Marcas da Solidão (ShinoKiba)

By kalinebogard

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Aburame Shino é um Alpha que escolheu viver isolado e sozinho em extenso feudo, incapaz de superar a dor pela... More

O primeiro dia da primavera
Sou uma pessoa normal
A sala das cerejeiras
Refeição que alimenta a alma
A verdadeira essência
Primeiros resultados
A decisão do Ômega
O encanto de encontrar um lar
Não esperava esse vínculo tão rápido!
A rotina se ajeita
O jantar (Parte I) - Velhas amizades, novos laços
O jantar (Parte II) - A alegria de meu Ômega
O jantar (Parte III) - Duas faces de uma moeda
Laço mais forte do que o sangue
Tempo verbal que muda tudo
Não acredito em coincidência
Eu te ensino a lidar
O começo da aventura
Pausa no paraíso
Os grãs de areia trazem o inesperado
Convite irrecusável
Os tesouros de Suna permanecem em Suna
Quando o que se acredita não é real
Suprema prova: de confiança e de coragem
O poder de um vínculo de sangue
Eu não sei o que fazer
... a paz nunca existiu
De pontos extremos
Interprete a lei, nada é absoluto
Despedidas temporárias
Voltando para casa
Aqueles que ficaram
Duas vidas que se perderam
As coisas estão acontecendo
Alpha e Ômega
Intimidades na cama
Um bom dia começa em seus braços
O jantar (Parte I) - Tem coisas que mudam...
O jantar (Parte II) - E tem coisas que nunca mudam
O jantar (Parte III) - ... tramadas pelo peso da mão do Destino
Longe de casa, sim. Do coração, jamais.
Vida nova no feudo!!
Laço entre irmãos
Resquícios de Bonança. Ou seria a calmaria...?
O passado que nos molda...
... que não pode ser mudado...
... e Influencia no Presente.
Aquelas linhas tortas
As respostas que temos, não as que queremos
E o que eu posso fazer por Haku-san?
É hora do reconhecimento
O que eu é sinto amor
A última batalha dos caídos
Tensão na sala de espera
Boaventura, a dádiva da Vida
As Marcas do Amor
Extra - Um simples chá da tarde

Pra quem vive na guerra...

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By kalinebogard

O almoço foi atípico para o que Shino conhecia de Kiba.

O Ômega não mostrou nada da voracidade costumeira, daquele afã de quem está sempre morrendo de fome. Pelo contrário, ele comia devagar, mastigando lento cada bocadinho da comida típica de Suna, pão assado, frango cozido com azeitonas e arroz frito. Tudo feito pela irmã! Queria degustar o máximo que pudesse! Não apenas devorar...

— Me conte mais sobre você — Hana pediu assistindo com carinho. Comia um pouco, apenas para acompanhar. A impossibilidade do acontecido tirando-lhe a fome — Seu companheiro disse que veio do leste. Não acredito que permitiram que viesse sozinho de tão longe.

O tom de voz traiu sua indignação. Sabia poucos detalhes, pois Shino contou apenas por alto. Mais cedo ou mais tarde teriam que contar toda a verdade. Mas nem Shino conhecia minucias da história daquele Ômega. E o que conhecia era o suficiente para assustar.

— Permitir não permitiram, né? — Kiba fisgou uma azeitona preta — Sai fugido de lá.

Hana balançou a cabeça. Fazia mais sentido.

— Imagino. Ômegas são valiosos, não seria fácil conseguir apoio para vir aqui atrás de uma família que você nem conhecia.

Kiba fez um som engraçado com a garganta.

— Vocês ficam falando isso e eu custei pra acreditar. Só fui baixar a guarda no feudo do Shino, porque ele me pegou no pulo do gato — nesse momento ele virou-se para o Alpha — Sabe que eu até que reagi bem? Analisando melhor, eu segui você com um pouco de medo, mas não muito. Acho que o lance de companheiros já estava acontecendo! Demorei pra entender...

Shino quase riu. Sim, Kiba demorou pra entender. E quem podia julgar?

— Custou para acreditar em quê? — Hana indagou.

— Que Ômegas são raros e tudo isso aí. No meus país não é assim não. No país que eu cresci, quer dizer. Eu nasci aqui, né? Lá tem Ômegas até demais e tratam a gente como estorvo. Todo Ômega é obrigado a ficar no distrito que eu te falei e não pode sair pra nada. Quando consegui escapar, fui pra longe e não olhei para trás.

Hana ergueu as sobrancelhas. Sabia que Ômegas tinham uma veia meio mimada, pelo tratamento que recebiam e os tornava mal acostumados, mas isso não combinava com Kiba, com a imagem que fez dele até o momento. O que seria "ruim" para um Ômega? Algum capricho não realizado? Ou um pedido egoísta? E um país com tal abundancia de Ômegas? Quando o resto do mundo morria aos poucos, com a raridade gradual da casta?

Ela não saia muito de casa, mas vivia em um país com fluxo inimaginável de turistas. Viajantes de todos os pontos passavam por Sunagakure, em busca do comércio variado, para reabastecer ou simplesmente por turismo. E nenhum viajante jamais contou vantagem sobre viver em um lugar com muitos Ômegas.

— Nunca mais volto para lá.

— Deve ter sido bem ruim — Hana falou condescendente. Mesmo o pior tratamento para um Ômega, na mente dela, seria infinitamente melhor do que qualquer Alpha ou Beta recebia.

— Ruim é pouco — Kiba pegou um pedaço de pão e o partiu no meio. Antes de devorá-lo, apontou para as duas presas afiadas, característica marcante — Quando eu era pivete arrancaram os meus dentes porque eu mordi um Alpha. Nunca senti tanta dor, até molhei as calças. Fiquei um tempo sem poder comer direito. Demorou tanto pra crescer outros! Depois disso não mordi mais ninguém. Era horrível pra mastigar.

— O quê? — Hana pensou ter ouvido errado.

— Eu era uma peste, não dava sossego. Por um lado foi bom, porque nenhum Alpha queria chegar perto de mim. Mas por outro lado foi ruim, porque tentavam me ensinar boas maneiras e isso significava apanhar quase todo dia.

— Está falando sério? — Hana não pode acreditar que alguém tinha coragem de tratar um Ômega assim.

— Soragakure. Nunca queira conhecer esse país — Kiba terminou de comer o último pedaço de pão — Obrigado pela comia, Hana-nee. Estava uma delícia!

— Não sei o que dizer — parecia inconcebível para a Beta que algo assim acontecesse.

— Por isso eu evitei me envolver com Alphas e Betas quando fugi. Eu nunca sentia Ômegas, pensei que em todos os países seria assim, com Ômegas presos em distritos. Fui dando o meu jeito até chegar em Konoha. Mas aí o Shino me descobriu. Nem sei como.

A bem da verdade, Shino não saberia explicar. Foi algo irracional, provavelmente seu Alpha já reagindo a presença antes que a parte racional pudesse compreender todas as nuances envolvidas.

— Creio que foi o início do nosso vínculo — falou por fim.

— Passei a vida inteira tendo problemas com Alphas e evitando eles. Quando o Shino descobriu meu disfarce foi meio triste. Vivi seis meses muito bons escondido no feudo dele. Daí pensei que ia sofrer alguma humilhação e ter que barganhar pra não sair muito quebrado. Não foi nada disso! Depois conheci o Naruto e o Sasuke, as coisas foram se confirmando. É uma merda admitir, mas dei azar de ir parar no pior país pra Ômegas.

Aburame Shino lembrava perfeitamente as palavras daquele garoto, durante a primeira refeição que fizeram. "Me obrigaram a assistir a refeição e comer os restos depois". Se era difícil para Kiba acreditar na existência de Alphas bons, era igualmente difícil para os demais acreditar em um lugar com shifters capazes de tanta crueldade.

— Soragakure? — Hana falou baixinho.

— Parece que é uma pequena nação perto do País da Água. Tenho homens investigando o lugar.

A Beta voltou os olhos para Shino. As feições bonitas estavam tensionadas.

— Isso tudo... — deixou a frase reticente no ar. Nem ela soube o que concluir. Teve medo, na verdade. Da verdade.

Shino balançou a cabeça concordado. Muita coisa soava feio naquela história. Tantos detalhes tenebrosos, que até uma pessoa como Hana, que ouviu um pequeno relato sobre o passado de Kiba, conseguiu concluir que a situação não era normal.

A suspeita de Shino era feia. Cada nova revelação, cada nova informação servia para confirmar isso. A ida a Sunagakure trouxe tons sombrios a Soragakure e seu distrito. O "erro" acontecido no nascimento de Kiba, que culminou na troca de bebês e praticamente no rapto do garoto, lançava a sinistra desconfiança à procedência de todos os outros Ômegas confinados lá, a mercê dos caprichos dos Alphas. Quantos passaram por um equivoco que os levou para longe da terra natal e das famílias?

— Comi demais — Kiba falou alheio a comunicação silenciosa que ocorria entre sua irmã e Shino — Melhor sensação do mundo!

O Alpha quase sorriu, encantado. Já tinha certeza que o jovem Ômega passou por situações que não teria coragem de descrever, momentos dignos de contos de terror. Sem parâmetros que o ajudassem a ver sua situação como errada, Kiba cresceu achando o que mundo se resumia aquela maldade, afastado do convívio natural com outros shifters e de usufruir todos os direitos que sua casta recebia.

Mas nem toda maldade conseguiu quebrar-lhe o espírito. Pelo contrário. Ele fez do passado o objetivo que deu esperanças no futuro. Decidiu viver a vida do seu jeito, e chegou longe. Chegou longe com uma força de vontade que Shino sabia não ter. Pois ao se deparar com uma grande perda e sofrimento, se paralisou no tempo. Recolheu-se na segurança do próprio feudo e deu as costas ao mundo. Exatamente o oposto.

Se conheciam a pouco mais de um mês, e aprendeu com Kiba muito mais do sonhou ser possível aprender com alguém. Se afeiçoou a ele a nível de companheiros, com a parte animal reconhecendo imediatamente. E agora, pouco a pouco, se afeiçoava a parte humana. Mas esse pensamento preferiu evitar. Pois remetia ao impasse em que se viam presos...

Hana suspirou.

Quando ficou sozinha no mundo, após a morte de sua mãe e a suposta morte do irmãozinho, foi acolhida por outro casal do Clã Inuzuka que a adotou e tratou como filha. Comumente se reuniam em volta da fogueia, nas noites frias de Suna, e contavam histórias de magos, bruxas, heróis e princesas. Lendas tão fantasiosas que sabia ser invencionice literária para distrair crianças.

Mas nenhuma história jamais contada soou como a vida do irmão que voltava dos mortos.

Antes que continuassem a conversa ou encerrassem o almoço de uma vez, Shino sentiu a presença de outro Alpha, Kankuro para ser mais exato, que até estão manteve-se distante, se aproximar da casa. Compreendeu fácil que ele parou a porta e demorou-se junto a Ino. Houve uma manifestação de energia agressiva, usualmente um truque para dominar as outras castas. Até Kiba sentiu a intimidação e o Ômega encolheu-se. Foi impossível não lembrar de cenas em Gin-Io, quando Alphas faziam aquilo, a maioria das vezes só para ver os Ômegas se assustarem, algo divertido na opinião deles.

Batidas soaram na porta. Hana se levantou, assim como Shino.

— É um Alpha — a mulher disse o óbvio, intrigada. Demorou um pouco mais para senti-lo, apenas percebendo quando a presença se tornou agressiva. Embora reconhecesse como a do irmão do Kazekage!

— Sabem sobre Kiba — Shino explicou. Interesse no Ômega era a única coisa que justificava a presença do outro Alpha ali.

Sem dizer mais nada, Inuzuka Hana foi atender as batidas. Deparou-se com Kankuro que sorria largo. Ino observava parada ao lado, a expressão contrariada de quem se intimida com a presença de um Alpha. Odiava quando isso acontecia, mas estava além da parte racional controlar.

Tomando a dianteira da situação, Kankuro estendeu um pergaminho na direção da dona da casa.

— Inuzuka Hana considere-se convocada a me acompanhar até o Conselho de Sunagakure. O Kazekage exige que venha esclarecer sua ligação com um Ômega nascido no nosso país.

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Notas Finais:

E é agora que a giripoca vai piar!!


Hohohoho

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