponto, se lembra que mamãe adorava bebericar o chá ou fazer qualquer coisa na cozinha ouvindo o Ray Charles? Ela dizia que apimentava os seus sentidos e lhe dava inspiração.

— Sim. — Lauren sorriu, feliz com a lembrança. — Era um dos seus cantores favoritos.

Taylor riu.

— Por acaso, eu tenho algumas músicas em meu celular e o som é compatível ao bluetooth, podemos nos divertir, maninha. — Taylor disse, presunçosa, ao retirar o celular do bolso. Levantou-se, caminhou até o som, rapidamente o conectando e a voz do Ray surgiu.

Lauren soltou um gritinho histérico de animação ao ouvir a voz que por muitos anos não escutava. Todo o seu corpo vibrou em felicidade.

Taylor ofereceu a mão.

— Me concede essa dança, senhorita? — perguntou em gracejo.

Lauren colocou a xícara no pires, deixando no braço do sofá e aceitou a mão da Taylor.

As duas movimentaram ao som do jazz alto. Elas riram, enquanto, soltavam-se no ritmo da música animada, movendo os quadris e os braços. Pareciam que faziam isso a vida toda. Lauren ria à toa, se sentindo realizada por compartilhar um momento que lembrava muito a Clara. Lauren realmente se divertia, era graciosa o seu jeito de movimentar com o seu barrigão. Em pensar que ela estava tão triste de manhã.

Toda a agitação das músicas passou, e I Can't Stop Loving You começou a soar, Taylor abraçou a Lauren e movimentou lentamente o corpo. Lauren estava ofegante, não conseguia estabelecer a sua respiração, sua cabeça começou a doer juntamente com uma leve tontura, achou que tinha exigido demais do seu corpo.

— Preciso parar. — Lauren disse tonta, com a voz ofegante. — Eu não estou me sentindo bem. — tombou para trás, segurando no sofá, puxou o ar pela a boca. — Taylor, chame o socorro, eu to... to me sentindo fraca.

Taylor foi até o bar e se serviu de licor.

— É normal que se sinta assim, é um dos sintomas da intoxicação por monóxido de carbono. — mexeu o liquido escuro no copo. — Está na hora, Lauren.

Lauren não conseguia raciocinar, levou a mão até a sua garganta seca, tudo estava em câmera lenta. A sua falta de ar lhe lançava uma ação agonizante, os seus pulmões pareciam que iriam explodir, queimava e lhe sufocava, sentia cada músculo paralisando.

— Camila... — Lauren chamou, sentindo os seus joelhos fracos.

— Oh que bonitinho, chamando a amada bem no leito de sua morte. — Taylor virou a bebida, sentido amargar na sua garganta. — Essa música é ótima para pensar em Camila. Ela parece uma feiticeira, não é? É impossível parar de amá-la. — Taylor riu doentiamente. — Que forma mais estupenda de morrer, duas irmãs apaixonadíssimas pela mesma mulher e nenhuma das duas ficará com ela.

— Taylor... — os joelhos de Lauren cederam e ela caiu, ainda tentou se manter atenta, mas sentia-se cada vez mais distante da realidade.

— Pare de lutar, Lauren. Aceite a realidade: Você está morrendo, assim como eu. Posso ter falhado em meus planos com a Camila, mas se eu não posso ficar com ela, você também não ficará.

— Não... — Lauren moveu a mão, praticamente cega pelo seu nível de intoxicação, a sua mão cai diretamente em sua barriga e uma lágrima solitária caiu de seus olhos, por que se pudesse proteger de todo esse mundo perverso, seria o seu bebê.

Perdoe-me, meu anjo... Eu não fui capaz, eu falhei, mas meu amor será eternamente teu. Pensou, derramando mais lágrimas até que desfaleceu de vez.

O corpo de Lauren caiu, e Taylor mesmo tonta, serviu mais uma dose de bebida, mas antes de beber, caiu, derramando o liquido em si. Mirou o corpo de Lauren e sorriu satisfeita com o percurso da história, seus olhos fechando lentamente pra a escuridão.

Esse era o fim.

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Até o penúltimo capítulo. 

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