Capítulo 6

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Hoje era o dia do esperado coquetel em homenagem aos espanhóis, tão planejado pelo meu pai

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Hoje era o dia do esperado coquetel em homenagem aos espanhóis, tão planejado pelo meu pai. Eu tinha chegado cedo à empresa pensando estrategicamente em adiantar o trabalho já que ainda tinha hora marcada no salão de beleza e logo depois iria para casa me arrumar e esperar Roger me buscar.

Ele tinha me convencido a deixar que me acompanhasse a festa. Mas antes de dar meu aval deixei claro pela milésima vez que jamais teríamos nada e que ele não deveria ter esperanças ou imaginar nada além de uma amizade e um amor puramente fraternal entre nós. A manhã estava tranquila até dona Beatriz secretária do meu pai entrar na minha sala agitada sem ao menos bater na porta.

— Aí, senhorita Jade, desculpa entrar assim de repente. — Ela diz com ambas as mãos sob o peito ofegante.

— O que houve, Beatriz?

— Senhor Joaquim mandou te chamar.

— Sim, mas porque o desespero?

Ela não responde, começa a andar de lado para o outro pela sala com as mãos nos fios loiros demonstrando o quanto estava agitada. A cena era no mínimo cômica

— Ele discutiu aos gritos com Maya Campos do Marketing. Ela o deixou falando sozinho. Senhorita Jade me desculpe, mas seu pai tá parecendo o demônio. — Completa fazendo o sinal da cruz diante do corpo.

— Ah, é isso? Já deveria ter imaginado. Já estou indo!

— Ok, senhorita, voltarei ao meu posto. Mas por favor não demore. — A pobre mulher diz deixando minha sala em pânico.

Joaquim, ainda a faria ter um infarto. Nego meus pensamentos com um menear de cabeça. Deixo minha sala e caminho pelo corredor da presidência, entrei na sua sala do meu pai depois de bater rapidamente na porta.

— Mandou me chamar? — Indago calmante já sabendo do que se trata.

Ele me encara por cima dos óculos de grau com seriedade. Tinha o rosto vermelho e uma caneta entre seus dedos, que batia na mesa sucessivamente o que evidencia o quanto estava nervoso.

— Você ainda me pergunta? — diz entre dentes. — A Campos está irredutível em não aceitar a proposta dos espanhóis. Ela rejeitou mesmo sendo uma ordem minha. Aquela ne..

Papai, veja bem o que vai falar. — Interrompi me aproximando de cenho fechado. — Caso contrário eu mesma serei obrigada a chamar a polícia.

— Era o que me faltava. — diz jogando a caneta com raiva em cima da mesa. — Minha própria filha me ameaçando.

— Jamais serei conivente com racismo, abuso de autoridade ou humilhação que possam acontecer com Maya ou qualquer outro funcionário da empresa.

— Pronto, vai começar a lição de moral. Você fica contra seu próprio pai para apoiar essa abusada. — Diz com desprezo. — Você não entende que mantermos boa relação com os espanhóis é essencial para o andamento dos negócios.

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