Crumble to Ashes | Phoenix Lo...

By mclaranogueira

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[LIVRO 2 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE] Após terem embarcado em um romance que fez explodir as chamas que existiam... More

Notas da Autora e Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45

Capítulo 16

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By mclaranogueira

DAVID

Tomo um susto ao ver a varanda da casa de Crystal toda enfeitada e cheia de convidados prontos para uma festa. Tento não esboçar nenhuma reação enquanto observo o cenário com uma decoração muito elegante em preto e dourado com bexigas comuns, outras em formato de estrelas e enfeitadas, nas mesmas cores, um lustre dourado enorme no centro, aqueles balões grandes também em dourado com as letras "D" e "A" e um "18" no meio sobre um pano de fundo preto, além de uma mesa enfeitada, com um bolo enorme e os mais diversos tipos de docinhos de festa.

Olho para a minha irmã, que olha para mim ao mesmo tempo, na esperança de que ela tenha ficado tão incomodada com essa surpresa quanto eu e percebo que sim, ela também detesta festas e não gostou disso tanto quanto eu. Ambos olhamos para nossos companheiros, porque certamente eles são os responsáveis por isso, com um olhar mortal. Quem lhes deu o direito de fazer uma surpresa para nós? Eles estão cansados de saber que não comemoramos essa data e que ela não traz boas recordações, por que raios fizeram isso com a gente?

Crystal e Liam tentam disfarçar, mas vejo que ambos estão surpresos e constrangidos, sem saber o que fazer, enquanto todo mundo nos encara. Isso só está ficando pior.

- Nós precisamos conversar, Crystal. – aviso baixo, ainda com o mesmo olhar fulminante para ela, e empurro a minha cadeira sozinho até um canto no fundo. Anneliese faz o mesmo com Liam. A morena vem atrás de mim logo em seguida.

Antes que ela possa abrir a boca para tentar se defender, eu já me adianto.

- Por que vocês fizeram essa festa? Você sabe que eu não comemoro o meu aniversário, que é um dia horrível para mim. – indago irritado.

- Justamente por isso, David! – Crystal exclama. – Eu queria transformar esse dia que é tão traumático para você num dia de alegria, qual o problema nisso? – ela pergunta no mesmo tom que eu.

- O problema é que como eu vou comemorar o meu aniversário se eu nem mesmo me sinto digno de estar vivo? – refuto, e Crystal faz uma expressão indignada. – Sabe a surra que eu levei do meu pai depois que a minha mãe morreu que quase me matou também? Foi o meu presente de doze anos. – forço meus lábios em um sorriso sarcástico. – Então me diz, como eu vou conseguir comemorar esse dia quando tudo que eu ouço na minha cabeça é o eco da voz do meu pai me xingando de "maldito", "desgraçado" e nomes piores, e insultos como "você quem deveria estar morto", "eu te odeio", "eu te desprezo", "você desgraçou essa família" e outras coisas mais. – seguro com força o nó que se formou na minha garganta devido à minha vontade estúpida de chorar ao falar sobre isso.

- Eu entendo o quanto isso é difícil para você, mas...

- Não, você não entende! – rebato, erguendo meu tom, mas logo me arrependo e volto ao normal. – Eu sou responsável pela morte da minha mãe. Não consigo comemorar mais um ano de vida sabendo que é mais um ano da morte dela. Era para ser eu debaixo daquele túmulo. – sinto as lágrimas queimando sob os meus olhos querendo escorrer, porém não vou deixar que nenhuma gota caia.

Crystal se agacha rapidamente para ficar na minha altura e olha firme nos meus olhos.

- David, eu te falei para nunca mais repetir isso. – ela diz com seriedade. – Você não deveria estar debaixo daquele túmulo porque a sua mãe escolheu te salvar, foi uma decisão dela. E você não é responsável pela morte dela, nunca foi. – ela aperta as minhas mãos e continua me encarando firme. – Seu pai é um mentiroso. Você não percebe que acabou de escapar da morte? Mais uma vez? Isso significa que você tem que estar aqui, que a sua vida tem um propósito.

Minha namorada soa convincente, a forma como ela diz essas palavras com tanta segurança, os seus olhos amendoados emocionados, brilhando na minha direção. Alguns dias atrás eu concordei com ela, de que talvez meu destino seja mesmo ficar aqui e viver, realmente me parece isso, porém ainda dói saber que o meu aniversário está tão ligado à morte da minha mãe.

- Mas... – começo a dizer, no entanto, ela me interrompe.

- Deixa eu terminar. – pede e respira fundo. – Eu odeio sequer pensar sobre isso, mas devido aos fatos recentes, você poderia não estar completando esse aniversário, sua irmã poderia estar passando esse dia sozinha, seria ainda mais doloroso para ela. Mas você sobreviveu, David. Você está aqui. E isso para mim é motivo mais do que suficiente para comemorar. Você é a pessoa mais fantástica que eu já conheci na vida e por isso a sua vida merece ser celebrada. – a morena curva seus lábios em seu sorriso magistral, o mais lindo do mundo, que faz meu coração acelerar as batidas e derreter ao mesmo tempo.

Sinto-me extremamente lisonjeado por Crystal me colocar como a pessoa mais fantástica que ela já conheceu, eu nem mesmo me acho digno de tudo isso, na verdade, não me acho nada especial. Entretanto, a forma como ela olha e sorri para mim prova que ela não está mentindo. A minha vida importa e é motivo de celebração para ela, isso me deixa tão honrado. Crystal Müller me faz sentir coisas que eu nem imaginava que poderia sentir.

- Você só esqueceu um detalhe essencial. – menciono.

- O quê? – ela arqueia uma sobrancelha.

- Eu não gosto de festas. – respondo no tom mais óbvio e solto um sorriso sem graça.

A morena revira os olhos e faz uma expressão sarcástica.

- Eu sei disso. – responde. – E justamente por isso eu e o Liam fizemos uma festa simples e chamamos poucas pessoas, só os mais próximos, para que os gêmeos antissociais ficassem mais confortáveis. – ironiza. – Por favor, fica. Nós fizemos tudo com tanto carinho, tivemos até que pagar a mais para que pudesse ser feito em tão pouco tempo. Eu prometo que não vai ser tão ruim. – ela pede com a sua melhor voz dengosa, um truque baixo, pois ela sabe que eu não resisto e sempre funciona comigo.

Viro a minha cabeça para a esquerda, em direção à minha irmã, que, coincidentemente, olha na minha direção na mesma hora, certamente procurando a minha aprovação, assim como estou fazendo com ela, nossa conexão de gêmeos realmente é incrível. Com toda certeza, Liam teve uma conversa parecida com ela, que está se perguntando se deve concordar ou não. Balançamos a cabeça em acordo e nos viramos de volta para os nossos parceiros.

- Tudo bem, eu fico. – me rendo, fazendo Crystal abrir ainda mais o seu sorriso. – Nós ficamos.

Minha namorada se levanta animada e se senta no meu colo, me abraçando em seguida e enchendo meu rosto e meus lábios de inúmeros beijos. Amo ver o quanto ela ficou contente com isso, alegra a minha alma vê-la assim. Talvez ela tenha razão, talvez não seja tão ruim.

- Então vamos comemorar! – Crystal exclama animada, se levantando do meu colo, e me conduz de volta ao centro da varanda.

Quando retornamos ao ambiente da festa, reparo melhor nos convidados presentes. Jasmine, obviamente, e pelo que vejo também, era quem estava tentando amenizar a situação toda; Ravena, é claro, que não poderia faltar; Victoria, estou até impressionado em vê-la, achei que ela e Crystal nem eram mais amigas; o trio que forma as renegadas junto com a Anne, suas amigas Brianna, Jessica e Sayuri; Stefan e mais alguns colegas de time ou com quem converso às vezes e algumas meninas do decatlo acadêmico. Realmente só os mais próximos e aprecio isso, porque sei que se fosse pela vontade da própria Crystal, seria uma festa de arromba em que ela convidaria metade de Chicago.

Anne e eu pedimos desculpas pela inconveniência e então agradecemos a presença, abraçando um por um, significa muito que eles tenham concordado em vir até aqui e comemorar esse dia conosco mesmo que tenhamos estranhado em um primeiro momento.

Todo mundo dança, come, bebe e se diverte, como uma boa festa deve ser, enquanto eu fico de canto como de costume, principalmente porque não tenho como me mexer muito, portanto aproveito o momento para observar as habilidades de dança e sedução da minha morena que, por sinal, são fortíssimas. A forma como ela movimenta seu corpo, seus olhares, suas expressões, ela simplesmente exala luxúria e eu não posso negar que adoro isso, sinto meu corpo todo tremer e queimar por dentro. Isso também me faz lembrar de quando eu a vi pela primeira vez, aqui mesmo, nesta casa, também em uma festa, em que ela me hipnotizou na nossa primeira troca de olhares. Disso eu nunca me esqueci.

Logo em seguida, desaceleram o ritmo e colocam músicas mais lentas e românticas, como é de praxe, e Crystal deixa o centro da "pista", caminhando na minha direção, exibindo o seu sorriso mais do que encantador.

- Agora eu exijo que você dance comigo. – ela ordena se sentando sobre o meu colo.

- Como, amor? – pergunto, franzindo as sobrancelhas. Não temos qualquer condição de dançarmos juntos comigo nesse estado.

- Eu vou te mostrar como. – ela responde confiante e sorri, apertando o botão que faz a cadeira girar.

Neste instante, começa a tocar "She's Like The Wind" do Patrick Swayze, uma das músicas da trilha sonora de Dirty Dancing. Nunca havia percebido o quanto essa canção nos representa até agora, cada palavra dela é realmente muito nossa, principalmente o verso que diz "apenas um tolo em acreditar que eu tenho tudo que ela precisa" com o qual eu me identifico muito. Por mais que Crystal se declare para mim e me enalteça constantemente, nunca vou sentir que sou o suficiente para ela, pois sou muito pequeno para a sua personalidade gigante.

Crystal aperta os botões da cadeira que fazem com que ela ande e gire, chega mesmo a parecer que estamos dançando sobre ela. Isso também me faz lembrar da cena entre Will e Lou de "Como Eu Era Antes De Você" em que eles dançam como estamos dançando agora no casamento da irmã do Will, o que me deixa ainda mais emocionado.

- Eu sou tão sortudo por ter você. – comento com um sorriso tímido. – Você é a melhor coisa que já me aconteceu, já lhe disse isso? – indago, colocando uma mecha de cabelo atrás da sua orelha e repousando minha mão no seu pescoço, encarando firmemente os seus lindos olhos.

- Você me dá muito mais crédito do que eu realmente tenho. – a morena refuta. – Você, na verdade, que é a melhor coisa que já me aconteceu. – ela acaricia ao redor do meu rosto daquele jeito que ela sabe que eu adoro. – Sabe aquela frase ultra clichê que diz que o aniversário é seu, mas o presente é todo meu? Pois então, – ela toca no meu nariz – o presente é mesmo todo meu por ter você e poder passar o primeiro de muitos aniversários ao seu lado ainda. – ela sorri de novo, fazendo com que eu abra o meu maior sorriso possível ao ouvir tais palavras. Ainda me parece surreal.

- E é por isso que você, Crystal Müller, – aponto seriamente para ela – é o motivo de eu celebrar a minha vida, pois você é a minha maior alegria nela. – sorrio ainda mais, sentindo até as minhas bochechas doerem, e rodopio a cadeira, fazendo com que nós giremos e minha amada ria, preenchendo os meus ouvidos com o seu som celestial. Sinto meu coração explodir em um milhão de pedacinhos de amor, estou feliz.

Dançamos por mais duas ou três músicas, não prestei muita atenção, meu foco estava somente no sorriso da outra metade da mina alma. Agora nem vou reclamar mais do gasto desnecessário com essa cadeira cara devido aos momentos que acabou de me proporcionar. Inclusive, Anne também se empolga ao nos ver e dança mais algumas músicas comigo, eu adoro que façamos isso juntos mesmo que ela seja uma dançarina mil vezes melhor do que eu, mas pelo menos agora esse fato não importa ou faz diferença já que ela está apenas sentada no meu colo.

A festa continua animada, e eu fico contente que todos estejam se divertindo, pelo menos o meu aniversário está trazendo alegria para eles. Não tomei nada alcoólico e pretendo permanecer assim, primeiramente por causa dos medicamentos que fazem parte do meu tratamento, e segundo porque eu ainda não me sinto muito estável emocional e psicologicamente, então qualquer gota de álcool pode causar reações nada agradáveis ou péssimas, por isso evito até mesmo passar por perto, uma vez que é tentador, devido às minhas lembranças relacionadas ao dia de hoje.

Por ser basicamente uma festa de nerds, um videogame e uma televisão são instalados na varanda para que possamos jogar e eu mal posso acreditar que eles também trouxeram o meu antigo Playstation 2, que eu raramente uso, só para que pudéssemos jogar o meu queridinho Guitar Hero, que, por sinal, é minha especialidade. Não sou de me exibir e muito menos de me gabar, mas é uma das poucas coisas em que eu me sinto bom.

- Esse é o meu momento! – menciono animado me aproximando deles enquanto Liam instala o jogo.

- Nem tem graça com você, que já é um guitarrista de verdade. – meu cunhado resmunga.

- Eu não sou. – de jeito nenhum, penso. Estou muito longe disso, toco guitarra, apenas. – Eu só quero mostrar a única coisa na qual eu me considero um pouco acima de mediano. – explico.

- Só vou permitir porque isso é um evento raro. – ele responde com sarcasmo e passa um dos controles para mim.

Escolho "Our Truth" do Lacuna Coil, adoro essa música por sinal, e Liam decide jogar comigo, resmungando de novo quando eu escolho o nível de dificuldade "expert" e ele coloca apenas no "normal". Jogamos essa e mais outras duas músicas, "Scream Aim Fire" do Bullet For My Valentine e "Trapped Under The Ice" do Metallica, nos mesmos níveis. Admito que optei por canções difíceis só para ver o Liam irritado, é muito engraçado vê-lo quando perde algo, por mais bobo que seja. Parece até alguém que eu conheço bem, ela mesma, Crystal.

Venço as três partidas, e Liam se irrita como esperado, jogando seu controle em uma cadeira e murmura:

- Isso não é justo, eu não tenho toda essa coordenação. – semicerrando os olhos para mim e colocando a sua melhor pose de bravo, eu apenas dou de ombros e faço uma expressão cínica.

Deixo o controle junto com o outro e me afasto para dar espaço aos próximos competidores.

- Que rockstar! – Crystal declara, fingindo estar impressionada, ao vir na minha direção. – Isso me faz lembrar que eu nunca vi você tocar guitarra para mim. – ela faz seu biquinho manhoso e se senta no meu colo novamente.

- É só me dizer quando que eu toco para você, princesa. – respondo mexendo nos fios escuros do seu cabelo.

- Adoro quando você me mima assim. – ela sorri e dá um beijo delicado nos meus lábios que faz meu estômago dar piruetas.

- Queria que tivesse sido fácil assim comigo. – ouço a voz da minha baixinha favorita atrás de nós e me viro a tempo de vê-la rir. – Foram meses de espera e cobrança.

- Acho que ser a namorada do musicista me concede alguns privilégios. – Crystal não perde a chance de rebater com o seu sarcasmo, é claro.

- Ei, eu não quero que isso gere uma discussão. – repreendo-as logo, já para evitar que qualquer briga desnecessária seja iniciada aqui.

- Não queria causar nenhuma confusão, me desculpe. – Ravena parece constrangida. – Eu só queria te dar os parabéns de modo mais apropriado, quase não nos falamos hoje.

Crystal não entende a deixa da irmã para falar em particular comigo, ou melhor, entende e decide ficar por pura pirraça, por isso peço que ela nos dê um minuto a sós. Ela tenta segurar uma revirada de olhos e suspira, se levantando do meu colo e indo para outro lugar.

- Espero que você não tenha ficado bravo com a surpresa. Eu também fiz parte disso afinal de contas. – Ravena continua com o mesmo sentimento de embaraço e encolhe os ombros.

- Não vou mentir, eu fiquei. – respondo sério. – Por tipo, dez minutos. – desfaço a expressão e nós dois rimos juntos. – Mas eu entendi a intenção de vocês e fiquei lisonjeado, me sinto grato.

- Que bom. – ela curva seus lábios em um sorriso adorável. – Você merece todas as coisas boas desse mundo e espero que o próximo ano seja o melhor que você já teve. – suas palavras soam gentis e sinceras e aquecem meu coração.

- Obrigada, Rave. Sua amizade é muito importante para mim. – sorrio de volta para ela e estendo os braços para que ela me abrace.

A caçula dos Müller se aproxima mais de mim e vem ao meu encontro para o fazer. Seus braços, mesmo pequeninos e magrelos, são reconfortantes e conseguem me transmitir todo o carinho que ela sente por mim, o qual eu também sinto de volta, espero que ela tenha consciência disso.

Dou um beijo em seu rosto e, em seguida, ela se afasta, ao que Crystal aproveita para já retomar o seu posto do meu lado. Os convidados continuam jogando, dançando e se divertindo, ainda na mesma animação, por mais algum tempo até que finalmente decidem cantar parabéns e tirarem as fotos.

Anne e eu vamos em direção ao cenário que foi montado e tiram várias fotos nossas, me sinto um pouco envergonhado, como em todas as vezes, mas sei que faz parte. Então tiramos fotos com nossos companheiros, toda a família Müller, nossos amigos, os convidados, até que Crystal se sente satisfeita.

Na sequência, cantam os parabéns nós e uma coisa que eu adoro no fato de sermos gêmeos é que esse momento não é tão constrangedor como para as outras pessoas pois estamos fazendo companhia e cantamos parabéns um para o outro. Sopramos as velinhas e cortamos o primeiro pedaço juntos, como costumávamos fazer quando ainda comemorávamos o nosso aniversário, e me sinto bem, na verdade, me sinto muito bem por estar passando por esse momento depois de tanto tempo.

Dedicamos o primeiro pedaço à nossa mãe, porque mesmo não estando aqui, ela é a responsável por estarmos comemorando esse aniversário, e por não estar presente, oferecemos o pedaço um para o outro. Depois para os nossos namorados e então todos começam a se servir. Inclusive, fico impressionado que o bolo tem recheio de ganache de chocolate com nozes, meu sabor preferido, e eu não me lembro nunca de ter comentado isso com Crystal. Adoraria saber de onde ela descobriu.

Não demora muito tempo após todos terminarem de comer para que a festa acabe e o pessoal comece a ir embora, até porque já é tarde e ainda estamos no meio da semana. Nos despedimos de cada um e agradecemos mais uma vez por terem vindo, e só então eu reparo na quantidade de presentes que ganhamos, que eu ainda nem havia notado. Não faço questão de presentes, mas confesso que estou ansioso para saber o que cada um escolheu ao pensar em mim, principalmente a minha garota.

Crystal oferece para que eu durma aqui por conta da hora – a festa realmente acabou tarde tendo um dia de aula amanhã –, por isso acabo aceitando o convite e decido ficar. Há um quarto, quase nunca utilizado, no andar de baixo, que eu vejo que já foi preparado para mim. Minha namorada me ajuda a sentar na cama e despir minhas roupas, fico até um tanto tímido por isso, me deixando apenas de roupa íntima, já que eu não vim preparado para dormir aqui. Ajeito-me na cama e Crystal avisa que apenas vai trocar de roupa e lavar o rosto, mas que volta logo para dormir aqui comigo, eu apenas concordo.

Uns quinze minutos depois, a minha morena volta para ficar comigo vestindo uma camisola de seda branca, o que já me deixa bastante abalado, mas tento não demonstrar. Ela se deita ao meu lado e me encara profundamente.

- O que foi? – pergunto, me virando de frente para ela também, percebendo que ela quer dizer alguma coisa.

- Sinto sua falta. Quero dizer, de ficar sozinha com você, só nós dois. – ela responde, e eu já sinto a tensão sexual emanar da sua voz no mesmo instante. Estremeço, porém não sei como lidar com isso. Ainda tenho a sensação de que estamos namorando há apenas alguns dias, mesmo que tenhamos tido um relacionamento antes.

- Por quê? O que você quer fazer comigo? – indago, fingindo ingenuidade, para saber quais são as suas intenções e até onde ela quer ir comigo.

- Eu quero você. – ela afirma com certeza em seu olhar e levanta seu tronco, subindo em cima de mim, me fitando com atenção, como se estivesse admirando cada detalhe meu, cada traço.

Minha amada se deita sobre mim e me beija com ansiedade. Seu beijo revela tudo que ela está sentindo nesse momento, paixão, desejo, luxúria... sexo. Ainda não sei como me sinto sobre isso, mas vou deixar rolar e ver até onde vai, portanto continuamos nos beijando com todo o fogo que temos dentro de nós neste momento.

- Me toca, David. – Crystal interrompe o nosso beijo para pedir. – Eu quero sentir a sua pele contra a minha. – sua voz soa rouca de tesão e ela posiciona as minhas duas mãos sob a sua camisola para que eu tenha certeza e não hesite em fazer isso.

Jamais negaria um pedido como esse, ainda mais inebriado por ela como estou agora, portanto deslizo minhas mãos para cima, tocando sua cintura e alcançando seus seios, apertando-os com as mãos cheias e vontade, fazendo-a soltar um gemido, então os aperto mais duas vezes. Sinto que ela quer mais, assim como eu também quero, por isso levo minhas mãos até a barra da sua camisola e a levanto, retirando a peça, me fazendo perceber também que ela já está sem calcinha, ou seja, ela realmente veio atrás de sexo.

Umedeço meus lábios ao ver a figura da deusa de corpo impecável na minha frente e mal chego a acreditar que ela é de fato a minha namorada, que eu posso provar de todo esse corpo. Ajeito-me melhor na cama, de forma que eu fique sentado para que nos encaixemos melhor. Quando me situo de maneira confortável, posiciono minha boca em um dos seus seios e o abocanho, sem aviso prévio, chupando, sugando e degustando tudo que posso dessa parte linda do seu corpo enquanto a seguro pelas costas, fazendo minha namorada gemer mais, o que me estimula mais ainda.

Encho seu seio de beijos, chupadas e leves mordidas no seu mamilo, que eu percebo claramente quanto prazer isso lhe proporciona só pelo som da sua respiração ofegante e a forma como ela puxa meus cabelos. Aproveito-me da posição em que estamos e escorrego minha mão direita até a sua intimidade. Crystal está com as pernas bem abertas por estar sentada de frente para mim, facilitando as coisas entre nós. Mudo para o seu outro seio e estimulo seu mamilo com a minha língua enquanto percorro seus lábios vaginais com os meus dedos, os acariciando suavemente, sentindo o quanto ela já está toda molhada para mim. Isso me enlouquece, adoro sentir sua lubrificação tão abundante por minha causa.

Mergulho dois dedos dentro dela, ouvindo-a soltar um súbito gemido de prazer, e ela joga seu corpo sobre mim, descansando sua cabeça em meu ombro, enquanto eu remexo meus dedos em vários ritmos e movimentos diferentes, o que a faz arranhar as minhas costas. Neste momento, lembro-me do quanto isso me dava tesão.

- Eu amo a habilidade que você tem com esses dedos. – Crystal menciona com a voz embriagada e solta um riso frouxo. Céus, eu sou tão apaixonado por ela!

- Isso quer dizer que eu faço do jeito que você gosta? – me faço de cínico, mordendo o canto da boca, retirando meus dedos de dentro dela e os ponho sobre seu clitóris, massageando-o em movimentos circulares.

- Porra... – ela sussurra, agarrando meus braços com força. – Seu toque tem tanto poder sobre mim.

- Eu me sinto honrado. – sussurro de volta no ouvido dela e mordo de leve o lóbulo da sua orelha.

Minha resposta parece ter causado uma reação nela, pois sinto a mão da minha namorada procurando desesperadamente pela minha cueca, colocando-a por dentro dela quando a encontra.

- Sei que não sou tão boa quanto você, – ela comenta com a voz falhada – mas quero ao menos tentar causar em você a mesma sensação que causa em mim. – ela desliza sua mão macia sobre o meu membro, me massageando deliciosamente, enquanto chupa e suga de leve a região do meu pescoço, fazendo absolutamente todos os pelos do meu corpo se eriçarem e minha alma entrar em combustão completa. Sinto seu sorriso contra a minha pele quando ela percebe isso, o que a estimula mais. Volto a tocar sua intimidade, pois havia perdido meu foco com seus movimentos, e ficamos assim, nós dois nos masturbando loucamente até gozarmos um na mão do outro ao mesmo tempo, repousando nossas cabeças nos ombros um do outro.

Quando penso que minha amada se deu por satisfeita, ela retoma o fôlego e levanta a sua cabeça na minha direção.

- Isso foi incrível e eu senti tanta falta, mas... – ela desvia os olhos por um instante, porém logo os retorna para mim. – eu quero mais. Eu quero sentir você, quero sentir nós dois... conectados.

Entendo o que Crystal quer dizer, na verdade, entendo muito bem, e justamente isso me causa um receio. Não me sinto confortável em transar com elas nessas condições, não poderei fazer meus movimentos da melhor forma ou do modo como ela deveria estava acostumada.

- Acho melhor terminar como estamos. – respondo, apesar de temer que ela fique magoada.

- Por quê? Eu quero você, David. – ela afirma, apoiando sua mão no meu maxilar.

- Porque eu tenho medo de não te dar prazer. Eu não estou inteiro. – tento explicar, movimentando meus braços em direção às minhas pernas.

- Você não precisa estar inteiro para que eu te deseje. – ela responde, mexendo carinhosamente nos meus cabelos e dá um sorriso de canto. – E você está subestimando a você mesmo e a mim quando disse sobre o poder que o seu toque tem sobre mim.

- Mas... – tento refutar, porém ela me silencia colocando um dedo sobre meus lábios.

- Shhh... – ela sibila. – Deixa eu lhe mostrar que você não precisa estar completo para me levar às alturas. – insiste, e eu acabo balançando a cabeça em concordância.

Crystal me ajuda a ficar inclinado sobre a cama, de forma que eu ainda permaneça sentado, retirando a minha cueca em seguida, fazendo meu rosto corar com a vergonha, é como se ela estivesse me vendo nu pela primeira vez de novo. A morena monta no meu colo e repousa seu tronco sobre mim, me beijando com paixão para retomar o clima de antes. Deixo as minhas amarras e inseguranças de lado e decido embarcar nessa, correspondendo-a com toda a minha intensidade.

Minha namorada interrompe nosso beijo e ergue um pouco seu quadril para se encaixar em mim. Ela se posiciona de forma a conseguir penetrar em mim por cima, escorregando sobre o meu membro, o que me faz soltar um gemido alto. Por mais que eu tenha tentado recusar, a sensação que tenho quando nos tornamos um é realmente indescritível e me causa um prazer incomparável.

- Deixa que eu te ajudo. – aviso, e minha amada concorda com a cabeça.

Seguro seu quadril com as duas mãos e a ergo, subindo-o e descendo-o sobre o meu pau, ajudando-a a cavalgar sobre mim. Ela de fato parece estar apreciando isso ao ver que ela fecha os seus olhos e deixa alguns gemidos e suspiros fracos escaparem por entre seus lábios.

Posiciono minhas mãos em seus glúteos de modo a segurá-la com mais firmeza e movimento-a mais rapidamente sobre mim enquanto ela segura as duas mãos com força na cabeceira da cama. Ela também ajuda na cavalgada, e eu já sinto suas coxas tremendo, ela está quase lá. Faço-a descer uma última vez, dando uma estocada profunda, e a morena solta seus braços para despejar seu corpo sobre mim ao mesmo tempo que chega no seu ápice, me fazendo gozar junto com ela.

Aproveito a posição em que estamos para abraça-la forte, como um gesto genuíno de carinho e agradecimento. Pego seus cabelos suados caídos sobre seu rosto, os colocando para trás e lhe dou um beijo em seu ombro.

- Eu te amo, David. – ouço-a sussurrar com a voz tenra dessa vez, não mais de tesão.

- Eu te amo mais, Crystal. – sussurro de volta e aperto o abraço novamente, absorvendo o nosso cheiro mesclado de doce com amadeirado do seu pescoço, combinamos muito bem até nisso, é um cheiro nosso e é único. Assim como tudo que sinto por ela é único e o amor que tenho por ela jamais será de outra.

- Isso pode até ser verdade, – a morena ergue o seu corpo para ficar frente a frente comigo – mas pelo menos eu consegui te provar que lhe desejo de qualquer forma. – ela morde o canto da boca rapidamente de forma sexy e acaba abrindo um sorriso, me fazendo sorrir junto com ela.

- Você realmente provou. – concordo ainda sorrindo e aproximo os nossos rostos para lhe dar um beijo delicado, como um último gesto de carinho, para que ela tenha certeza do quanto o que fizemos foi especial para mim.

Assim que nos separamos, Crystal levanta de cima de mim e me ajuda a deitar na cama novamente. Ela se deita ao meu lado e entrelaça o seu corpo no meu, encaixando a sua cabeça perfeitamente sobre o meu peito. É a primeira vez que dormimos nus juntos desde o meu acidente, o que me faz perceber como de fato somos as duas metades de um quebra-cabeça que se completa perfeitamente juntos. Tanto em corpo, quanto em alma.

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