Capítulo 15

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Encarei meu pai sem conseguir conter a surpresa pela sua presença, mas sabia que a partir daquele momento, eu começaria a  lidar com os obstáculos que meu relacionamento com Heitor enfrentaria

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Encarei meu pai sem conseguir conter a surpresa pela sua presença, mas sabia que a partir daquele momento, eu começaria a  lidar com os obstáculos que meu relacionamento com Heitor enfrentaria.

— Está surpresa pelo visto? — Joaquim, ergueu o olhar sem conseguir desviar sua atenção de Heitor. — Mas lhe garanto que o maior surpreendido aqui sou eu. Não vai me convidar para entrar?

— Lógico, pai! — Digo tensa pela situação e Heitor aperta minha mão passando-me segurança, dando-se conta do que estava por vir.

Meu pai caminha calmamente até o sofá, abre os dois últimos botões do paletó antes de se sentar numa posição superior.

— Muito bem, comece? — Pediu.

— Começar o que pai?

— O que está acontecendo aqui? — Apontou Heitor e eu como se buscasse algum tipo de explicação cabível para cena que tinha acabado de ver.

— Você é impressionante, pai. — Nego com gesto de cabeça, sem conseguir tolerar o jeito do meu pai. — O que te faz pensar que tenho algo a explicar..

— Calma! — Heitor, interrompeu, se colocando em alerta. — Bom dia — Saudou meu pai educadamente. — Muito prazer, sou Heitor Souza. — Estendeu a mão em um cumprimento singelo.

Meu pai levantou-se do sofá e olhou Heitor de cima a baixo estudando cuidadosamente sua figura em silêncio. Eu já conhecia aquele olhar, sabia o quanto ele era frio e preconceituoso quando queria e eu não estava disposta aceitar que ele agisse daquela forma com Heitor.

— Não me recordo de você em meio a sociedade. — Tenta puxar pela memória alguma informação que o faça lembrar, era lógico que antes do desdém ele precisava ter absoluta certeza que não estava cometendo nenhum erro, falando com alguém influente. — Você é dos Souza Feijó tradicional família de advogados?

— Não, sou simplesmente Heitor Souza.

— Isso é um interrogatório, papai? — Interrompi ácida.

— Tome como quiser, só quero saber quem é o seu amigo.

— Ele já se apresentou, se chama Heitor Souza, trabalha no quiosque na orla, logo aqui em frente. Ele é simplesmente um Souza comum, como muitos brasileiros nesse país e não é meu amigo e sim meu namorado. — Digo cruzando os braços na frente do corpo aguardando o que estava por vir a seguir. — Satisfeito? — Ergui uma sombrancelha desafiadora.

— Podemos sentar e conversar, senhor? — Heitor tenta apaziguar o clima tenso entre meu pai e eu.

— Não tenho nada a conversar com você, poderia falar a sós com a minha filha? — Pediu entre dentes.

Heitor, olhou do meu pai para mim sério. Com certeza em dúvida se nos deixava a sós ou não. Faço um gesto de cabeça passando-lhe confiança que eu ficaria bem.

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