Neutro

By -Tanchi

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Se meter com as pessoas erradas tem as suas consequências. Falyn Lake conheceu um rapaz. E tudo o que ela que... More

notas.
epígrafe.
um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
catorze.
quinze.
dezasseis.
dezassete.
dezoito.
dezenove.
vinte.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.
vinte e cinco.
vinte e seis.
vinte e sete.
vinte e oito.
vinte e nove.
trinta.
trinta e um.
trinta e dois.
trinta e três.
trinta e quatro.
trinta e cinco.
trinta e seis.
trinta e sete.
trinta e oito.
quarenta.
quarenta e um.
quarenta e dois.
quarenta e três.
quarenta e quatro.
quarenta e cinco.
quarenta e seis.
quarenta e sete.
quarenta e oito.
quarenta e nove.
cinquenta.
cinquenta e um.
cinquenta e dois.
cinquenta e três.
cinquenta e quatro.
Tem algum sobrevivente?
quarenta e cinco.

trinta e nove.

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By -Tanchi

Existem várias verdades universais e uma delas é: eu não quero morrer. Talvez devesse ter pensado nisso antes de fazer o que fiz, mas não vale a pena ficar  martelando minha mente com uma situação que não vai mudar. O que devo fazer é seguir em frente.

Agora que lembro de tudo tenho vontade de rir. Eu o apontei mesmo com uma faca e apesar de tudo sinto orgulho de mim mesma. Sinto que fui corajosa.

Já se passaram cinco dias desde que fiz aquela loucura e tudo está tão calmo que me causa uma ansiedade de outro mundo. Posso estar tomando banho e meu coração começar a bater num ritmo acelerado de repente — como se tivesse corrido uma maratona. Estar a beber um copo de água e as minhas mãos começarem a tremer. Não consigo pensar em mais nada para além do que aquele homem pode me fazer.

Theron falou com o seu pai, um dia desses. E o mesmo disse que apesar de estar irritado, o seu pai resolveu deixar de lado a forma que reagi e tudo que falei. Principalmente o facto de ter dito que ele devia estar na prisão. De acordo com Theron, o seu pai interpretou as coisas de outra maneira. Ele pensa que eu disse tudo aquilo pelo facto de ter sido sequestrada. Que ele devia estar preso pelo meu sequestro, mas sei que no fundo tudo isso é mentira.

É impossível esquecer o olhar que o mesmo lançou-me quando gritou em plenos pulmões que iria me matar. Sei que não é coisa da minha cabeça.

Só quero dar o fora daqui antes que seja tarde. Está na hora de reagir e arranjar um plano de fuga. Nem que eu tenha que viver debaixo de uma ponte.

Não posso contar com a ajuda de Haden porque não o quero meter em problemas e, porque ele ainda não sabe. Ele aparece aqui, mas sem muita frequência e são apenas alguns minutos já que o maldito do Sr. Robert está sempre a precisar dele.

— Você está tremendo — Greta notou, e colocou as suas mãos em cima das minhas. Tentando me manter calma.

Sorri sem graça.

— Eu… — tentei arranjar uma justificação, mas a minha mente ficou em branco.

— Se estiver se sentindo mal podemos ir ao médico — sugeriu, se aproximando de mim.

— Não. Eu estou bem — menti. Porque tenho medo de ir ao médico. Sei que tenho graves problemas, mas não quero, enfrenta-los agora. É bom para o que resta da minha sanidade que eles continuem desconhecidos. É óbvio que é uma decisão burra e imprudente, mas penso que é o melhor para mim. Por enquanto.

— Falyn, você não está nada bem — colocou a cabeça no meu ombro, esticando as pernas na cama enquanto continuava com a posição de meditação.

— Claro que estou.

Ela levantou o olhar para me encarar.

— Porque é tão teimosa? — perguntou. — Sabe que não posso a ajudar se não falar nada.

— Mas eu já falei — fui um pouco rude. — Eu já disse que quero ir embora daqui, mas ninguém me escuta.

— Nós escutamos você.

Balancei a cabeça em negação.

— Não. Não escutam porra nenhuma — me afastei dela, me levantando. — Já repeti umas mil vezes que não acredito em nenhuma palavra do que o seu pai falou. Que ele vai me machucar se eu continuar aqui trancada.

— Ele não vai…

— Como pode ter tanta certeza? — alterei o meu tom de voz. — Como, Greta?

Já é de noite e não me surpreendi quando Theron apareceu no quarto sem nenhum aviso. Com uma cara de quem escutou o meu grito e está prestes a começar com a palestra de que não irá me acontecer nada.

— O que se passa? — quis saber, mesmo que, no fundo ele já soubesse.

— Quero ir embora — digo em voz alta.

— E para onde?

— Não sei, Theron. Qualquer lugar serve. O mundo é grande — perdi a paciência. — Posso ir para qualquer lugar e foda-se o resto.

Ele e a seu irmã trocaram olhares antes dele suspirar.

— Mas aí você estará sozinha. E se ele a encontrar?

— E se ele não me encontrar? — rebati.

— Mas não valeria a pena. Você ainda estaria vivendo com medo.

— Não me importa. Só quero sair daqui — argumentei, irredutível.

— Falyn… — tentou me repreender.

— Porque nenhum de vocês entende que não posso ficar mais um segundo aqui? — exigi, porque esse é um assunto que nem devia estar a ser discutido.

— Eu entendo e estou procurando um lugar seguro para você ficar até resolver as coisas com o meu pai — o encarei com a sobrancelhas franzidas, pronta para o cortar, mas ele adicionou. — Não estou dizendo que o lugar que eu encontrar seja para você ficar para sempre. Será temporário. Depois de eu fazer aquilo que planejamos pode ir embora para sempre porque sei que depois de tudo disso não irá querer ver nossos rostos nunca mais.

— Procura depressa — cedi, mesmo que o meu coração esteja pesando e ainda esteja inconformada.

— Obrigado por confiar em mim.

— E que escolha tenho? — ergui as sobrancelhas.

A expressão no rosto dele morreu e senti-me culpada.

— Desculpa — pedi antes que ele fosse embora. — Eu sei que, apesar de tudo, você está tentando me proteger.

Ele só me mostrou um sorriso fraco e foi embora.

— Você entende mesmo? — Greta finalmente reagiu, depois de vários minutos em silêncio.

— Sim — expirei com dificuldade. — Sei que vocês dois não são como ele e querem o meu bem — falei a verdade.

— Você vai mesmo embora depois de tudo isso? — questionou, de forma tímida. — Para sempre?

Fiquei em silêncio, sem saber o que responder. Eu iria mesmo embora? Não sei, mas ao invés de dar essa resposta voltei a me deitar ao seu lado na cama.

— Não.

Ela ignorou o quão insegura a minha resposta soou e abriu um sorriso.

— Você sabe que é minha única amiga — disse. — De verdade.

— Agora sei.

— Estou com fome — mudou de assunto. — Irei mandar uma mensagem para Jade e pedir para ela trazer a comida. Estou a morrer de fome. Você não?

Balancei a cabeça negativamente.

— Mesmo assim, irei pedir para ela trazer qualquer coisa para você. Lamento, mas terá que comer a força.

Revirei os olhos.

— Então, porque perguntou?

— Por educação. O meu irmão me ensinou a ser uma pessoa educada — respondeu, orgulhosa da sua suposta educação.

Ela continuou a fazer o seu trabalho de casa me incluindo na maior parte das vezes na sua atividade. Aproveitando o meu conhecimento para resolver vários exercícios para ela, mas como isso me deixa com a mente ocupada resolvi continuar e também porque não aguentava ver ela quase quebrar a cabeça por contas tão simples.

— Me sinto tão burra — choramingou, de forma dramática. — Obrigada por me ajudar.

— De nada.

— Você devia ser professora — sugeriu. — O que acha?

— Nunca pensei nisso — fui sincera.

— Então, pense — piscou o olho para mim.

— Finalmente — Greta disse, animada quando Jade apareceu e se levantou para ir pegar. Ela se sentou na beira da cama e pegou um copo de suco, parecia de uva.

— Não! — Jade gritou, de repente, nos assustando.

— Por Deus, o que foi? Está se sentindo mal? — Greta perguntou, preocupada.

Ela abriu um sorriso. Parece nervosa.

— Não é isso — respondeu, pegando o copo e o entregando a mim. — É que coloquei esse suco para Falyn. Ela gosta de suco de uva, não é?

— Mas os dois têm o mesmo sabor — digo o óbvio, tomando um gole com ela acompanhando todo o meu movimento. — Mas mesmo assim, obrigada.

A expressão dela vacilou.

— É, de nada.

— Você está estranha — estreitei os olhos na direção dela.

— Não — suspirou. — É que eu marquei esse copo como seu mentalmente. É uma coisa só minha. Deixa para lá.

— Mas não precisava gritar daquele jeito como se estivesse desesperada.

Jade soltou um riso baixo, envergonhada.

— É só um hábito dela, Greta. Acontece — sorri para a mulher a minha frente que desviou o olhar do meu.

Jade ficou conosco no quarto até Greta terminar de comer e eu terminar o suco de uva. Quando ela carregou a bandeja e se levantou pronta para ir embora também me levantei, mas a minha visão ficou embaçada de repente. Franzi as sobrancelhas e de forma involuntária me voltei a sentar.

— Está tudo bem, Falyn? — Jade perguntou, quando me viu ainda sentada.

— Estou cansada — murmurei, sentindo os meus olhos pesarem.

— Você está com cara de quem vai vomitar — Greta tocou na minha testa. — Febre não é — concluiu.

— Você estava bem até trinta segundos atrás — a mais velha disse, preocupada.

— Não — Greta negou. — Ela estava mal desde cedo. Eu disse para irmos ao médico e ela recusou. Olha só como está agora? E se for uma doença grave? Talvez seja incurável.

— Não exagere — consegui murmurar. Nunca senti nada assim antes. Parece que a minha cabeça é feita de chumbo e os meus olhos estão pesando muito, mas não quero dormir.

O que está acontecendo?




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