Do Seu Lado

By bitchxhoran

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O que você faria se sua mãe obrigasse você a passar as férias de verão na casa de seu pai? Mas o pior não ser... More

Do Seu Lado
Prólogo
Noah Knight e Pirralha
Gary - O pato.
Flerte?
Dona Judith
Um anjo da guarda muito forte?
A proposta.
Perfeitinho de araque.
A única mais feia da balada.
Noah Aguilera
"Outra vez"
Livro de duas folhas.
Como conquistar o Gabe, para leigos- Parte um.
Vamos ver quem faz o tipo de quem.
Sou como seu irmão mais velho agora.
Era uma vez...
Carnificina de bacons.
É muito medo pra uma Julia só.
A luz de velas.
Dinossauros .
Derreti .
Direto ao ponto .
Assuntos pendentes .
Joséfina cadê você minha filha?
Minha pirralha.
Bipolaridade, oi.
Eu te... Eu te amo?
Fim - Do Seu Lado.
REESCREVENDO

"Fedex: Console de PS3" e JERED!

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By bitchxhoran

–Você já pode me soltar.- ouvi ele falar com tédio. Achei graça, afinal era ele que havia me abraçado, mesmo que por solidariedade, porque meu estado deveria ser deplorável...Chorando, encharcada, vermelha ...Ih, olha eu ligando pra minha aparência de novo.

Soltei o ex-cabeça-ensebada do Noah e corei sem motivo.

–Então?- ele ergueu uma sobrancelha, me encarando.

–Então o que?-perguntei confusa.Esse idiota achava que eu era capaz de ler mentes.

–Então, como foi? Porque o Gabe deve ter te dado um fora muito feio para te deixar nesse estado...-disse com um sorriso maroto, como se quisesse que o Gabe acabasse comigo.

Revirei os olhos e estufei o peito.

–Para a sua informação o Gabe foi todo condescende para me dar o fora, ok?- Falei como se isso fosse hiper mega fantástico. Nem preciso dizer que foi essa condescencia toda que me deixou irada.

–Ah claro.- Noah revirou os olhos- O que ele fez? Disse que você não era o tipo dele?

Esse bobão andou me espionando?

–É.- admiti meio encabulada.

–Típico do Gabe.- sorriu convencido- Aposto que agora você está com raivinha e quer a minha ajudinha para virar o “tipo “ dele.- Noah falou tudo no diminutivo, ainda dando uma agachadinha para ficar da minha altura, e não satisfeito terminou com um peteleco no meu nariz.

–Lógico que não.-menti, Noah revirou os olhos pela centésima vez.

–Tudo bem, eu vou te ajudar.- murmurou com um fardo fingido.

Sorri grata e o observei atender o celular que eu nem havia escutado tocar.

–Aê garotão!- atendeu animado – é, eu já sei- houve uma pausa onde seus olhos se voltaram para mim e sua expressão se tornou de decepção- Poxa, que legal cara. Tudo bem então, boa sorte!- houve outra pausa e então desligou o celular, ainda com a expressão de decepção.

–O que foi?- perguntei curiosa.

–Não quero mais te ajudar.- murmurou me dando as costas.

–Como assim?- indaguei decepcionada o seguindo para o quarto.

–Gabe vai a um campeonato na Austrália, era isso que ele queria me dizer ontem.- explicou. Deduzi que sua decepção em partes era por que quem iria a Austrália seria ele, se houvesse ganhado a competição.

–Mas o que isso tem a ver com me ajudar?- perguntei confusa.

– Tem a ver que ele vai ficar um mês na Austrália, sendo assim, não tem porque eu te ajudar. Talvez eu te coloque numa escola de natação. – não entendi o sentido de sua resposta, mas o fato de Noah ter se jogado na cama significava que ele não levantaria a bunda dali para mais nada, nem para me ajudar.

Resignada atravessei o quarto e sentei na cadeira de sua escrivaninha, onde também se localizava uma caixa que eu não havia visto antes.

Então o Senhor Ex-cabeça-ensebada havia mesmo comprado com videogame novo?

Pendi a cabeça para o lado, para ver se era aquilo mesmo que estava escrito na caixa.

“Fedex: Console de PS3”

É, era isso mesmo. Eu já tinha visto esse filme antes.

Não pude deixar de sorrir com todas as possibilidades de coisas que eu conseguiria jogando aquele console pela janela.

Levantei sorrateiramente levando a caixa comigo e abrindo a janela, para apoiá-la no batente.

–Noah.- chamei divertida.

–O que foi?- respondeu ele, com os olhos fechados, sem me dar a devida atenção.

–Legal esse seu console novo.- falei atraindo a atenção dele.

–NÃO, NÃO E NÃO. Me devolve essa porra! – deu um pulo da cama alterado.

–Não grite comigo, maninho...- falei empurrando o console um pouquinho mais para fora. Os olhos de Noah estavam arregalados.

–O que você quer agora?- indagou amedrontado. Não entendia o que havia de tão importante nesses consoles bobos.

–Você sabe o que eu quero.- sorri cínica empurrando ainda mais a caixa.

–Não sei não....CUIDADO!- ele levou as mãos a cabeça em sinal de total desespero.

–Deixa eu refrescar a sua memória então.- falei me preparando para suspender a caixa na janela.

Noah tentou se aproximar para tirar a caixa de mim mas eu lhe dei um chute nas partes baixas.

–Outch.- murmurou sem ar caindo no chão- Tudo bem!- se rendeu me fazendo sorrir ainda mais- Eu te ajudo com a merda daquele gay.

–Ótimo.- joguei a caixa em cima dele que gemeu de dor e peguei uma toalha, fechei a cortininha que tinha agora no lugar da porta do banheiro ainda com um sorriso de orelha a orelha.A emoção era tanta que nem me lembrava mais da minha roupa molhada.

Gabe que me aguarde.

(...)

–Ei, será que não dá para andar mais devagar? Não é todo mundo que possui pernas de girafa como você!- falei empurrando o carrinho atrás de Noah que me ignorou completamente e continuou andando com aqueles passos largos – Ei, você me ouviu?- empurrei o carrinho em sua perna para chamar sua atenção.

–AI! Será que dá para parar de me agredir?- reclamou acariciando a coxa. Ignorei a pergunta.

–Eu não entendi porque a minha lição numero um precisa começar no mercado.

–Ela não começa no mercado.- admitiu jogando um monte de pacotes de salgadinho no carrinho- Só falei aquilo para você vir dirigindo para mim.

Olhei incrédula a forma natural que ele me contava a verdade, já era mais que meia noite e eu certamente não iria querer sair de casa nem ferrando.

–Noah.- o chamei .

–O que foi?- indagou sem me dar atenção novamente. Para falar a verdade se não houvesse um console em jogo ele nunca me daria atenção.

–Eu te odeio.-murmurei com tédio.

–Ah, eu também te odeio.- respondeu jogando mais coisas no carrinho.- Aproveita que você está aqui, e vai lá pegar um shampoo para mim.

Ri da sua cara de nojo. Pois é, agora com o cabelo curto Noah havia começado a lavar o cabelo.

Sem discutir, fui lentamente à seção para cabelos, porque também precisava de um shampoo para mim.

Olhei nas prateleiras aquelas grandes variedades de shampoo que me deixou até um pouco desnorteada. Peguei qualquer um para o Noah e escolhi o meu. Quando já estava indo embora uma das embalagens me chamou a atenção.

Ela era pequena, na parte mais alta da prateleira e estava escrito: Tonalizante ultra forte rosa.

Olhei para um lado e depois para o outro constatando que o corredor estava completamente vazio. Para falar a verdade o mercado estava completamente vazio.

Sorri diabolicamente e comecei a escalar as prateleiras chegando com muito esforço no tonalizante.

Para não cair que nem mamão podre, soltei uma das mãos da prateleira e peguei o tonalizante, o largando rapidamente no chão e me segurando de novo.

–AI!- o tonalizante falou ao cair no chão. Mas espera, tonalizantes não falam.

–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!-gritei me desequilibrando e também caindo no chão, ou melhor, em uma pessoa.

–Au!- gemeu o garoto em baixo de mim com uma expressão de dor.

–D-desculpa.- gaguejei me levantando rapidamente, e usando o carrinho como apoio, mas com a minha grande sorte eu caí de novo só que dessa vez com o carrinho em cima de mim.

–Ai!- gememos juntos.

Olhei para a cara do garoto que estava em baixo de mim. Ele parecia estar sofrendo mas ao mesmo tempo se divertindo com o meu desastre.

O garoto sorriu mostrando seu aparelho, o que me fez sorrir também.

–No três agente levanta, ok?- falou empurrando o carrinho com uma mão, para tirá-lo de cima de mim.

–Ok!- respondi.

–Um... e três!- o garoto pulou o dois, se levantando no três e me levando junto.

Fiquei com cara de pamonha enquanto ele tirava os braços do meu redor.

O analisei sem pensar, notando seu uniforme do supermercado, seu cabelo louro bagunçado e seu sorriso gentil.

–Está tudo bem?- perguntou sorrindo e me tirando do transe.

–Não..é, oi? Hãn, é. Sim. Sim!- corei fortemente toda atrapalhada.

–É, estou vendo que sim.- ele riu que nem uma criança, levantando o carrinho.

Me agachei para pegar as coisas que haviam caído no chão, e ele me ajudou pegando na mesma hora que eu o bendito tonalizante.

Nossos olhares se cruzaram me deixando encabulada.

–Então, você costuma escalar prateleiras como passa tempo?- perguntou sorrindo para quebrar o gelo.

Corei, desviando o olhar de seu sorrindo e largando o tonalizante.

–Só quando me arrastam para o mercado em plena madrugada.- respondi, terminando de pegar as outras coisas.

Ele me encarou tentando entender a minha piadinha interna.

–Meu meio irmão... –eu ia explicar, mas então a figura do Noah apareceu no final do corredor, balançando o braço sem gesso, que segurava outro carrinho, para que eu viesse logo.- ele está ali me chamando. Preciso ir. – disse me levantado com as ultimas coisas na mão.-obrigada por ajudar.

–Magina.- ele sorriu novamente se levantando também.

O ouvi dizer um tchau enquanto eu caminhava em direção ao ex-cabeça-ensebada, mas não me virei para ver. Já bastava parecer uma louca que escala prateleiras e ainda por cima cair em cima dele.

–Quem era o gatinho?- Noah perguntou com uma voz gay, zombando da minha cara.

–Não sei.- respondi sem humor.

–Ei, calma Pirralha, eu não queria estragar o clima, ok? É que ta tarde, e eu já peguei tudo o que precisava pegar enquanto você tava lá usando suas artimanhas sedutoras...- Noah caiu na risada ao dizer suas ultimas palavras.

Revirei os olhos e o segui para o caixa.

Noah pegou o tonalizante sem perceber e o colocou no caixa.

Ele pagou tudo e levamos as coisas ao carro. Estava dirigindo de volta quando me sobressaltei com o grito de Noah, parando bruscamente o carro.

–Perfeito!Perfeito!- cantarolava sorridente.

–Perfeito gay você é, isso sim.- murmurei colocando a mão sobre o peito, onde meu coração quase saltava.

–Veja.- Noah apontou para fora, do seu lado da janela. Lá havia uma balada onde a música Soava alta- tem uma balada ali!

–É, tem uma balada. E daí?- indaguei não sabendo onde ele queria chegar.

– E daí que a sua primeira lição pode ser lá.- exclamou com um sorriso no rosto. Estava na cara que ele não queria me ensinar porcaria nenhuma, só encher um pouco a cara junto com outros bêbados.

–Não, não pode.- murmurei- E você mesmo disse no mercado que estava tarde. Vamos voltar para casa.- liguei o carro e Noah se pendurou no volante virando o carro bruscamente para a entrada da balada.

–VOCÊ TA LOUCO?!-gritei puxando o freio de mão com tudo.

–Só uns 15 minutinhos.- pediu como uma criança, fazendo beicinho.

Revirei os olhos, e olhei para a balada mais uma vez. Talvez ele me ensinasse alguma coisa lá mesmo.

–Tá.- concordei entrando no estacionamento.

Ele me ensinar alguma coisa lá? Ra-rá. Piada.

Noah apenas pagou a minha entrada e sumiu em meio aquele amontoado de pessoas se esfregando, bêbados ao som da música.

Analisei tudo me sentindo uma completa estranha no ninho. Nem minha roupa combinava com o local.

Estava tudo escuro, o ambiente era iluminado por apenas algumas luzes coloridas. Caminhei até um dos bancos do bar e me sentei encolhida.

O cara sentado ao meu lado soluçava de tão bêbado, e o do outro lado virava copos e mais copos de uma bebida laranja.

Legal.

Olhei para o meu relógio de pulso. Não esperaria quinze minutos porcaria nenhuma. Já estava pronta para me levantar quando surgiu na minha frente um cara que andava como um zumbi em minha direção.

Não deu tempo de pensar em muita coisa, pois logo senti seus braços me prendendo contra o balcão. Olhei assustada para o zumbi que se aproximava mais e mais...

–Me dá um beijo gracinha.- falou com aquela típica voz de bêbado quase me fazendo vomitar por seu bafo.

O cara fechou os olhos e fez um biquinho aproximando seu rosto do meu, e eu no desespero lhe dei um soco com toda a minha força, o que o fez cambalear para trás, onde lhe dei um chute fazendo-o cair, e depois de caído ainda subi em cima dele pisando em sua barrica.

–JERED!- ouvi a voz do noah sobre a música alta, me fazendo parar de agredir o estranho.

Olhei para cima e vi Noah se aproximando com a mesma cara de desespero de quando eu ameaçava seus consoles.

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