Pregnant By Accident

Galing kay IludidaKar

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(CONCLUÍDA) Já dizia Sócrates: "Uma mulher vingativa é mais terrível do que uma leoa faminta". Obviamente que... Higit pa

Prólogo
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo treze
Capítulo quatorze
Capítulo quinze
Capítulo dezesseis
Capítulo dezessete
Capítulo dezoito
Capítulo dezenove
Capítulo vinte
Capítulo vinte e um
Capítulo vinte e três
Capítulo vinte e quatro
Capítulo vinte e cinco
Capítulo vinte e seis
Capítulo vinte e sete
Capítulo vinte e oito
Capítulo vinte e nove
Capítulo trinta
Capítulo trinta e um
Capítulo trinta e dois
Capítulo trinta e três
Capítulo trinta e quatro
Capítulo trinta e cinco
Capítulo trinta e seis
Capítulo trinta e sete
Penúltimo capítulo
Último Capítulo
Epílogo
Bônus

Capítulo vinte e dois

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Galing kay IludidaKar




Lauren Point of View

Tenho uma breve desconfiança que Camila está muito doidona.

De primeiro, não percebi isso. Ela tinha entrado como um furacão, soltado aquela frase maravilhosa que fez o meu coração derreter-se como uma manteiga em um milho quente. Nem tive tempo de reagir porque os seus lábios colidiram com os meus, causando um curto circuito em meu cérebro que lançou uma corrente elétrica por todo o meu corpo, deixando-me absurdamente excitada.

Era incontrolável, até mesmo constrangedor, mas o que eu podia fazer se todos os meus hormônios descontrolados imploravam por Camila? Eu não tinha mais controle e racionalidade sobre o meu corpo, nem das minhas atitudes. Desde que descobrir que estava grávida, parecia que todo o meu corpo tinha sido tomado para si nessa fase e com a pretensão de ser devolvido depois que essa onda passasse.

Por isso, puxei a Camila para cima da cama, grudando-me nela como uma segunda pele, as minhas coxas fixaram nas laterais do seu corpo, na altura de sua cintura e as minhas pernas cruzaram-se em suas costas. 

Não tinha consciência de mais nada, ao não ser os lábios deliciosos e voluptuosos de Camila, e o seu corpo pressionando contra o meu. Compartilhamos da mesma sede. Sua boca tornou-se mais exigente, e sua língua explorou a minha, sedenta, numa troca de fluídos maravilhosos. Soltei um suspiro ao sentir uma breve mordiscada em meu lábio inferior.

De um jeito desengonçado, a Camila conseguiu subir no leito, mesmo estando refém de minhas pernas. Acolheu-se bem entre as minhas pernas, o meu vestido tinha subido um pouco, mas o lençol que protegia-me do frio, impediu que o contato fosse direto, mas não impediu que eu sentisse o roçar firme do seu baixo ventre com o meu.

Gemi alto contra os seus lábios que me devoravam, e agarrei-me em sua blusa, impedindo-a de se soltar de mim. Ela não parecia disposta a se soltar, até que um apito constante e insistentemente alto, também como passos apressados se aproximando.

— Leito 2A. — alguém gritou ao se aproximar — Jesus Cristo! — a reprovação foi tão acentuada que Camila afastou-se de mim, os seus olhos embriagados e os lábios inchados.

Mantive por pouco tempo os meus olhos fechados, mas a minha respiração estava entrecortante. Nem parecia que umas horas atrás, eu tinha tido uma crise de hiperglicemia, que me fez passar muito mal. Pressentindo o clima pesado, abro os meus olhos, deparando-me com a equipe médica nos encarando-nos com rigidez e severidade.

Camila estava sentada meio de lado no leito, parecendo tão deslocada quanto eu.

— Silencie o aparelho de monitoramento cardíaco. — o médico pediu a técnica de enfermagem — Como podemos ver, a paciente não está sofrendo de nenhum ataque cardíaco. — lançou um olhar repreendedor que fez as minhas bochechas entrarem em combustão.

Percebi pela primeira vez que os meus batimentos cardíacos estavam sendo monitorados. Inferno! Ai que vergonha, meu pai! Por que a minha vida tem que ser entorno de algum mico? A vergonha pinicava na minha pele que estava ficando bem mais avermelhada. Ter todos esses olhos julgadores fazia-me mudar o pensamento de que animal eu gostaria de ser quando pequena. Nesse momento, eu queria ser um avestruz para enterrar a cabeça no chão.

Aos poucos, a equipe foi se dispensando resmungando alguma coisa, e para tornar a cena mais constrangedora ainda, os acompanhantes e até mesmo os adoentadas estavam nos olhando. Tínhamos nos tornando a atração principal da emergência do hospital. Mas que maravilha!

— O que vocês estão olhando? — Camila perguntou alto, fazendo-me encolher ainda mais no meu leito, por favor, não! — Vocês nunca ficaram empolgados com os seus companheiros? Vão caçar uma lavagem de roupa, bando de desocupados!

— Srta. Cabello... Estamos em um hospital, mantenha o decoro, por favor. — o médico começou, a sua expressão deixava bem claro o quanto estava irritado com toda a nossa atitude.

Ela o fuzilou com o olhar. Os seus olhos ficaram tão sérios que ela até franziu um pouquinho o cenho. O que eu achei tão bonitinho, se eu não tivesse petrificada de tanta vergonha, até a puxaria para um selinho.

— Eu sou rica, tipo, muito, muito rica. E se eu quiser, eu compro essa espelunca que você chama de hospital, então, não me canse com a sua conversinha barata. — respondeu, de repente com a voz embolada.

Tá vendo? Loucona! Tá doida de pedra! A Camila que eu conheço é um pouquinho surtada, mas jamais seria sem noção desse jeito.

A expressão do médico tornou-se quase agressiva.

— Camila? — a chamei preocupada antes que isso transformasse uma versão do Casos de Família com o tema "Grita que é rica, mas não gasta nenhum tostão com aulas de etiqueta".

— Srta. Cabello, não me importa quanto dinheiro tem, e se pode comprar o hospital ou não. Mas nesse exato momento, a senhorita é apenas uma cliente, e volto a reafirmar que mantenha o decoro. O hospital tem regras e se não é capaz de cumpri-las teria que pedi-la para se retirar.

Camila ficou mais transtornada com a resposta do médico. As suas sobrancelhas começaram com um tique muito estranho. Eu tinha percebido apenas uma sobrancelha se erguendo estranhamente, mas agora eram as duas, também percebi que ela estava trêmula, e vez ou outra, tentava segurar o nada.

— Camila! — exclamei, tentei segurá-la, mas ela desvencilhou-se da minha pegada.

Minha cota de vergonha já tinha sido atingida por hoje. Eu só queria que Camila ficasse quieta, já que ela se mostrava bem instável. O que tinha acontecido com ela? Parecia que estava sobre forte efeito de alguma droga.

Ela fez menção de levantar-se, mas antes que pudesse ficar de pé, o seu corpo desabou no chão, não em um desmaio, mas sim em uma queda. Gritei o seu nome, e ignorando toda a força da gravidade fiquei em pé e fui ao seu auxílio, ignorando até mesmo o chamado do médico. Camila parecia que não tinha se dado conta da queda, relutou um pouco em meus braços, mas depois parou, olhando-me fixamente, parecendo um cosplay da Anabelle, se eu não a amasse tanto, provavelmente, a deixaria largada naquele chão.

As suas pupilas estavam imensas e assustadoras. O tique aumentou cada vez mais, e ela soltava algumas coisas sem sentidos.

— Camila? — chamei, mas ela divagava. — Amor? — tentei, já chorando. Maldito hormônios.

— Dê-me espaço, Srta. Jauregui. — o médico pediu cuidadosa.

Eu não queria soltar a Camila, mas se ela estava passando por algum surto, era importante que o médico a examinasse. Quando a soltei, o seu tronco foi diretamente no chão, a sua cabeça bateu, causando um som oco. Arregalo os meus olhos, e o meu choro aumentou, eu a machuquei!

— Tente manter a calma, Srta. Jauregui. — o médico pediu um pouco nervoso com o meu chororô, enquanto, ele tentava examinar a Camila que continuava presa em seu mundo paralelo.

— O que ela tem, doutor? — perguntei aos prantos, olhando para o rosto estranho da Camila — Ela vai morrer?

— Não, ela não vai morrer. — disse, e se esticou um pouco, apertando a campainha de enfermagem, não demorou muito para uma enfermeira surgir. — Por favor, ajude a Srta. Jauregui a voltar para o leito, e chame um maqueiro para colocar a Srta. Cabello em outro.

— Mas eu não quero! — disse chorando, mas foi mesma coisa que nada, a enfermeira me levou de volta para o leito, mesmo contra a minha vontade, só não fiz um show, porque do meu leito dava para ver claramente o que fazia com a Camila. — O que ela tem? — perguntei soluçando, sentindo a enfermeira cobrir minhas pernas com o lençol.

— Parece que a Srta. Cabello usou alguma substância ilícita, mas só saberemos disto depois de um exame toxicológico. Mas não se preocupe, ela ficará bem.

— Ilícita?! — a pergunta soou da minha boca assustada — Mas Camila não é de usar drogas! — Ou era? Que dizer, não nos conhecemos profundamente. Mas não parecia que drogas fazia parte do perfil de Camila, era até estranho pensar em algo desse tipo. O médico não me respondeu, mas quando eu vi a maca chegar, o meu desespero aumentou juntamente com o meu choro. — Não a leve para longe de mim, por favor! Por favor, me deixe perto!

O médico me olhou com cansaço, tenho quase certeza que eu era uma das pacientes mais complicadas que ele já teve com todo o meu choro. Mas eu estou grávida, então, posso surtar!

— A colocaremos ao seu lado. — ele afirmou com a voz esgotada — Só pare de chorar, por favor.  A Srta. Cabello não vai morrer, não vai ter uma piora de quadro, nem nada parecido, então... Mantenha o controle, e deixe-nos fazer o nosso trabalho, tudo bem para você?

Balanço a cabeça em positivo e engulo o choro, mas não paro de chorar. As lágrimas continuavam a cair, não era algo que eu pudesse manter o controle. Mas eu não estava fazendo mais nenhum ruído estranho.

Nem podemos mais expressar os nossos sentimentos que as pessoas enlouquecem ou se incomodam, que mundo de cão.

O médico cumpriu a sua promessa e colocou a Camila no leito ao lado, deixaram a divisória aberta, e eu podia vê-la constantemente. Vi quando retiraram o seu sangue, avisaram que em meia hora estava pronto. Quando o resultado saiu, a certeza veio: Camila tinha feito o uso de dietilamida do ácido lisérgico.

Eu quis matá-la com esse resultado. Por que maldição, Camila usaria LSD? Ela tinha perdido totalmente a noção da vida? Minha carranca foi perceptível até mesmo para a Camila que estava ainda sob efeito da droga, vez ou outra, ela me chamava de Vênus.

Será que ela estava alucinando quando me disse aquelas coisas?

— Vênus, você é tão linda...

— Você vai me achar linda quando eu arrancar a balinha do seu estômago, e enfiar no seu olho, infeliz. — retruquei profundamente irritada.

Camila arregalou os olhos e encolheu-se, puxando o lençol fino para o seu corpo.

— Vênus foi engolida por Medusa!

— Ah, vá pra debaixo de uma égua, maldita. — resmungo, cruzando os braços.

O silêncio imperou entre nós, cada uma bochechuda em seu leito. Camilla não tentou me dizer mais nada, e eu não puxei mais nenhum assunto. Nem daria uma lição de moral agora, até porque, drogada do jeito que estava, era bem possível que ela visse uma versão educacional da Peppa Pig.

Moída de curiosidade, a olho de relance, ela estava me olhando, assim que viu que eu percebi, virou o rosto rapidamente e puxou mais o lençol contra o peito. O sorriso traiçoeiro surgiu em meus lábios. Minha vontade era de abraça-la fortemente e beijar a sua boca suavemente. Argh, como eu gosto dessa mulher!

Administraram um antagonista em Camila, na mesma hora que a Dra. Turner apareceu com toda a sua elegância e boniteza. Poxa, deveria ser proibido alguém tão bonito assim na terra.

Ela sorriu para mim, mantendo sempre a sua simpatia.

— Lauren, o que você aprontou desta vez, mocinha? — perguntou-me retoricamente com o seu belo sorriso, e olhos maravilhosos azuis me encarando, segurava uma prancheta nas mãos, provavelmente com os resultados dos meus exames de sangue e também da ultrassonografia que fiz para verificar como estava o bebê.

Sorrir envergonhada, eu sabia que se não tivesse sido a gula apossando de mim, não estaria em um hospital. Dra. Turner ainda não tinha visto a Camila, mas a sua voz despertou a nossa atenção.

— Já te disseram que você é a cara da Sansa Stark? — perguntou a tonta da Camila com um sorrisão, debruçada no leito, depois me olhou piscando diversas vezes, eu acho que na cabeça dela seria sexy, mas parecia que algum bichinho tinha caído em seus olhos e ela batia agonizante as pestanas. Aff, adorável. — Tá vendo? Eu tô assistindo só por você, meu amor.

— Camila. — Sophie ficou surpresa ao vê-la no leito ao lado. — Eu não tinha a visto aí, o que você teve?

Camila abriu a boca para responder, mas eu respondi com todo meu gênio ruim acumulado nas minhas veias:

— Excesso de safadeza e falta de uma voadora. — o meu tom sério, fez a Camila temer e deitar-se corretamente no leito, já a Sophie ficou confusa. — Voltando para mim e o meu filho, como estamos?

— Aparentemente bem. — Sophie disse depois de relutar com os seus olhos para a figura de Camila, e voltar a prestar atenção nos exames. — Soube que você ingeriu muito doce, o que ocasionou a hiperglicemia. — suspirou — O que conversamos sobre o exagero dos alimentos?

— É que eu me empolguei...

— Você tem que aprender a se controlar, Lauren. O erro das pessoas é achar que para se manter satisfeito com algo tem que o consumir descontroladamente. Uma fatia, ou um doce é o suficiente, é importante impor o limite. É gostoso? É! Nosso corpo, nosso organismo é viciado naquilo que nos ocasiona prazer? Sim. Mas tudo em excesso torna-se prejudicial. Quando a vontade for maior do que a razão, agarre-se em um ponto de equilíbrio que é o seu bebê. Você o quer bem, não é? — balancei a cabeça em positivo com os olhos já lacrimando, é oficial: Lauren Jauregui é uma grávida chorona. — Então, pense nele quando a gula for maior que a razão. Tudo que você fizer, reflete nele, porque ele se alimenta e se desenvolve a partir do que oferece a ele. Felizmente, desta vez, não teve nenhuma complicação. Mas eu vou precisar de exames diários por uma semana. — disse séria — Esse episódio de hiperglicemia pode ser um aviso de futura diabetes gestacional, e eu quero ter o controle. Oh, não meu bem, não chore... Tudo ficará bem. — ela disse ao pegar na minha mão gentilmente, ao me ver chorando. — É por precaução, manteremos a dieta e você vai ter que iniciar os exercícios para evitar esse mal na gestação. Fique ciente que estou pedindo os exames diariamente por segurança, mas creio eu que não encontraremos nenhum problema, a ingestão exacerbada do açúcar que ocasionou isto, hum? Vamos manter o controle e todo o cronograma do bebê irá até o final, e ela chegará em plena saúde. — sorriu para me tranquila.

Concordei com a cabeça, ainda chorando. Sophie tentou me consolar como pode, mas o medo ainda estava me assombrando, e se por ventura, eu tivesse uma diabetes gestacional? Eu não quero isso, só de imaginar uma gestação complicada, fazia-me tremer até a alma. O meu bebê não merece sofrer, é tão pequenino, tão indefeso, não precisa de todo um estresse para se desenvolver. Ele tinha que ter paz, e apenas ficar aconchegadinho dentro de mim. Eu vou protege-lo de todo o mal. Pensei ao levar as mãos até o meu baixa ventre endurecido. Nenhuma doença ou alguém vai destruir ou desestabilizar a perfeição que cresce dentro de mim.

Dra. Turner conversou mais um pouquinho antes de partir. Uma equipe do laboratório iria até o castelo 3 vezes ao dia para colher o meu sangue, e os resultados iria imediatamente para o e-mail da médica. Mais uma vez, fiquei impressionada com a força do dinheiro, porque se fosse um menos afortunado teria que ir até o laboratório todos os dias.

Depois dizem que o amor que movia o mundo. Mentira! É o dinheiro mesmo!

Ainda estava choramingando quando vejo aquela pessoinha estabanada se aproximando de mim, ela parecia bem melhor. Não tinha tirado os saltos, e se aproximava, trazendo consigo o suporte do soro que ela tomava, ali estava o antagonista para quebrar a ação da droga. Ela estava mais sóbria. Sentou-se ao meu lado, e encarou-me profundamente com os seus olhos maravilhosamente castanhos. Parecia também mais envergonhada pelo rubor de suas bochechas. Era difícil vê-la ficar vermelha, mas parece que toda a situação lhe deu uma ressaca moral.

Sua mão procurou a minha, e a segurou, a entrelaçando firmemente. Não tinha como fugir daquele apego, e nem tentei. Senti-me rapidamente bem ao tê-la ali, dando-me suporte.

— Lembro-me vagamente do que aconteceu nessas últimas horas. — disse com a voz um pouco rouca, pigarreou. — Algumas coisas eu não me orgulho, não mesmo. Até queria ter uma máquina que voltasse ao tempo e pudesse apagar algumas ações e também palavras. — fez uma careta, mas jamais afastou os olhos de mim. — A única coisa que não me arrependo, é de estar aqui e lhe dizer o que meu coração sentia/sente. — riu, mas rapidamente fez uma caretinha, vi os seus olhos encheram-se de lagrimas, ela abriu a boca e soltou o ar, um pouco pensativa. Era tão lindamente fofo como as bordinhas dos seus olhos ficavam avermelhadas. — Foi rápido, quase instantâneo, lutei contra, entrei em frenesi, busquei ignorar ou fingir que não estava envolvida, quando tudo que o meu coração gritava e jogava a realidade na minha cara: não importasse quando eu negasse ou tentasse negar o inegável. Indo contra tudo, e todos, vi-me assim... — balançou a mão livre, deixando uma lágrima escapar dos seus olhos — ... Completamente sua, e implorando para todos os astros que você compactuasse do mesmo sentimento e também sentisse totalmente minha. — mordeu o lábio inferior e sorriu de lado — Eu sempre julguei as pessoas que de repente se viam loucamente apaixonados, sempre repudiei filmes de amores à primeira vista, ou séries que os casais mal se conheciam e já estavam apaixonados. Sempre disse a mim mesmo que era jogo de marketing para atingir os carentes. Eu tinha esse pensamento e o sustentei por muito tempo. — deu de ombros — Sempre achei que apaixonar-se era mais do que sentimentos, era razão. Eu achava que a paixão agia de acordo com os nossos ideais e busca, mas tudo caiu por terra quando a vi pela primeira vez tão encolhida naquele hospital público. Eu fui tão ridícula contigo, mas mesmo assim, você manteve o altruísmo em seus olhos e nas suas atitudes, aquilo me desestabilizou tanto que entrei em parafuso. Antes, eu julgava que era apenas uma simples tensão sexual, mas depois de pouco convívio, percebi que não era isso, é algo mais forte, mais potente e descontrolado. — apertou a minha mão — Eu sei que minhas atitudes foram falhas, e eu já me desculpei por elas, mas o que eu quero dizer Lauren, é que eu me apaixonei por você, de uma maneira tão intensa e única que o meu coração explode e transformasse em diversos, para cada particular de mim lhe oferecer esse sentimento que habita em minha alma. E medido o desmedido, eu digo com toda convicção que não importa a força externa ou interna que tente ir contra nós, não conseguirá romper ou destruir a nossa barreira, porque nos pertencemos, e juntas temos força para lutar contra tudo. Por você, por mim, e por nosso filho. — terminou de dizer ao colocar a mão na minha barriga.

Eu não conseguia não chorar, era impossível. O meu choro era um misto de alívio e felicidade, observava os seus lindos olhos castanhos molhados que pareciam brilhar cada vez mais em cada palavra dita, eles derramavam-se sobre mim com tanta ternura que o meu coração pipocava dentro do meu peito. As emoções eram extremas, se o monitor cardíaco estivesse ligado, explodira de tão rápido que meu coração batia, era puro descontrole, mas também era puro amor.

Eu quero tanto essa mulher que meu corpo, meu coração e minha alma dói. Desde que entrou em minha vida como um furacão, levou-me para si mesmo sem querer. Era amor antes de ser.

— Camila Cabello... — ofeguei com os meus olhos, era possível visualizar o seu futuro numa mirada? Porque eu estava vendo isso... Eu nos via juntamente com o nosso filho, eu enxergava e ardia para um futuro e não algo momentâneo. Todos os meus poros estavam embriagados numa felicidade treslouca, ela me queria, apesar de tudo, o seu querer por mim era existente. O nosso querer vai além de qualquer obstáculo, porque quando nascemos para ser alguém, não importa as dificuldades e lutas, no fim, você sempre será daquela pessoa, é muito além do carnal, é alma, é eternidade! E não se brinca com o para sempre, meu senhor. —... Quando eu te conheci, o meu primeiro pensamento foi que eu a queria roubar para mim, mas o que eu não sabia era que o meu próprio coração tinha fugido de mim para fazer morada em seu peito. — mais lágrimas caiam, e eu não podia me sentir mais feliz. — De início achei que era fascinação em meu doce sonho, mas não, era a realidade. Uma realidade que achei que nunca alcançaria até agora. Eu andei por muitas ruas, perdida em meu próprio rumo, até o meu destino encontrar-se com o teu numa esquina qualquer. — o meu polegar acariciou uma parte do seu dorso — Eu sei que o nosso encontro foi mal intencionado, mas... O senhor destino age de maneiras sobrenaturais, quando ele quer, busca meio, e maneiras para que as almas perdidas e tão carentes de amor se encontrem para se unificar. Foi o que aconteceu, entre mim, e você... Duas almas perdidas, vagando pelo mundo, achando que não teríamos a sorte do amor quando estávamos marcadas e destinadas uma para a outra. Eu te... — mordi o lábio inferior por uns segundos, vendo a expectativa de Camila, ela não tinha falado sobre amor, e eu, sentia-me tímida para essa declaração. —... Quero, e estou completamente apaixonada por você! — sorrir, com as lágrimas caindo descontroladamente, levei a mão dela entrelaçada a minha até peito que tinha um coração enlouquecido. — Sente isso? É tudo que eu sinto e clamar por ti em uma única e extensa batida. A minha vida entrelaçou-se com a tua antes mesmo de pedi permissão, porque ela soube antes de mim que a minha procura era achando você!

Choramos e rimos ao meu tempo, Camila levou a mão até meu rosto e o acariciou suavemente, fazendo-me fechar os olhos. Os abrir quando senti uma madeixa indo para trás da minha orelha, os nossos olhos diziam tudo, estávamos em comunhão. Minha mão continuou na sua, enquanto, milhares de borboletas mais que desejáveis sobrevoavam em meu estômago, transmitindo um doce sentimento por toda a minha via. Parecia mágica, mas era apenas o querer de duas almas.

Ela aproximou seu rosto do meu, e eu movi o meu também, os nossos lábios se conectaram em um selinho prolongado, depois do que passamos por hoje, não queríamos despertar a atenção de mais ninguém.

A doçura dos nossos lábios juntos era a melhor sensação de todos. Beijá-la era como se fosse a primeira vez. Nos afastamos num gostinho de quero mais, nossos olhos colidiram com tanto querer e carinho que nos fizeram sorrir. As pupilas de Camila estavam levemente expandidas, mas desta vez, eu tinha certeza que era pela intensidade do nosso gostar.

Um dia, Dalva de Oliveira cantou: Quando dois corações, se amam de verdade não pode haver no mundo maior felicidade... Tudo é alegria, tudo é esplendor.

Lembro-me que não tinha entendido, e minha mãe Clara uma amante de músicas brasileiras tinha traduzido para mim, e eu só desejei para ter um amor verdadeiro à ponto que o meu mundo fosse multicolorido e derramado em extensa felicidade.

Antes era fantasioso, agora era realidade.

Sorrimos, encantadas demais em nosso torpor, Camila não pensou duas vezes em deitar o meu leito, ignorando as enfermeiras ou até mesmo o médico. Eles se cansaram e pararam de impedir o inevitável. Ela me acolheu em seus braços, e eu deitei a cabeça em seu colo, quase em cima de sua clavícula.

Houve um momento de silêncio bom, até que me movi. Eu já estava liberada, mas Camila não, então, o médico para evitar estresse não assinou a minha alta para fazer juntamente com a Camila.

— Temos que conversar. — eu disse, erguendo a minha cabeça e a mirando — Que história é essa de LSD? — o meu tom saiu duro.

Camila respirou fundo, e me aninhou mais em seu corpo, cheirando os meus cabelos como se isso fosse o seu calmante.

— Eu não faço uso de LSD ou de qualquer droga ilícita. Juro por Deus e posso até jurar por minha vida se você quiser. — disse seriamente — Eu tava muito nervosa e a Jane me deu um comprido que na realidade era uma balinha, eu deveria saber, doida que Dinah é, obviamente que me drogaria sem ter um pingo de remoço.

Dinah Jane! Claro que tinha que ser! Por que tão louca, meu Deus? Será que ela não tinha noção do perigo de suas atitudes?

— Dinah sendo Dinah. — revirei os olhos — Você sabe que tem que conversar com ela, não é? Não importa se a intenção tenha sido boa, nem quero ser chata, mas isso ultrapassa todos os limites, e ela precisa ter um pouco de noção das suas atitudes.

— Obviamente, lagartinha. Eu terei uma conversa séria com ela. Nem eu queria ser drogada, você não sabe o que eu passei estando alta. — fez uma careta. — Fui ridícula em algumas ações, principalmente com a sua "amiguinha" Keana.

Sentei-me, ainda a olhando profundamente, meus pelos até arrepiavam-se em imaginar o que tinha acontecido entre as duas. Vistoriei os olhos de Camila, e ela parecia até tranquila.

— Você não bateu nela, não é? — perguntei temorosa.

— Vontade não faltou. — sorriu e beliscou suavemente minha bochecha — Mas é claro que eu não faria isso, sei lá, depende do meu ânimo, e eu espero que nunca ele esteja tão exaltado a ponto para eu partir para violência. Tivemos uma conversa meio tensa, mas sobrevivemos.

— Você não gosta dela.

— É claro que não! Ela quer me roubar de você na maior cara dura! — Camila agitou-se, indignada.

Segurei o seu rosto com as duas mãos, e lhe dei um selinho.

— Ninguém pode roubar aquilo que já é seu. — disse suspirando ao separar os nossos lábios, apesar de tá amolecida completamente, os meus olhos eram sérios. — Keana é minha amiga, Camila, eu sei que existe divergências entre vocês, mas ela é realmente uma amiga, quase uma irmã e sinceramente? Não quero me afastar dela.

Camila ficou tensa por uns segundos, o seu rosto travou, e o seu semblante era muito sério.

— Ela não compartilha do mesmo sentimento fraternal, ela que ser a sua dona. — disse quase em sofrimento.

— Ninguém é minha dona, Camila. Eu me pertenço, eu sou dona de mim mesmo. — declarei seriamente a olhando, os seus olhos pareciam me queimar. — Me envolver com você, não te faz a minha dona, como também não me faz a sua dona. Somos donas da nossa essência e particularidades, e quer mais uma sinceridade? — ela balançou a cabeça em positivo — Se um dia eu tivesse que abrir mão de mim mesmo para dedicar-me a ti e perder todo o meu ser, eu preferiria não ter. Quando digo que eu sou sua, é porque compartilho-me contigo, mas sempre terei o controle sobre eu.

— Lauren...

— Eu sou completa, Camila. Completei-me com todos as minhas qualidades e defeitos, ao te encontrar, eu transbordei. Eu me amo e me conheço. Eu sei o que quero, e como quero. E digo com clareza que quero a amizade da Keana. Não quero que pense ou que eu passe a imagem da insensibilidade porque eu não sou assim. Nossas vidas caminharam juntas e a importância do diálogo e decisões estarão entrelaçadas. Podemos entrar em um senso comum sem que nenhuma das partes se anule, porque eu jamais quero que a minha felicidade seja resumida em seu sofrimento. Você entende o que eu digo?

O meu pensamento era sobre a Hayden. A mulher era uma cobra, mas Camila gostava dela. Era um elementar dispensável em nossa vida, mas eu não podia dizer ou obrigar a Camila que sua melhor amiga era uma mulher má, ela teria que vê com os seus próprios olhos.

— Sim! É por isso que eu te acho a mulher mais incrível de todo o mundo. As nossas divergências podem ser conversadas e tenho certeza que entraremos em um senso comum sobre sem nos ferir. E se não chegarmos, daremos um jeito, mas jamais que iremos permitir que seja o suficiente para nos destruir, porque... Inferno, eu sou louca por você!

Os lábios da Camila colidiram com os meus novamente por alguns segundos, então, nós olhamos e sorrimos, até que os nossos corpos se aninharam em um abraço carinhoso e repleto de doçura.

Esse é o nosso início...

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