Neutro

By -Tanchi

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Se meter com as pessoas erradas tem as suas consequências. Falyn Lake conheceu um rapaz. E tudo o que ela que... More

notas.
epígrafe.
um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
catorze.
quinze.
dezasseis.
dezassete.
dezoito.
dezenove.
vinte.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.
vinte e cinco.
vinte e seis.
vinte e sete.
vinte e oito.
vinte e nove.
trinta.
trinta e um.
trinta e dois.
trinta e três.
trinta e quatro.
trinta e cinco.
trinta e seis.
trinta e oito.
trinta e nove.
quarenta.
quarenta e um.
quarenta e dois.
quarenta e três.
quarenta e quatro.
quarenta e cinco.
quarenta e seis.
quarenta e sete.
quarenta e oito.
quarenta e nove.
cinquenta.
cinquenta e um.
cinquenta e dois.
cinquenta e três.
cinquenta e quatro.
Tem algum sobrevivente?
quarenta e cinco.

trinta e sete.

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By -Tanchi

— Você está feliz hoje — Jade constatou assim que me encontrou sentada na varanda com um sorriso bobo estampado no rosto.

— Eu? — apontei para mim mesma.  — É impressão sua.

— Não, não é — rebateu, calmamente. — É porque Theron já a contou toda verdade?

Resisti a vontade de perguntar como ela sabe disso e respondi:

— Não totalmente — murmurei, focada em terminar de fazer um barco de papel com a folha do
meu caderno. Se o professor particular visse tenho certeza que faria uma carinha feia para mim — porque quando mordi a tampa da caneta ele disse que eu a estava estragando, mas como a caneta é minha e não dele, meio que fingi não escutar. Isso me torna uma má pessoa?

— Então de onde surgiu tanta felicidade e boa disposição? — insistiu. A mulher é mesmo curiosa.

— Só acordei assim.

Não ficamos nem um segundo em silêncio, e ela voltou a perguntar.

— E esse penteado no seu cabelo? — indagou. — Foi você que fez?

— Sim — menti, sorrindo largamente com a lembrança dos dedos de Haden no meu couro cabeludo.

Assim que acordei essa manhã fiquei bastante espantada quando vi uma trança embutida na minha cabeça. Eu pensei que ele estivesse apenas a fazer cafuné. E não pensei que ele, estranhamente, tivesse tanto jeito para isso. Por isso não a desfiz.

— Está bem — suspirou. — Está com fome?

Sorri para ela.

— Sempre.

Fomos juntas até a cozinha e depois de comer passei lá toda a manhã conversando com ela até Greta voltar do colégio. E, depois de beber um copo de água como se a sua vida dependesse disso a mesma não parava de falar sobre o quanto está cansada de estudar.

— Todo dia aquela professora mal amada escolhe a mim para responder às perguntas. E eu nunca sei a resposta, daí ela começa a falar que eu devo me esforçar com aquela carinha de deboche — explicou a sua situação, com raiva.

— Se é assim você deve estudar mais, para responder às perguntas — Jade aconselhou.

— Sempre que penso nisso fico com preguiça.

— Então só pode continuar a escutar as provocações dela — a mais velha responde, calmamente.

— O quê? Não — Greta nega. — Você deve concordar comigo e falar mal dela.

— Como irei falar mal de uma mulher que não conheço? — rebateu. — E você não lá uma aluna muito dedicada. Talvez seja por isso que a mesma insista em você.

— Eu sou dedicada — se exaltou, ofendida.

— Claro que é — Jade revirou os olhos e segurei a vontade de rir.— Eu preciso ir ao supermercado — desconversou, se desencostando do balcão de forma rápida. Como se já devesse ter feito isso a muito tempo. — Adeus e fiquem bem.

— Adeus — a despedimos e ela saiu, deixando-nos a sós.

— Então… — Greta deixou a frase no ar. — Já faz um tempo que não assistimos algum filme. O que acha de hoje?

— Não tenho nada para fazer na mesma, então, vamos lá — dei de ombros.

Nos levantamos e começamos a andar em direção ao seu quarto enquanto ela fala sobre o filme que iremos assistir. A mesma está a falar tão rápido tantas palavras que deixei de lado o facto de não estar a entender nada. Só percebi que ela ama muito cinema e o seu sonho é ser uma diretora cinematográfica. Dirigir um filme e ser mundialmente conhecida. E com esse entusiasmo, espero que ela consiga.

Depois de nos acomodamos  em sua cama e ela ler-me a sinopse do livro — que agora é filme — fiquei bastante interessada. Se chama Harlan Está Morrendo. Sobre um garoto bom e educado que sofre um terrível acidente e toda sua vida muda. Quer dizer, a sociedade o mudou o tratando de um jeito um pouco bruto, mas não foi isso que deixou-me com a mente a mil.

O filme abriu a minha mente e deu-me uma ideia. Uma ideia que pode acabar com tudo isso. Com o Sr. Robert para ser exata. Só precisava de saber de mais algumas coisas.

— Me empresta o seu celular? — pedi a Greta, em algum momento do filme. Ela está tão concentrada que não estranhou o meu pedido nem nada. Apenas tirou o celular do bolso, desbloqueou e me entregou.

Enquanto ela se encontra perdida no filme eu estou nas minhas investigações. Eu acredito que é uma ótima ideia, mas um pouco complicada. Porém, não é algo que vá ser difícil de resolver. Pelo menos para Theron, eu acho.

— Posso mandar uma mensagem para o seu irmão? — questiono.

Agora ela se concentra em mim.

— O quê? — franzi as sobrancelhas, como se não tivesse escutado direito.

— Posso mandar uma mensagem para o seu irmão? — repito.

— Claro — respondeu lentamente, confusa. — Não tem problema.

E voltou o olhar o laptop. Aliviada por ela não ter feito muitas perguntas — apesar de saber que poderia responder a todas sendo que não são nada de mais — fui para os contactos. Pesquisei o nome de Theron e ele apareceu rodeado de vários corações. Eles se amam mesmo. Fico feliz que tenham um ao outro.

Greta: pode chegar cedo em casa hoje?

Surpreendendo-me a resposta chegou no segundo a seguir.

Theron: chegar cedo porquê? Aconteceu algo?

Ri levemente e balancei a cabeça em negação, achando graça a preocupação dele com a irmã.

Greta: não, não aconteceu. Só preciso conversar com você. Falyn.

Decidi colocar o meu nome para suavizar a preocupação dele, mas penso que agora ele esteja transbordando de tanta confusão.

Theron: Falyn?

Sorri, enquanto dígito.

Greta: sim, eu.

Greta: e não demora. É uma coisa importante.

Bloqueei a tela do celular quando um ok apareceu como resposta. Preciso que ele volte cedo, sem o seu pai, porque só assim me sentirei livre para falar. Sem ter medo de ele estar a escutar ou algo do tipo.

— O que quer com ele? — a garota ao meu lado perguntou.

— Nada de importante.

— Mentirosa — sibilou, brincando, mas não insistiu.

(…)

Não sei porque se passou tanto tempo sem eu entrar na biblioteca que tem nessa casa. Se eu soubesse que ela é tão linda e agradável teria passado todo o meu tempo livre aqui e não naquele quarto.

Estou tão extasiada que penso que já se passaram pelo menos trinta minutos com eu abrindo livros, ler uma ou duas páginas, fechar e procurar outro. Preciso controlar as minhas emoções. Porque se continuar assim o dia irá acabar sem eu ainda ter decidido qual livro ler.

Talvez deva ler fantasia. Nunca li um antes. Sempre terminei no romance e ficção adolescente.

— Você parece feliz hoje — fui surpreendida pela presença de Theron ao meu lado por isso deixei cair o livro nas minhas mãos, assustada.

— Por Deus — suspirei, com a cara fechada. — Você não pode simplesmente aparecer assim.

Ele não pareceu ficar muito afetado com a minha reação porque parece que está a segurar o riso.

— Idiota — revirei os olhos, um pouco calma. — Jade também me disse isso hoje de manhã — me referi a frase que ele disse quando apareceu do nada. — Porque acham isso?

— Você está sorrindo.

— Nunca me viu sorrir? — cruzei os braços.

— Não — negou. — Se vi, não lembro.

— O meu sorriso vale ouro por isso não dou o luxo de qualquer um ver ele — fingi uma falsa pretensão, fazendo com que ele ria em seguida.

— Não sabia que é tão… segura de si.

— É, eu sou — respondi.

— Então, sobre o que quer falar? — mudou de assunto.

Mordi o interior da minha bochecha, hesitante. Porém, tenho certeza que é uma boa ideia por isso decidi falar logo.

— Bom — cocei a garganta. — Eu e Greta estávamos assistindo um filme. Muito bom para falar a verdade, que me deu uma pequena ideia sobre o que fazer acerca de toda essa situação. Sobre o seu pai especificamente…

— Continua — incentivou-me.

— Eu meio que pensei que tu poderias ir á um hospital e solicitar uma internação psiquiátrica — falei muito rápido, por estar um pouco nervosa. Afinal, é pai dele.— Involuntária — acrescentei e quando não recebi uma resposta, tagarelei. — E uma internação psiquiátrica involuntária é aquela que é feita sem o consentimento do paciente…

— Eu sei — ele cortou-me calmamente, me impedindo de continuar. — Mas para isso acontecer, tem que ser pela recomendação de um médico ou psiquiatra.

— Então vá a um médico ou psiquiatra e paga para ele falsificar a recomendação — sugeri, porque não havia outra saída.

— O quê? — ergueu as sobrancelhas, como se a ideia o incomodasse.

— Não sei, é só uma ideia. Que, sendo honesta, irá ajudar o seu pai — apesar de ele não merecer, completei mentalmente.

— E se eu fizer tudo isso e quando ele chegar lá, descobrirem que o mesmo não tem nada e ele voltar?

Soltei um riso, irônico.

— Theron, é óbvio que o teu pai não está bem. Pelo menos, não mentalmente. Tenho a certeza de que, se ele for para lá não sairá tão cedo. É um facto.

— Desculpa, você tem razão — passou as mãos pelo cabelo. — Só fiquei um pouco assustado com a parte da recomendação falsa. E se algo der errado e descobrirem sobre isso?

— Nada vai dar errado — falei com uma convicção que não parece minha.

— E sobre as garotas que ele sequestra? — perguntou. — Se eu o prender lá ele não irá falar nada. E tudo continuara na mesma.

— Pode o enganar, dizer que o irá tirar de lá ou ir ao escritório dele e procurar algo. Como ele não estará terá todo tempo do mundo e eventualmente iria encontrar algo. Eu acho.

— Uau — foi a única coisa que ele disse. — Pensou em tudo isso apenas hoje?

— Uhum — confirmei. — E as minhas ideias sempre dão certo. Pode confiar.

— Eu confio.

Sorri, satisfeita pelo facto de ele ter concordado.



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