Predestinados/Relançamento❤️

By SuzanaSanttos

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Jade Albuquerque uma jovem, milionária, educada, responsável pela empresa da família. Herdeira de um grande i... More

Paradeiro da Autora/ Elenco
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32

Capítulo 23

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By SuzanaSanttos

Alguns dias depois..

Minha vida vem se resumindo a nada, desde que Heitor foi preso. Sentia uma necessidade descomunal de pedir perdão, de saber como ele estava e dizer que jamais acreditei que ele fosse o culpado pelo roubo.

— Heitor, onde você está? Preciso de você! — Exprimi meu pensamento em voz alta em uma súplica dolorosa.

Eu tinha o pressentimento que eu nunca mais o veria e isso doía meu âmago, meu peito parecia que tinha uma faca enorme enterrada nele, atingindo diretamente meu coração. Era exatamente como eu me sentia todos os dias sendo destroçada sem notícias nenhuma dele.

Desde que acordei nesse hospital e descobri minha gravidez fiquei sem saída e de mãos atadas na busca por Heitor. Ao mesmo tempo que experimentei uma emoção única de saber que seria mãe e carregava comigo um pedaço do amor da minha vida, um ser inocente que eu desejava com todas as forças lutar por sua vida, e que naquele momento só dependia de mim mantê-lo vivo. Também experimentava o gosto amargo de me sentir impotente diante da situação. Estava a vários dias internada e não podia sequer levantar da cama, enquanto Heitor havia simplesmente desaparecido. Tinha feito de tudo na busca por ele, entrei em contato com um famoso advogado com ajuda de Maya para ir à delegacia e ter notícias de como estava o caso. Queria que ele o defendesse e o tirasse da prisão o mais rápido possível, mas qual foi a minha surpresa em saber que Heitor já havia pago a fiança e deixado a prisão a dias atrás.

Essa falta de notícias vinha tirando minha paz e deixando-me cada dia mais aflita e agoniada em imaginar o que poderia ter acontecido com ele. Ninguém some assim do dia para noite. Maya já tinha ido até sua antiga casa juntamente com Ryan na esperança de encontrá-lo, assim como estava com a chave da minha casa pensando que Heitor poderia aparecer ao menos para buscar suas coisas e nada, nenhuma notícia dele.

O rangido da porta tirou-me dos meus pensamentos. Era meu pai vestido dentro de um dos seus termos elegantes, entrando no quarto com cenho fechado.

— Como se sente? — Perguntou.

— Como acha que me sinto presa a essa cama? Sem poder tomar as rédeas da minha vida nesse hospital. — Questionei inerte, estava sem paciência para as indagações do meu pai.

— Então quer dizer que pretende realmente levar essa gravidez adiante? — Sua voz soa mordaz, cheia de desprezo. — Essa não seria a oportunidade de se livrar de uma vez de tudo que te liga a esse aproveitador que quase destruiu sua vida.

Angustiada, quase asfixiada, rompi em lágrimas sem acreditar naquela frieza sem tamanho do meu próprio pai.

— Está insinuando que devo interromper minha gravidez e abrir mão do meu filho? — Encarei o rosto marcado pelo tempo com indiferença e consigo balbucia as palavras  em um sussurro doloroso tamanha o desprezo que sinto naquele momento.

— Estou pensando no melhor para você! Precisa seguir sua vida e essa criança só vai atrapalhar sua caminhada.

— Cala a boca! — Explodi. — Como pode ser tão cruel e egoísta, papai? — Desmoronei aos gritos sem conseguir conter minha mágoa. — Essa criança é meu filho e seu sangue também, como consegue ser tão desumano e perverso a esse ponto? Não pretendo seguir vida nenhuma sem meu filho.

— Não é isso, só estou sendo prático. — Dei-lhe as costas sem conseguir encarar seu rosto. Estava enojada demais, ele se aproximou numa tentativa rasa e segurou minha mão. — Você precisa se acalmar Jade e confiar no seu pai, nunca faria nada que não fosse pensando no seu bem.

Puxei minha mão com todas as minhas forças, alcançando a libertação.

— Não toque essas mãos sujas em mim. — Grunhi revoltada o encarando magoada. — A única coisa que pretende é me controlar. Acha que sou uma boneca suscetível a todos os seus comandos, papai?

— Está fora de si, veja como está tratando seu pai. — Diz, na tentativa de me enganar vestindo a máscara de ótimo pai que nunca foi. — Quer ficar com essa criança, que fique! Mesmo sendo um bastardo tem o sangue dos Albuquerque. Só quero que dê um basta nessa obsessão por esse pobretão e pare de procurá-lo.

— Sai daqui agora! — Gritei nervosa, sacudindo a cabeça de um lado para outro sem conseguir me controlar com as barbaridades ditas por meu pai. — Se quando eu sair daqui, descobri que teve alguma coisa a haver com o fato de Heitor ter sido preso, nunca te perdoarei, papai! Nunca! — Eu sabia que o único objetivo dele era me separar de Heitor.

Eu estava sensível, enlouquecendo de dor, tristeza, magoa, me sentia sozinha, completamente desamparada.

De repente vejo a porta sendo aberta novamente com brusquedão por uma enfermeira.

— O que está acontecendo aqui. — Ela indaga se aproximando do meu leito.

— Tira ele daqui — Implorei sufocada e minha voz soa como um murmúrio em meio a minha crise nervosa.

— Por favor Sr., peço que saia, a paciente não pode se agitar dessa maneira. — A enfermeira disse administrando alguma medicação no acesso preso ao meu pulso.

Meu pai meneou a cabeça em um movimento nervoso e saiu apressado, deixando-me em meio ao meu desespero.

Naquele momento entendi que estava sozinha e nem mesmo poderia contar com quem era do meu próprio sangue. Era somente meu filho e eu no mundo, e eu faria de tudo para me resguardar até seu nascimento. Me dedicaria a amar essa criança, cuidar e proteger até com minha própria vida se fosse preciso e quanto a Heitor, esperaria o tempo dele. Assim como eu, no primeiro momento fiquei confusa e duvidei, ele tinha todo o direito de estar magoado comigo. Mas eu só desejava que Heitor encontrasse o equilíbrio e repensasse, assim como eu fiz, e um dia me procurasse para que pudéssemos conversar e me concedesse a oportunidade de pedir perdão. Eu estaria de braços abertos para recebê-lo e continuar nossa vida de onde paramos juntamente com nosso bebê.

Com esse pensamento logo adormeci, e última imagem que vejo é a de Heitor sorrindo para mim como todos os dias que observávamos juntos o pôr do sol a cada entardecer da sacada de casa.

••••

6 Anos Depois..


— NÃO! — Gritei apavorada em meio ao meu pesadelo. Sentei-me na cama assustada, meu corpo todo molhado de suor como se tivesse acabado de sair do banho, rodeada de um emaranhado de lençóis úmidos, a garganta seca, meu coração batia forte e a respiração acelerada, olhando para todos lados do quarto vazio.

Esses pesadelos não me deixavam e quase todos os dias era a mesma coisa. Sonhava com o mar revolto enquanto eu me afogava. Eu gritava por socorro, mas absolutamente ninguém me ouvia. Era um pesadelo angustiante que me deixava muitas vezes aflita.

— Mamãe, posso entrar? — A voz suave de Valentina invade meus ouvidos, despertando-me dos meus pensamentos.

— Lógico meu amor! — Abri os braços chamando por ela, que estava somente com cabeça para dentro do quarto.

Valentina correu ao meu encontro e subiu na cama com a velocidade de um raio.

— Mamãe, acordei com seus gritos. Você tá dodói? — Indagou com aqueles grandes olhos esverdeados que tanto me lembravam o pai dela.

— Não, a mamãe só teve um pesadelo, mas já passou. — Depositei um beijo carinhoso na pontinha do seu nariz.

— Eu estou aqui, mamãe, sempre estaremos juntas. — Seus bracinhos apertaram em volta do meu pescoço com força.  — Se quiser posso dormir com você, para que não sinta medo. — Se afastou sorrindo evidenciando as covinhas na maçã do rosto 

— Vou amar, dormir todos os dias juntinho com você. — Deitamos novamente juntas e afaguei seus cabelos.

Valentina era uma menina doce, especial, sapeca e muito linda. Depois que meu anjinho chegou na minha vida tive que mudar radicalmente meu estilo de vida e aprender a ser mãe solo. Quando percebi que Heitor havia realmente desaparecido de vez, quase entrei em depressão e se não fosse por Valentina talvez não tivesse conseguido superar o abandono e a falta de notícias dele. Criar um bebê sozinha não foi fácil, eram muitas dúvidas, noites mal dormidas e um medo terrível de errar. Graças a Deus tive uma rede de apoio com Maya e Ryan que eram os padrinhos de Valentina. Eles me ajudaram muito na criação dela, diferente do meu pai que sempre desprezou e se manteve distante, e nunca fez questão de uma convivência normal com a neta. Entretanto, eu não fazia a mínima questão de sua presença como avô e até preferia que Valentina tivesse o mínimo de contato possível com meu pai. Era ele que perdia a oportunidade de convivência com uma menina incrível e especial como ela e não ao contrário.

Encarei o rosto angelical e sorrio ao me dar conta que minha princesa tinha adormecido. Consulto as horas no relógio de parede e percebo ser cedo demais para a hora do colégio dela e fico ali, zelando seu sono com coração transbordando de amor pela minha menininha.

••••

Horas depois já era hora de acordar minha filha e começar mais um dia. Minha rotina se resumia em levar Valentina ao colégio que ficava na metade do caminho da cerâmica, me despedir com um abraço de mamãe urso e depois ir rumo ao trabalho na empresa. Valentina estudava em horário integral, então não precisava me preocupar até o final da tarde. Trabalhava todos dias tranquilamente sabendo que minha filha estava sendo bem cuidada e assistida. Quanto a empresa permanecia igual ou quase, pois exatamente hoje teríamos uma reunião importante com todo conselho, afim de discutir a melhor estratégia e resolver a crise no qual a empresa vinha enfrentando. Estávamos diante de um perigo real e se não conseguíssemos resolver o mais rápido possível a cerâmica poderia quebrar a qualquer momento algo que jamais deixaríamos acontecer.

— Meu amor, acorda! — Beijei o rosto da minha princesa com carinho. — Já é hora da escola. — Digo baixinho no seu ouvido.

Valentina, abriu os olhos e me encarou sonolenta.

— Mamãe, eu não quero ir pra escola hoje. — Coçou as vistas com a ponta dos dedos sentando-se vagarosamente na cama.

Me assustei estranhando sua negativa. Valentina amava ir para escola e muitas vezes dizia que se pudesse frequentar o colégio até aos finais de semana.

— O que houve? Porque não quer ir à escola?

— Porque hoje tem atividade —  Colocou ambas as mãos no queixo triste. — Esqueceu mamãe das olimpíadas dos papais? Eu não tenho papai pra ir comigo. — Completou de cabeça baixa sem conseguir disfarçar sua tristeza.

Eu tinha esquecido completamente e nem mesmo tinha lembrado Ryan. Ele sempre estava presente quando tinha algo relacionado ao dia dos pais na escola de Valentina, meu primo sempre fez esse papel. No entanto, Ryan era muito esquecido e duvidava muito que lembrasse do evento a essa altura do campeonato.

— Vamos, se arrumar! Vou pedir ao seu padrinho para te acompanhar. — Digo para logo ver Valentina levantar a cabeça com olhos brilhando na expectativa.

— Meu padrinho vai poder ir comigo? — Indaga esperançosa.

— Farei o possível, meu amor. — Digo pegando meu telefone celular e ligando para Ryan.

Tento por diversas vezes e o telefone dele caiu na caixa postal em todas as tentativas, deixando-me aflita. Como contaria a minha filha que não tinha ninguém para acompanhá-la na atividade da escola. Acabo ficando triste com um bolo gigante na garganta e uma vontade imensa de chorar. Minha filha era meu calcanhar de Aquiles, a minha maior fraqueza, e toda vez que tinha algo em sua vida relacionado ao pai, sentia uma sensação enorme de impotência. Eu dava o meu melhor e tentava de tudo para ser mãe e pai e suprir qualquer ausência que ela pudesse sentir. Entretanto, nem sempre conseguia e a ausência de Heitor era irremediavelmente sentida. Eu lamentava muito, pois essa era uma dor que nenhuma criança deveria sentir.

De repente a campainha soa me despertando dos meus pensamentos.

— Quem será mamãe? — Valentina indaga curiosa, entrando no modo fogueira de ser.

— Não tenho a mínima ideia — Falei pensativa. Não estava esperando ninguém naquela hora da manhã. — Vamos lá atender.  — Deixamos o quarto de mãos dadas em direção a sala.

Abri a porta e dou de cara com Maya e Ryan arrumados sorrindo.

— Bom dia e daqui que estão precisando de um super padrinho que vai ganhar o troféu nas olimpíadas dos papais hoje? — Ryan indaga de peito estufado, lancando uma piscadela para Valentina.

— Dindo! — Valentina correu até meu primo e o abraçou carinhosamente pelas pernas, ele a pegou em seus braços e ambos se abraçaram sorrindo.

Sorri emocionada sentindo meu coração quentinho diante de tanto carinho.

— E para dinda não sobra nem um beijinho? — Maya faz um bico e cruza os braços diante do corpo fingindo braveza.

— Sim, dindinha, eu te amo também! — Valentina passou para o colo de Maya que acolheu com um abraço apertado e diversos beijos na bochecha.

Fiquei ali admirando a interação e o amor que ambos tinham pela minha filha. Eu tinha acertado e dado à ela os melhores e mais atenciosos padrinhos do mundo. Enquanto eu tinha esquecido completamente que teria atividade na escola da minha própria filha, Maya e Ryan não só lembraram como faziam questão de estar presentes para apoiar e acompanhar o desenvolvimento da minha menina.

Minha filha não tinha um pai presente, mas era uma garotinha sortuda e muito amada.

Nota: 6 anos depois eh, o tempo, tempo, tempo 😪

Não esqueçam de votar&comentar

Alguém está com curiosidade de saber como está Heitor?

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